Quarenta e Oito Horas | Satzu

Capítulo III

Capítulo Final

Na saída da cidade, Tzuyu conseguiu ler com dificuldade a placa de "Até logo! Dirija com cuidado!". Chovia muito e aquele trecho não era muito bem iluminado, mas ela não poderia perder mais tempo. Se saísse da cidade agora, chegaria onde Sana estava faltando poucos minutos para o prazo encerrar.

Mas a chuva parecia não estar do seu lado. Em pouco tempo, ela ficou mais forte e Tzuyu se viu obrigada a reduzir a velocidade.

— Eu não consigo ver direito — cerrou os olhos, enxergando apenas o asfalto sendo iluminado pelos faróis do carro, nada mais que isso. — É melhor eu ir devagar...

Tzuyu bateu o carro dois anos atrás, e isso ficou marcado, logicamente. Ela estava dirigindo até uma cidade próxima, poucos quilômetros. Mas por descuido dela, o carro saiu da estrada, capotando barranco abaixo, sendo aparado por árvores. O veículo ficou todo amassado e Tzuyu foi retirada dos escombros desacordada.

Foi realmente um milagre ela ter apenas lesões leves. Quebrou um braço e teve alguns arranhões pelo corpo.

"— Tzuyu, o que você estava pensando!?

A Chou, que tinha um olhar baixo, perdido, acabou olhando para a porta rapidamente, onde Sana vinha em sua direção com uma expressão nada boa e preocupada.

— Eu... Eu.... — Tzuyu achou que fosse levar uma bronca logo de cara, mas foi surpreendida com um abraço.

— Você estava em alta velocidade? — Sana perguntou próximo ao seu ouvido.

— Um pouco... Mas eu também estava... Digitando — A última palavra foi dita com receio. A bronca viria agora, com toda certeza.

— Tzuyu! — Sana se afastou, segurando os ombros da mais nova. — Não faça isso de novo! — A expressão séria da Minatozaki fez Tzuyu assentir imediatamente.

— Me desculpa, Sannie... — Ela tinha uma voz de choro, totalmente arrependida.

Afinal, por pouco ela não morreu.

— Eu estava fora porque não queria esperar você sozinha em casa, quando me ligam dizendo que você estava no hospital. — Dessa vez, Sana era quem estava prestes a chorar. Seu rosto ficou vermelho. — Poderia ser pior!

Então, lágrimas começaram a cair dos olhos de Sana, e Tzuyu se sentiu extremamente culpada.

— Sannie, eu realmente sinto muito..."

Tzuyu girou o volante, parando o carro no acostamento. Não desligou o veículo, os faróis continuaram acesos e os limpadores de para-brisa trabalhavam incansavelmente na chuva. Tzuyu puxou o celular do bolso, digitando uma mensagem rápida e objetiva.

Em poucos segundos, o celular de Sana vibrou sobre a mesa. Vendo o nome da namorada no visor, ela prontamente abriu a mensagem, ansiosa.

"Sannie, estarei no lago por volta de uma hora".

Um sorriso brotou em seus lábios, apertando fortemente o celular.

"Dirija em segurança".

O coração de Tzuyu acelerou quando viu que recebeu uma resposta, a primeira depois de quase dois dias.

— Ela respondeu... Ela respondeu!

Assim que guardou o celular de volta, Tzuyu tomou o volante e dirigiu a viagem inteira com um sorriso ansioso nos lábios. Durante o caminho, ela não parou de pensar nas palavras que usaria para se desculpar e consertar a besteira que fez nos últimos anos.