Segunda Chance.

Capítulo 7: Atrasado.

Olá, meus amores.

Harry acordou dolorido, os seus músculos latejavam quando ele saiu apressado da cama, ele foi tomar banho, naquele dia ele tinha acordado muito tarde, mas ainda dava para ir ás aulas, ele não queria, mas tinha que ir. Harry sentia como se sua pele estivesse queimando, porém ele deixou para lá, as transformações eram sempre difíceis de lidar, o que ele poderia fazer, não é mesmo?

Ele tomou um banho rápido, depois vestiu o uniforme, as suas costas doíam tanto, ele sentia como se sua pele estivesse sensibilizada, mas estava bem o suficiente para ir á escola. Perder aulas por causa de uma simples dor não era de seu feitio.

Não comeu o seu café da manhã, pegou os seus livros dos primeiros períodos, correu até a sala de poções, chegando cinco minutos mais cedo que o professor Snape, sentou-se ao lado de Ronald Weasley. Sentiu vontade de quebrar o pescoço sardento do garoto e até lhe lançou um olhar animalesco cheio de desejo por sangue, queria ver se Ronald tentaria outra vez estragar alguma poção sua.

Ter o azar de sentar com Ronald depois da lua cheia só o fez ficar de mal humor e pensar ainda mais em assassinato, mas ele suspirou e se acalmou. Não podia matar ninguém. Pelo menos não ainda. Mas bem que ele desejava isso. Controle-se, Harry, controle-se, pensou em uma voz irritada.

Ele olhava as instruções com atenção, picando direitinho os ingredientes, fazendo tudo certinho, mas a sua poção ao invés de ficar verde ficou azul e Harry não entendeu o porquê. O que estava acontecendo? O caldeirão explodiu, Harry suspirou e se protegeu do estilhaços com um feitiço, esperava por algo, três, dois, um...

— Você é tão incompetente que não sabe fazer uma poção, Potter? Realmente tão parecido com o metido do seu pai patético — Severus falou, Harry o encarou nos olhos, mas deixou para lá, resolvendo não respondê-lo, afinal sabia que Severus lhe daria uma detenção e era exatamente isso que Snape queria, ok, o professor podia ter motivos para odiar o seu pai, mas por que ser idiota com ele? Harry não iria ser um cabeça quente, iria ser friamente educado — O que foi? Perdeu a língua, Potter? Não vai responder?

— Desculpe-me, professor, isso não irá ocorrer novamente — Resolveu esperar a aula acabar para que pudesse lançar uma azaração em Ronald Weasley, uma maldição como Cruciatus lhe causaria prazer, mas por enquanto ele não podia, fazer isso no meio da aula seria ruim e lhe daria uma detenção com o professor mal humorado Snape.

— Acho bom — Severus ficou frustrado, queria tanto dar uma detenção ao Potter por sua incompetência e por suas respostas que deveriam ser malcriadas, mas o garoto apenas lhe respondeu com uma fria educação puro-sangue, sem parecer se importar pelo que Snape tinha falado de seu pai. Por que Potter não se importava?

Droga, o que provocaria raiva em Potter? Harry tinha que ter algum ponto fraco, mas o que poderia ser?

Finalmente a aula acabou, Harry se afastou dali, ele sorriu e lançou uma azaração nos cadarços dos sapatos do ruivo implicante, vendo-os dar nós, o ruivo caiu de cara no chão, isso lhe causou um sorrisinho satisfeito e contente. Preferia Avada Kedavra ou Ctuciatus, mas essa maldição o mandaria direto para Azkaban.

Então apenas aguentou, talvez futuramente ele pudesse rasgar a garganta de Ronald Weasley com as próprias garras, só de imaginar isso ele estremecia de antecipação e prazer.

Paciência não era algo que fazia parte do seu vocabulário, mas não havia nada que ele pudesse fazer por agora.

— Por que você não me acordou? — Perguntou em uma voz tranquila á Draco, ele não estava brigando, apenas não entendia isso, ele acordava os seus amigos quando eles estavam atrasados.

— Eu tentei, mas você rosnou para mim — Draco encolheu os ombros, dando um sorriso pálido e culpado — Você parecia estar estressado, eu pensei que você fosse arrancar a cabeça do meu pescoço, me desculpa? Na próxima vez eu prometo que te acordo, Harry.

— Eu rosnei para você? — Harry perguntou chocado, ah, lembrando-se das vezes que fizera isso, o moreno corou de vergonha, ótimo, Draco ia acabar descobrindo o seu segredo, isso era maravilhoso!

Ele tinha agido como um lobo enquanto dormia. Que vergonhoso!

— Sim, você me desculpa por não te acordar? — Draco perguntou baixinho.

— Tudo bem, deixa pra lá — Harry riu, sentindo o seu rosto esquentar, ele desviou o olhar com vergonha e raiva de si mesmo.

— Harry, você está vermelho, está tudo bem? O que foi? Por acaso está doente? — Draco perguntou, inclinando a cabeça em pura preocupação, os seus olhos azuis-acinzentados tinham um brilho estranho, parecia que ele estava mesmo preocupado com Harry.

— Aham, eu estou ótimo, Malfoy — Harry saiu dali, estava rindo de nervoso, ele estava ótimo e com muita vergonha. Sério? Rosnar justo para Draco Lucius Malfoy?

Harry foi para a próxima aula, dessa vez ele chegou no horário certo.

O resto do dia passou rapidamente.

Harry estranhamente não viu os gêmeos naquele manhã, o que tinha acontecido? Eles estavam fugindo dele? Ou provavelmente ocupados com as tarefas do terceiro ano, poderia ser isso, ou Fred e George estavam pensando em uma pegadinha, provavelmente era isso. Eles eram criativos e inteligentes, podiam passar dias pensando em piadas, pegadinhas e brincadeiras!

Harry estava debaixo de uma macieira, olhando o lago negro com pensamentos distraídos e preocupados. Ele estava pensativo há algum tempo, sobre sua vida, olhou para as próprias mãos, sentia-se tão solitário ultimamente.

Ele estava mais tranquilo depois de alguns minutos mergulhados em sua própria mente, estava se sentindo mais satisfeito depois de ter almoçado, ele suspirou cansado, voltando á ler o seu livro de feitiços. Ele já sabia de tudo o que estava ali, mas ler nunca era demais, não é?

Harry gostava de Feitiços.

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Até o próximo capítulo, meus amores.