VIII: Espera, Igrejas e Avatar?

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— Ei cara, dá pra você parar de correr igual um maluco para cima de mim?! Eu não sou um alvo! — Desviei com enorme facilidade, a vantagem dele ser do tamanho de um ônibus, que era fácil agora deslocar-me entre suas pernas ou simplesmente rolar para os lados ou dar grandes saltos que com certeza o tirava do sério.

— É sim! Um alvo muito rápido e irritante. — O gigante verde simplesmente movimentou seu braço tentando acertar meu corpo com um soco na lateral.

Em resposta ao ataque do maior, não tive outra escolha a não ser evocar Ascalon, girando meu corpo em uma agilidade bem mais fluida e com isto, atingir um corte horizontal direto na mão do colosso, o fazendo urrar de dor enquanto chamas carmesins que consumiam a carne de seus dedos, obrigando-o balançar o respectivo braço em desespero.

— O que é você?! — A criatura tentou exclamar, mas antes que fizesse outra coisa, decidi agir.

Saltei em alta velocidade, aplicando força o suficiente para criar uma leve rachadura no asfalto ao dar o impulso, e graças aos sentidos vampíricos consegui pousar meus pés entre os ombros do mesmo, fincando Ascalon em sua nuca e com isto derrubando o monstro que se debatia em meio às suas tentativas de se livrar de mim que em resposta, mais parecia um peão de rodeio, segurando o cabo de Ascalon com ambas as mãos.

— Eu sou aquele que vai controlar o Equinócio. — Puxei Ascalon.

O gigante se debateu tentando me agarrar enquanto apenas se esparramava pelo solo, dei um pulinho de seu ombro, pousando sem oferecer peso ao asfalto e com isto se desfez em cinzas. Em seguida ouvi uma buzina e virei meu rosto a tempo de ver uma caminhonete vindo em alta velocidade, mais uma vez saltei para trás, caindo no calçadão e me assustando, pois acabei derrubando um grupo de pessoas que por ali passava, estava completamente confuso ao também notar que uma criança gritou ao olhar em minha direção apontando para mim enquanto dois guardas de trânsito correram para me abordar.

— Mas que diabos! — Ergui-me rapidamente mas, as mãos dos guardas me agarraram como grilhões, é claro que no fundo sabia que era só uma questão de esforço para me livrar deles.

— Moleque, tu vem com a gente. — Disse um dos guardas.

— Ô seu guarda, o que eu fiz? — Me fiz de idiota.

— Você sabe muito bem o que você fez. — O outro tomou a dianteira enquanto eu era escoltado com a mesma simpatia de um drogado recebendo um enquadro.

— Não, eu não sei. — Olhei para um dos guardas que se espantou ao olhar minha face, ficando estático. — Poderiam me soltar, é sério, não faço a menor ideia do que vocês tão falando. — Comentei levianamente, vai que aquele papo colava.

Dito e feito, o primeiro guarda soltou meu braço enquanto o segundo se espantou, olhando para seu colega que por sinal estava praticamente catatônico.

— Sim... Poderíamos soltar ele Sargento, mas aí, quem a gente ia colocar a culpa pelo...

— Cale a boca Soldado! — O homem de maior graduação o cortou, eu apenas virei meu rosto em sua direção e sem nenhum tipo de surpresa ele se manteve nesse estado catatônico. — Na verdade, ultima forma! Garoto, vai logo seguir teu caminho.

Respirei aliviado notando que estava livre de ambos os meus breves problemas de azul e branco, caminhei um pouco apressado dentre a multidão, foi quando comecei a tentar revisar o que o gigante tinha feito, com certeza era uma fenda ilusória para me prender, só não estava entendendo o motivo de especificamente eu ser o alvo dele, foi quando senti um aroma intoxicante, ao ponto de fazer meu estômago arder em fogo, sentia aquela sensação.

Os Contos de Nova Atlântica I: O Culto InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora