Capítulo II

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Huh?

Tzuyu estranhou o ambiente que estava e a situação que se encontrava. Sentada em uma cama que não era sua, em um quarto que não era seu. Bem, estava em um hospital, então não teria nada seu ali.

— Por que... — encarou seu braço esquerdo enfaixado. — Ah, isso. Foi daquela vez, mas por que de novo?

— Tzuyu!

A Chou imediatamente olhou para a entrada do quarto, onde Sana passava afoita. A expressão dela não era nada boa.

— Sana, eu... — parou de falar quando sentiu Sana passar por ela, encarando algo atrás que antes nem havia percebido.

Ou melhor, não estava ali.

— Mas não tem ninguém atrás de mim... — Quando virou seu corpo, ela franziu o cenho. — O quê?

— No que você estava pensando? — Sana parecia furiosa enquanto passava os olhos por todos os ferimentos de Tzuyu. Uma segunda Tzuyu.

— Espere... Aquela sou eu? Eu estou me vendo? O que tá acontecendo? — Tzuyu viu Sana abraçar o que seria a sua cópia, percebendo o olhar desta sobre si. — Ela está me encarando?

A outra Tzuyu abraçava Sana enquanto tinha os olhos fixos na verdadeira Chou e um sorriso estranho nos lábios.

Um sorriso maléfico que a fez acordar.

Foi apenas um pesadelo.

— Que merda foi essa? — Tzuyu encarou o teto do quarto do hotel onde estava hospedada, sentindo seu coração voltar a bater na velocidade normal.

Naquele dia, Tzuyu ia completar a segunda metade de sua lista. Sana teria que estar em um dos lugares listados nas últimas duas páginas, senão a Chou não saberia mais onde ir. E a ideia de não encontrar Sana nessas últimas tentativas estava deixando-a em pânico.

— Ela está passando por vários lugares? — Tzuyu refletia enquanto terminava de preparar seu café da manhã. — Ou ela está me esperando em algum lugar?

Depois de colocar os ovos mexidos ao lado de sua torrada no prato, em pé ela espalmou as mãos sobre a mesa, apoiando o peso do corpo em seus braços. Encarando os próprios pés, ela ela começou a divagar.

— Eu ainda tenho tempo...

"— Amor, meu celular vai descarregar em alguns minutos, esqueci de trazer carregador. Provavelmente não vou mais conseguir falar com você, então vá direto pra torre do relógio depois que sair do trabalho, tá bom? Eu vou estar lá — Sana disse, apressada.

— Mas, e se eu precisar entrar em contato com você? No caso, se eu me atrasar.

— É só você não se atrasar.

Tzuyu rolou os olhos.

— Tá, eu vou tentar. Mas e se?

— Não se preocupe, vou esperar até você chegar. — Tzuyu ouviu o riso fofo de Sana. — Eu não vou a lugar nenhum".

Isso. É isso!

— Conhecendo ela, ela está esperando em algum lugar. Um lugar com uma lembrança significativa.

— Hoje o dia está bem frio — Sana refletiu sozinha, guardando as mãos no bolso do casaco de inverno enquanto assistia a paisagem montanhosa. — E parece que ainda vai chover. — O suspiro que saiu de sua boca foi visível, como um ar quente sendo liberado em um ambiente de temperatura negativa.

Quarenta e Oito Horas | SatzuOnde histórias criam vida. Descubra agora