29° capítulo

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Paola tem um cheiro doce, aquele perfume que dá vontade de comer de tão gostoso que é. Fiz carinho nos cabelos dela, e Paola dormiu. Adormeci também. Acordei com meu braço dormente, um peso sobre meu peito, olhei e era Paola, fiquei observando ela dormindo. Paola parecia um anjo, e até dormindo ela era linda.

Depois de um tempo observando ela, Paola foi abrindo os olhos devagarinho, me olhou e sorriu, ela tem o sorriso mais lindo que vi na vida, com aquele sorriso ela conseguia amansar qualquer valente. Falei:

-Bom dia meu anjinho

Ela:

-Bom dia meu bem.

E sem esperar, Paola veio pra cima, e me deu um selinho. Por mais que eu e ela já tivéssemos ficado antes, agora estava sendo tudo diferente. Eu nunca tinha percebido a mulher que Paola era. Não sei em que mundo que eu estava, que não percebi o quanto ela é incrível e sempre esteve do meu lado me apoiando em tudo. Paola se levantou e foi lavar o rosto. E eu continuei deitada, pensando em como eu não percebi ela antes. 

Sempre que ia matar aula, Paola me mandava estudar, sempre que chorava Paola aparecia e me fazia rir, Paola sempre me dava os melhores conselhos, e me falava coisas que ninguém tinha coragem de me falar. Paola é a única pessoa pra quem eu nunca menti, e com ela eu não preciso fingir ser alguém que não sou, com ela eu podia ser eu mesma. E a gente nunca combinava, o destino sempre dava um jeito de nós unir, Paola parecia sentir quando eu precisava dela, e ela aparecia e vinha falar comigo. E quando ela precisava, eu sentia um aperto no coração e alguma coisa me levava até ela.

Minha prima Raquel me viu ali pensando e perguntou:

-O que que você tanto pensa Gih, é naquela Beatriz né.

Eu:

-Não, estava pensando na Paola.

Ela:

-Humm na Paola, mas ela não era hétero ? 

Eu:

-Sim ela é hétero

Minha prima:

-Então nem se ilude, que vai ser só mais uma pra te fazer sofrer. *Minha prima estava certa, mas dessa vez eu não estava fazendo nada para ter a Paola, simplesmente as coisas estavam acontecendo. 

Eu:

-Não vou me iludir, relaxa, mas me diz o que você achou dela. 

Ela:

-Ah ela é uma menina boa, inteligente, educada, e muito linda, a calmaria dela me irrita, mas eu vejo que ela te faz bem, então estou me esforçando pra gostar dela.   *olha nunca vi minha prima elogiar nenhuma menina que já fiquei, a Paola era a primeira, até estranhei. 

Levantei, tomei um banho, botei a roupa pra caminhar, e passei nos quartos acordando a galera, eram 7h00 da manhã, e só eu, Paola e Raquel estávamos acordadas. Raquel ficou no quarto mexendo no celular, botei a chaleira no fogo, e sentei no sofá da rua, Paola veio até mim e ficamos conversando, esperando os meninos acordarem pra tomarmos café todos juntos. 

Ela:

-Me diz se você pudesse escolher seu futuro, como seria? 

Eu:

-Eu pretendo ser policial, ter dois filhos, uma menina e um menino, e pretendo me casar com uma mulher que me entenda, me complete e também queira ter filhos.

Ela:

-Legal gostei, eu pretendo ser psicóloga, se eu pudesse escolher teria um filho, com um nome de Guilherme, adoro esse nome  *É o mesmo nome que eu botaria no meu filho, mas que coincidência. Quero ter cachorros e um cavalo, amo os animais, só não sou muito fã de gatos.

Eu:

-Nem eu, acho que os gatos me odeiam. Mas me diz o que que você mais gosta de fazer? 

Ela:

-jogar futebol, é a  coisas que me sinto livre. Que me sinto viva, sabe.

Eu:

-Sei é exatamente a coisa que eu mais amo.

Ela:

-Quem sabe um dia a gente não faz isso juntas.  

Eu:

-Você é tão calma, tão incrível, você me faz tão bem. Confesso que quando te vi pela primeira vez, te julguei pela beleza. 

Ela:

-Você pensou que eu fosse ignorante, metida, e nojenta né *exatamente

Eu:

-Pensei, é que quando eu cheguei naquela sala atrás da Beatriz. E te vi lá toda séria, pensei *essa menina deve ser tão folgada igual todas as meninas bonitas, que sabem que são bonitas. 

Mas quando começamos a jogar, e você começou a falar, paguei a minha língua, você tava sendo legal, engraçada, espontânea, não era nada daquilo que eu imaginava, você me fazia rir naturalmente, e você dava risadas das coisas que eu contava, e quando me vi estava com os olhos presos aos seus.

 *Porém naquele dia eu só olhei e pensei 'que menina linda', mas não tinha vontade de ficar com ela, eu já estava com quem eu amava, então aconselhei o Gui a ficar com ela.

Ela:

-É eu percebi teus olhares, não soubesse disfarçar, e eu também não, tinha gente que me olhava querendo me matar. 

*Já ela me olhava sorrindo, se eu não conhecesse a Bia, com certeza teria ficado com a Paola.

Eu:

-Mas me diz você, as pessoas nunca te julgaram pela sua beleza ?

Ela:

-Já inúmeras vezes, mas eu sempre fui insegura por conta do estrabismo. Então sempre tentei ser a melhor pessoa com todos.

Eu:

-Nunca vi esse teu problema como um defeito, muito pelo contrário te deixa ainda mais linda ainda, e única . Mas por favor nunca muda esse teu jeitinho de ser, seja sempre essa menina maravilhosa que você é 

Ela:

-Pode deixar. 

Os meninos acordaram, e soubemos disso porque escutamos gritos e risadas,  e eram eles brincando de lutinha. Fomos lá ver, estavam em uma rodinha, e dois dos meus primos rolavam no chão, lutando Jiu Jitsu. Paola falou:

-Nossa adorava brincar de lutinha, sempre ganhei.

O David então falou:

-Luta contra ela Gih, a Giovanna nunca perdeu pra ninguém 

A Paola:

-Mas pra mim ela perde.  *Topei o desafio, sempre fui bem competitiva, se ela falou que ganha, vai ter que provar.

Os meninos saíram e eu e Paola fomos pro colchão. Já começaram:

-Eu aposto na Paola em *Todos eles torcendo pra Paola, traidores. 

Começamos de joelho pra não se machucar. E quando ela mesma falou 1,2 e já, nem deu tempo deu fazer nada, ela me derrubou pra lado, e montou em cima de mim. Riu e falou:

-Falei que você não iria ter chance.

Usei a raspagem do Jui jitsu e foi minha vez de ficar em cima, segurei as mãos dela em cima da cabeça, e falei:

-Então gatinha aqui só acaba, quando o outro bater no chão.

Quando tentei girar o corpo, e aplicar o peso de mil quilos em cima dela, ela se contorceu toda e conseguiu sair de baixo de mim, e num golpe rápido, ela estava em cima de novo, me pegou pela gola e aplicou um estrangulamento  *foi golpe baixo, não teve como não bater, e ela ganhou.

Saiu de cima de mim, e me ajudou a levantar, meus primos me zoaram um monte, e ela estava adorando.

Eu sorri daquilo, e pela primeira não liguei de ter perdido. Perdi a luta mas ganhei o sorriso dela.

Maldita Satanista (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora