Capítulo 8

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Rys

Reino Leste
Estrelaris

O sol já começava a se pôr, um leve vislumbre das três luas fez uma agitação tomar meus pensamentos, me causando uma ligeira irritação. O ar fresco da primavera soprou em meu rosto, carregado pelo cheiro de maresia. Observo enquanto alguns soldados começam a cochichar entre si.

-Será que ele conseguiu atravessar? -A voz de Lysandra se vez presente ao meu lado direito.

O grupo de homens permanecia a postos, atentos a qualquer sinal que surgisse da direção oposta, bem à frente do exército real.

-Ele teria sido lançado de volta, se não tivesse passado. -Mencionou Simon, tentando pensar racionalmente.

-Ele pode ter sido lançado para o outro lado. -Alegou o feiticeiro, um homem de idade avançada e calvo, com um desenho de serpente tatuado na careca.

Lysandra fez que não, ao notar minha péssima expressão na direção do velhote. Eu o teria esganado se pudesse.

-O senhor disse que era seguro. -Digo entre os dentes, o maxilar travado na tentativa de conter a raiva.

-Imagina, Majestade. -Ele começa a negar. -Como eu poderia garantir algo dessa magnitude? -Ousou me desafiar. -Eu disse que poderíamos tentar, mas que nada era garantido. -Dispara o homem, sem parecer ter amor à própria vida.

Odeio feiticeiros. São todos da mesma corja, um monte de esterco inútil, com patuás e ervas, mas por incrível que pareça, o senhor Melar estava em minha corte desde o reinado de meu pai, é incrível como após tantos anos, ele permaneça sem serventia alguma.

-Alguém me traga uma bruxa. -Fecho os olhos para aplacar a descarga de fúria.

-Sim, uma bruxa seria uma opção melhor, Majestade. -Disse o velho com uma cara deslavada. -De preferência a criadora da barreira. -Seus lábios se afrouxaram em um sorriso lépido. Melar sabia muito bem que não havia como achar aquela bruxa, pois ela tinha desaparecido a mais de vinte anos, após edificar sua criação, a barreira mágica que separa o meio oeste, do leste.

-Merda. -Praguejo.

-Esses, não são modos agradáveis, Majestade. -Provocou.

-Cale-se Melar, ou juro que ficará sem a língua essa noite. -Aviso nada contente, mas o homem senil parece totalmente alheio a minha posição e ameaças. Ele sorri ao assentir, como se me provocar fosse sua maior diversão.

-Talvez tenha sido jogado em outro ponto. -Lysandra volta a falar. Ela passou a mão em seu rabo de cavalo, uma típica mania sua, que exibe claramente seu nervosismo. Seus olhos âmbar intercalavam entre mim e a ponte, ansiosos.

-Deveria ter ido eu mesmo. -Disparo, já cansado da espera.

-Você é o rei, não podia se arriscar no covil dos lobos, para salvar uma garotinha. -Ela alegou firme.

Ergo uma sobrancelha em sua direção, devido a escolha específica de analogia. Lysandra revira os olhos, ao se dar conta do que havia acabado de dizer.

-Você me entendeu. -Ela tenta se defender.

Seis soldados caminharam em direção às falésias para fazer a ronda e tentar captar qualquer sinal, que indicasse que Cas estivesse preso, ou pior. Contudo, fora inútil, daquele ponto específico era impossível ter qualquer visão límpida, ou fraca que fosse, do que quer que estivesse do outro lado da ponte, a neblina densa cuidava de ocultar todo seu perímetro, tornando a análise impossível a qualquer observador.

Sua estrutura calcária permanece firme, faça chuva ou faça sol, sua estrutura continua intacta e toda a construção se mantém imutável, inabalável, impregnada de magia.

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⏰ Última atualização: Sep 21, 2022 ⏰

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