Quando recobrei minha consciência estava sentado em uma desconfortável cadeira, de frente para uma mesa de interrogatório, com isto, ao tentar coçar meus olhos notei que estava com os pulsos presos atrás das costas, foi quando ouvi a voz de Jennifer atrás de mim.
— Já vou te soltar, foi só pra caso do nada você... bem, não passasse no teste. — Escutei o estalo de uma tranca, assim alisei levemente meus pulsos que estavam avermelhados e doloridos. — Seja bem vindo.
— Bem vindo a o que exatamente Jennifer? — Comentou erguendo meu corpo da cadeira, virando-me em sua direção. — E o que era aquilo de antes? — No fundo estava no auge do nervosismo, todavia, tento ser o mais transparente possível, afinal eu n sei se contar isso de uma maneira forçada seria confortável de ler.
— Você está na Agência Resplandecente do Expurgo Sobrenatural, ou A.R.E.S para encurtar. — Uma nova voz entra na conversa.
O abrir da porta à minha direita revela um outro indivíduo, não parecia passar dos 12 anos de idade, o garoto também tinha longos cabelos loiros e olhos literalmente alaranjados como um pôr do sol, e de forma um tanto surpreendente, ele tinha uma auréola junto de asas tão alaranjadas quanto as próprias íris.
— Salem, eu avisei que ia explicar tudo para ele, agora do nada aparece você estragando tudo! — Jennifer parecia incomodada de verdade com a aparição do garoto alado, sério... sabe aquele lance de "desligar o cérebro" e aceitar tudo que tá acontecendo ao seu redor? Eu sinceramente só não estou pirando por conta disso!
— Você deve ser o Gael. Ela falou bastante sobre você quando aquele demônio a atacou. — Salem estende sua mão em minha direção.
— Me perdoe a pergunta mas, essas asas são de verdade ou é um cosplay? — Aperto a mão do garoto que pareceu rir e fez as mesmas ruflaram discretamente. — Se não fosse pela maluca do espelho, podia jurar que isso aqui não é nada além de um grupo de RPG de mesa.
— Ah não, as nossas sessões são apenas nas quintas feiras. — Salem olha para Jennifer que mesmo emburrada sai da sala me deixando sozinho com a criança alada.
— Eu sou bem mais velho do que aparento se é o que pensa. — O garoto se senta em uma das cadeiras e aponta para a outra, apenas me prostrei nela.
— Saquei, você é tipo aquelas crianças de anime com um monte de poder e uns quinhentos anos de idade. — Dou de ombros, enquanto as asas do loiro se recolheram junto da aréola que acabou sumindo.
— Na verdade, eu tenho quatrocentos e noventa e três anos. — Salem dá uma risada e apenas o acompanho, por não fazer ideia de como reagir exatamente para com aquela informação. — Então, você deve estar curioso sobre o que fazemos aqui né.
— Vocês enfrentam demônios. — Respondo de uma forma tão transparente que Salem se assusta. — O que, eu vi vocês lutando lá na ponte, pelo menos, eu acho que foram vocês. — Sinceramente, eu como um nerd fã desse tipo de coisa, só tô achando as coisas um tanto interessantes.
— Caramba, o Tiago esqueceu de novo de hackear o sistema de câmeras, sério... da próxima vez eu vou demitir esse cara! — Salem se levanta da cadeira e vem em minha direção. — Seguinte, a gente realmente enfrenta demônios e mais coisas por aí, o que der na telha em prol de manter a paz nesta cidade e bem, a Jennifer ficou ENCHENDO o meu saco até criarmos uma situação conveniente para assim, chamar você para cá.
— Criar uma situação convincente, então... isso significa que
— Sim, fizemos aquele demônio ser atraído para você, e não precisa se preocupar, não tem mais nada dela em você, expurgamos ela por completo desse plano.
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Os Contos de Nova Atlântica I: O Culto Infernal
General Fiction"Prepare-se para uma aventura eletrizante no país de Vera Cruz, onde mistérios ancestrais e o sobrenatural se entrelaçam na cidade de Nova Atlântica. Junte-se a uma equipe improvável composta por um bibliotecário perspicaz, uma misteriosa deusa do p...