X: Súcubos, Bruxas e um PlayStation 2

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Estava diante do templo do andar acima de onde era a saída da residência de Kaori e Yalin, uma expressão serena estampa minhas feições ao levar ambas as mãos contra a madeira e empurrar a estrutura com força, na qual emitiu um alto som, roncando feito um móvel antigo e defeituoso. Meus olhos foram recepcionados por uma luz arroxeada ténue, unidos de um aroma adocicado que ao ser inalado me fazia sentir um leve calor em minhas entranhas, de certo que eram afrodisíacos. Pensei apenas na ocasião em que tinha exorcizado aquele jovem meses atrás na sede da I.S.I.S enquanto o local apenas era um simples e surrado galpão, aquele cheiro era igual e a memória sensorial só me instigava a relembrar da experiência, daquela tortura que havia tido, propositalmente disfarcei o tom avermelhado dos meus olhos enquanto dei passos calmos, ecoantes por aquele ambiente, sendo observado firmemente por olhos similares à peças de ouro e corpos que com certeza chamariam a atenção para todos os tipos de gostos e pessoas.

— Intruso! — Urrou um dos seres ali presentes, abrindo suas asas de morcego e emitindo um chiado alto de seus lábios, muitos estavam tensos enquanto uma outra criatura se aproximou de mim.

— Eu... Eu lhe conheço. — Comentou este com lágrimas nos olhos, suas feições joviais me fizeram relembrar, aquele era o Íncubo que tinha exorcizado. — O que faz aqui?

— Porque fala com ele?! Não está vendo que é um intruso?! — Urrou uma súcubo ao longe, os outros seres estavam ficando cada vez mais atiçados pelo frenesi, estava com um nervosismo aparente e a mão esquerda com Beladona que parecia sibilar apenas em meus ouvidos feito uma serpente arisca, ouvi outro ruído, o som de algo se chocando com força em algum tipo de metal, virei o rosto naquela direção e vislumbrei outra Súcubo, esta não fazendo uso de vestimenta alguma e que tinha aspectos sombreados acentuando suas curvas, aparentemente aquilo deveria ser um robe, só que era praticamente transparente, bem, quanto aos seus trejeitos corporais, fiquem na imaginação de vocês, o problema era simplesmente descrever a aparência física desta, isso pelo motivo de suas feições, estatura e tom de pele estar em constante mudança, sempre para algo cada vez mais chamativo aos olhos tão maliciosos.

— Diga vampiro, o que faz aqui? — A mesma simplesmente sumiu do meu campo de visão e repentinamente senti uma dor em meu tórax, que fez literalmente voar e bater as costas em uma pilastra, tentei movimentar-me, todavia fui puxado pela garganta e lançado para o outro lado da sala, atravessando a parede acima do trono e a visão tornou-se turva por um instante.

Mal tive tempo de deslocar-me arrastando o corpo no chão mesmo, dando impulso e erguendo a postura, voltando a visão para a mulher que usava um martelo em sua mão direita, ela gargalhou e disse com escárnio em seguida girando o armamento fazendo um literal efeito de eletricidade eclodir daquele martelo com seu balançar, respirei fundo e um estalo se fez presente no tórax, meus ossos estavam voltando para o lugar, agradeci mentalmente pelo sangue concedido por Yalin, muito provavelmente se não fosse por aquilo teria sérios problemas para regenerar-me, a súcubo avançou em sua agilidade assombrosa, contudo, agora que estava focando nela conseguia acompanhar sua velocidade.

— Eu ordenei, me responda, o que você pretende fazer neste lugar?! — A rainha exibia um sorriso sádico e vinha em um ataque reto, o braço esticado.

Reconheci instantaneamente aquele movimento, então corri na direção da rainha alcançando seu corpo antes que o braço fizesse um arco horizontal, estico Beladona na qual serpenteou-se, mordendo a carne com o fechar de meu punho transmutado naquela cabeça de cobra, senti seu rádio esmigalhando-se junto da musculatura do antebraço sendo dilacerada, obrigando a rainha a gritar que em resposta tentou fincar suas garras em meu rosto, todavia usei da mão livre entrelaçando meus dedos contra os da súcubo e assim apertei o local, esmagando os respectivos metacarpos e arrancando lhe um grito, que assemelhou-se com um ávido gemido, por fim puxei ambos os braços abrindo-os e diminuindo a distância de nossos corpos, aquilo fora o suficiente para finalizar aquela combinação de golpes em uma joelhada no abdômen desta, soltei-a completamente quando a força de meu chute fora o suficiente para fazê-la rolar por aquele chão, Súcubos e Íncubos mais fracos ficaram desesperados, sua rainha estava encolhida no chão, aparentemente impotente.

Os Contos de Nova Atlântica I: O Culto InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora