Capítulo 5: Os demônios ruivos.

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Olá, meus amores.
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Harry narrando:

Eles não se afastaram de mim.

Nem saíram fofocando sobre o fato de eu ser um lobisomem.

Eles nem se importaram.

Lembro que na minha primeira vida, eu só contei á eles no quinto ano, pois eu tinha medo dos olhares de nojo e medo, eu tinha contado á Hermione e Ronald no começo do quarto ano, e eles simplesmente se afastaram como se eu tivesse uma praga contagiosa. Eu devia saber que Fred e George nunca se afastariam de mim, eles são leais ás suas amizades e gostam de mim.

Ok, a mordida realmente causa problemas, mas eu não morderia ninguém, afinal eu não sou um alfa e o mínimo que minha mordida causaria era uma coceira na área mordida e sensibilidade a lua cheia, mas isso não é tão problemático assim. Não é tão ruim como parece, a mordida não te mataria, nem te transformaria, então não é tão ruim mesmo.

Fred e George podem até sentir medo de mim, mas eles não ligam tanto, eles falam que eu ser ou não ser um lobisomem não muda nada para eles, independente do que eu sou, eu ainda sou o amigo fofo deles. Isso é muito legal, eu me sinto tão...

... Tão aceito? Ou amado? Não sei se é essa a palavra certa, afinal eles ainda não podem sentir amor por mim, não é? Afinal me conhecem há pouquíssimo tempo e sentimentos não podem surgir do nada, eles não lembram de mim, mas eu os amo, porém não posso falar isso para eles agora. Não é a hora certa para isso. Acho que eles ficariam receosos comigo.

Me sinto bem, eles não correram de mim, e eu não me sinto estranho ao lado deles, parece que eu estou no lugar certo, com amizades certas dessa vez. É uma sensação ótima de amor, respeito e aceitação, é bom.

Acho que eles estão aprontando alguma coisa, não sei o quê pode ser. As vezes eu os vejo conversando e até escuto algumas palavras como mandrágora e poção. Espero que não estejam pensando em pegadinhas, estou ficando com medo, posso ser um lobisomem e um bruxo poderoso, porém contra os meus amados demônios ruivos não há como lutar, que eu não sirva de cobaia para pegadinhas. Amém!

Merlin, espero que eles não estejam pensando em fazer casaco com pele de lobo, se não eu estou realmente ferrado (brincadeirinha).

Sei que os gêmeos não fariam isso comigo.

Somos amigos afinal.

Mas pensando bem, eu já fui ferido por amigos que eu confiava antes, mas nunca por Fred e George. Quem eu pensava serem amigos, me envenenaram para me manipular, Dumbledore, Molly, Hermione e Ronald me envenenaram, foram eles que me mataram, a culpa foi deles. Eu confiava neles e eu os amava, eles eram minha família, mas mataram a mim e aos meus parceiros.

Não.

Os gêmeos sempre foram bons para mim.

Era eles que me mandavam comida e poções quando eu ficava doente, foi eles que me ajudavam, Fred e George não poderiam me trair, somos almas gêmeas e eles não podem me machucar. Eu sei disso. Então por que estou com tanto medo? Eu estou sendo paranóico e sei perfeitamente disso, talvez seja trauma?

Droga.

Eu tenho que parar de desconfiar de todos. Por que isso é tão difícil? Fred e George são bons, eles nunca me machucaram.

Sinto saudades.

E doí tanto, incomoda muito e eu tento ignorar, mas eu não consigo.

Era bom estar com eles.

De um jeito divertido e estranho, mas eu diria perfeito também, eu me sentia eu mesmo, sem ter que fingir estar bem, sem ter que sorrir quando não quer, não fingindo ser o garoto de ouro da Grifinória. Apenas Harry. Para Fred e George eu sempre fui o Harry, o adorável Harrikins ou Hazz. E não o Harry Potter, salvador do mundo bruxo.

Pena que tivemos um tempo tão curto juntos por causa daqueles malditos bloqueios, compulsões e poções.

Agora eu vou ter uma segunda chance e sei que dessa vez eu vou ficar bem.

Autora narrando:

Fred e George estavam aprontando algo, isso era algo certo. Mas o que se passava na mente maquiavélicas daqueles gêmeos ruivos? Harry pensou nisso durante um bom tempo, o que eles poderiam estar a aprontar agora?

— Harry, você está pensativo demais... — Fred o chamou, finalmente Harry prestou atenção nele, o ruivo estava o chamando á cinco minutos.

— Ah, oi... — Harry respondeu com um sorriso suave e tentando disfarçar a sua distração, estava tão avoado ultimamente —... Eu me distraí pensando em algumas coisas. O que foi?

— Perceptível — George deu risada disso, Harry era tão adorável, mas as vezes parecia ser alguém tão triste — Estávamos falando que você já escreveu trinta e cinco linhas á mais no trabalho de poções do professor Snape.

— Ah! — O moreno leu o que estava escrito, pelo menos estava decente, a sua caligrafia não era desajeitada como antes, era redondinha, curvilínea e bonita, ele tinha finalmente aprendido a escrever direito com uma pena. — Nem tinha percebido, estou tão distraído hoje.

— Percebemos — Os gêmeos falaram juntos, sorriam como os demônios que eles eram, Harry os achava fofos demais — Queríamos saber se você tem alguma ideia de pegadinhas?

— Não, mas assim que eu pensar em algo, eu falo para vocês... — Harry respondeu, passou-se alguns minutos em silêncio, ele lendo a redação novamente para ter certeza de que estava certa, o moreno pegou uma folha de pergaminho começando á desenhar, algumas ideias surgiram devagar —... Já pensaram em balas que te transformariam no animago que você poderia ser? Ou talvez um doce que muda a cor dos cabelos e das roupas das pessoas? Eu não tenho muitas ideias...

— Parece uma ideia interessante... — Fred sorriu, anotando-as —... Temos caramelos que apenas fazem desaparecer os cabelos e sobrancelhas da pessoas, estamos inventando alguns Feitiços de pegadinhas, pensamos em um kit mata-aulas, mas estamos sem alguns ingredientes e tentaremos isso mais futuramente...

— Acho que é melhor eu ficar de olho em vocês para não aceitar os seus docinhos — Harry deu risada disso, quando Fred descreveu a mais nova invenção deles, um tipo de tinta que não saia da pele e só ficava mais escura á cada vez que era esfregada e um docinho que fazia as vestes das pessoas sumirem, os gêmeos fizeram biquinhos e cruzaram os braços com tristeza fingida, a expressão deles se tornando a mais sonsa possível.

— Somos inocentes... — George falou, se fazendo de bobo, se Harry não os conhecesse teria acreditado tolamente.

—... Nunca faríamos isso com você — Fred completou em uma voz inocente, mas havia um brilho quase adoravelmente demoníaco em seus olhos maliciosos e castanhos.

— Aham, sei... — Harry riu, olhando-os com diversão e ternura, ele não conseguia ficar sério perto dos gêmeos, os ruivos o faziam rir com tanta frequência, ele se sentia tão bobo perto dos ruivos, o seu coração acelerava e ele sentia aquele sentimento quentinho e gostoso, era tão bom.

Ele sentia amor.



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Até o próximo capítulo, meus amores.

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