Chou Tzuyu
— Pronto — eu disse quando consegui fechar o zíper do vestido de Sana.
Ela virou de frente para mim, exibindo seu look da noite. Sana usava um vestido sem mangas e de gola alta, o tecido era quente, mas tenho certeza que não era o suficiente para manter ela aquecida, ainda estamos no inverno.
— Estou bem? O que achou? — ela perguntou, sorrindo largo.
— Você não vai sentir frio? Você vai ficar fora até tarde, você sabe que a temperatura cai ainda mais à noite.
— Eu vou estar usando um casaco, de qualquer jeito. Mas, hmm... — Sana foi para frente do espelho, analisando o que vestia. — Certo, mangas longas provavelmente serão melhores — ela riu, levando as mãos até a nuca. — Me ajude aqui.
— Claro, vire para o lado, por favor — ela puxou o cabelo para frente para me ajudar, enquanto eu descia o zíper. Logo, tive a visão das costas nuas de Sana.
— Você pode pegar a outra roupa que eu separei? Está em cima da cama, por favor — ela pediu em um tom doce, como se eu pudesse recusar um favor a ela.
Prontamente, andei até a cama e vi a segunda opção que ajudei Sana escolher. Estou satisfeita que a minha escolha foi a vencedora da noite. Quando voltei para frente do espelho, Sana estava terminando de passar o vestido pelos pés. Parei, admirando um pouco aquela visão, um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios. Sana estava apenas com a parte de baixo da roupa íntima.
— Minha namorada é tão... Sexy... — suspirei, vendo ela caminhar até mim e pegar as roupas da minha mão.
— Obrigada — ela riu, começando a se vestir.
Enquanto isso, eu assistia cada movimento. Às vezes, eu tinha esses momentos nos quais eu pensava no quão sortuda eu sou. Sana é uma mulher espetacular, ela é brilhante e tem uma personalidade forte. Seu coração é bom e ela é uma pessoa muito doce e carinhosa. Ela é linda por dentro e por fora. E agora, dentre as características dela que mais amo, eu contemplo seu corpo, inconsciente desta ação até ter os olhos confusos de Sana sobre mim.
Devo ter ficado com cara de idiota, babando, talvez.
A expressão confusa de Sana mudou para uma maliciosa quando se deu conta do que acontecia.
— Oh, você quer fazer coisinhas comigo? — provocou, fingindo timidez. Senti minhas bochechas esquentarem.
— Você poderia estar usando um saco e eu ainda iria querer fazer coisinhas com você. — Ela gargalhou e eu não contive o riso. — Que horas você volta?
— Estarei de volta às onze, mas aviso você caso eu me atrase — Sana se aproximou de mim, rodeando os braços em volta do meu pescoço para deixar um beijo em meus lábios. — Podemos fazer coisinhas mais tarde, o que acha? — ele perguntou quase sussurrando, próximo aos meus lábios. Sorri.
— Claro.
Sana se afastou, pegando as chaves sobre a cômoda e caminhando até a porta de casa, eu indo logo atrás.
— Estou saindo — anunciou.
— Divirta-se.
— Pode deixar — ela sorriu, me jogando um beijo antes de fechar a porta.
Suspirei. Agora, era hora de empacotar.
Sana foi encontrar algumas amigas dela antes de nos mudarmos semana que vem. Alguns dias atrás eu também encontrei os meus amigos.
Sentei no chão e peguei algumas caixas, deixando-as no meio da sala. Sana me ajudou a separar algumas coisas, essa última semana nos dedicamos bastante a isso. De qualquer forma, a maioria desses objetos vão ser jogados fora.
Livros de anotações antigos... Revistas... Jornais...
Foram algumas horas separando o que era lixo e o que iria com a gente. Estiquei minhas costas quando terminei a última caixa, arregalando os olhos quando ouvi um estalo. Seria a idade, já?
Olhei em volta, surpreendendo-me ao perceber que o chão da sala quase não aparecia de tanta caixa espalhada. Não sabia que tínhamos acumulado tantas coisas. Peguei meu celular, notando que já eram dez e quarenta da noite. Decidi tomar um banho e esperar Sana. Quando saí do banheiro, percebi que havia uma mensagem dela.
"Estarei em casa às onze e meia!"
"Certo. Dirija em segurança", respondi. "Amo você".
Nossa hora de deixar essa casa não vai demorar. Com um suspiro cansado, me joguei na cama de braços abertos, as costas contemplando o macio do colchão. Eu queria esperar Sana chegar em casa para poder dormir, mesmo que a exaustão estivesse me consumindo, então passei a olhar para o teto, mantendo os olhos bem abertos. Não demorou para que eu começasse a divagar.
Há uma certa tristeza em deixar esse lugar para trás, pensei.
Sinto como se minhas lembranças com ela ficassem para trás, também. Embora todas elas estejam dentro de mim.
Ir para um lugar novo com ela significa mais oportunidades de fazer ainda mais lembranças.
Isso. Eu não preciso deixar esse lugar me sentindo triste. Me sentei na cama, ouvindo o barulho de chaves logo em seguida.
— Tzuuu!
Meu peito se encheu de euforia em ouvir a voz dela, feliz em tê-la de volta. Me apressei para abrir a porta e recebê-la.
— Bem vinda de volta! — sou surpreendida com os lábios dela colando nos meus. Quando ela se afastou, recebi um sorriso doce, me derretendo. — Como foi?
— Foi divertido! Vou contar tudo amanhã. Vou tomar um banho rápido antes de fazermos coisinhas — ela passou por mim, indo em direção ao nosso quarto. Eu segurei a vontade de rir.
— Ei, não temos que fazer, você está cansada.
Ela parou, virando a cabeça para me encontrar. Desta vez, seu olhar estava mais intenso e o sorriso doce não estava mais lá; uma expressão séria que me fez sentir muitas coisas.
— Eu estava ansiosa por isso.
Eu devolvi o olhar, uma ideia passando pela minha cabeça. Ela me deu as costas, retirando os saltos. Me aproximei, segurando sua cintura.
— Então, me deixe tomar banho com você — sugeri, apertando-a.
— Claro — ela respondeu, me olhando apenas para me dar um sorriso malicioso. — Você ainda não tomou banho? — ela continuou o que fazia, se desfazendo das peças que vestia. Ajudei ela a tirar a blusa e tive que me afastar para que ela tirasse a parte de baixo.
— Bem, sim... — respondi sem jeito, ouvindo ela rir.
Quando me dei conta, ela já não vestia mais nada. Ela me olhou com aquele olhar repleto de luxúria e eu não pude evitar de ficar ansiosa pelo que viria a partir daqui. Sana pegou minha mão, me puxando para o banheiro.
Enquanto estivermos morando aqui, eu pensei:
Por que não fazermos mais algumas lembranças?
Notas finais
Voltei com um extra só porque fiquei com saudade das satzu de 48h, mas também pra alegrar os fiéis leitores desta história. Capítulo curto apenas pra dar um gostinho de quero mais. Talvez eu continue a história delas.
Até a próxima!
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Quarenta e Oito Horas | Satzu
FanfictionSana e Tzuyu estão em um relacionamento há mais de cinco anos que, devido a rotina da Chou, acabou se desgastando com o passar do tempo. Sana então decide que era o fim para elas, mas Tzuyu se recusa a terminar. Para que o relacionamento delas conti...