Lander

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Para os seres que não tem grande longevidade as histórias da guerra não passavam de lendas, mitos ou histórias para ou assustar crianças ou encorajar jovens.
Durante os últimos períodos da guerra alguns elfos tiveram relações com humanos, essas uniões eram proibidas desde a época de Zanfira e Dorthien, bem, era lindo mas... Como sabem foi proibido tais uniões e mesmo assim essa lei nunca foi amplamente seguida. E foi dessas uniões que nasceram os chamados "Meio-Elfos", seres que tem tanto características humanas como elficas, a união de várias raças gerou novas gerações de seres assim como a longevidade. E dessa união nasceu Lander Silrelii

*

Em algumas cidades, vila, assentamentos não viam essa cruza de seres com bons olhos (dependendo das experiências passadas) a cidade onde Lander nasceu não via os Meio-Elfos com bons olhos, eram relegados ao ostracismos e muitas das vezes a perseguição quase sistematizada.
Lander Silrelii tinha cabelos castanhos claros até a altura do pescoço, seus olhos eram de um tom verde como as folhas das árvore em plena primavera, era alto para os padrões de sua cidade, sua pele era grossa não era macia como se esperava de um elfo (se bem que ele não era um elfo totalmente). Usava roupas típicamente rudimentares feita por outros Meio-Elfos, as demais vilas e cidades da região de Qarly partilham desse pensamento sobre eles então o senso de irmandade entre os Meio-Elfos é bem forte.

-E não volte mais. Bradou o homem a expulsar Lander de sua taberna.

O meio-elfo cai de cara a rua, seu rosto fica levemente arranhado e com alguns hematomas (a pele era mais grossa que o normal mas não era indestrutível).
Os transeuntes estavam a olhar o ser caído: "será que está morto?", "Eu até ajudaria se não fosse um 'meio-elfo', "Pra ser enxotado assim deve ter feito por merecer"...
Lander começa a recobrar a consciência, o mundo está a girar a sua volta, sentia um forte gosto de sangue de sua boca, lentamente ele recobra as forças e tenta se levantar, com dificuldade mas consegue se por de pé, ostentava um olho roxo, um corte no supersilio que estava a escorrer sangue, alguns arranhados porém iria sobreviver mais um dia para contar história.
As pessoas olham com espanto, nojo, raiva... Um misto de sentimentos desferidos ao agredido que com um certo ar de deboche apenas sorri e começa a andar como se nada tivesse acontecido, as pessoas dão passagem e ficam a olhar ele caminhando.

"Sempre... Sempre esses olhares"

-Não entrem aí. Falou Lander se virando e apontando para a taberna. -O guisado de peixe não é fresco. E ele volta a andar.

"Esses olhares... Quando será que iram mudar? Será que ninguém sabe ser educado?"

Não era a primeira vez que sofria agressão em sua cidade, sabia que tão menos seria a última pois as pessoas da região de Qarly não eram tão amistosas com Meio-Elfos e outras raças mescladas, por muitos anos Lander quis saber a razão disso, talvez no fundo ele soubesse mas não quisesse enxergar. Em outros lugares talvez como o vale de Yarin onde há mais dignidade para meio-elfos, na cidade de Yurvi havia até Meio-orc's que eram respeitáveis membros de guildas... Ainda havia esperança de uma vida melhor mais esse sonho é distante para os seres da região de Qarly, na cidade de mesmo nome que dá nome a região e lar de Lander Silrelii a paz do recomeço talvez nunca houve para os iguais a ele.

Lander chega na Baixada dos ratos, a área mais pobre e segregada da cidade de Qarly, ali os meio-elfos foram restringidos a viver (ou a existir). As condições eram precárias, os meio-elfos eram a maioria a viver amontoados ali mas outros serem e pessoas mais pobres também viviam, ironicamente as pessoas que conviviam com esses seres marginalizados não partilhavam ódio gratuito ou pelo menos sabia mascarar esses sentimentos para não ter problemas. Afinal eles estavam em maioria.

_Vejam só, a farra foi boa né Lander. Disse uma meia-elfa levando uma cesta com algumas maçãs já escurecidas.

_Pro inferno... Respondeu ele com um sorriso informal.

Ele rumou para seu casebre, o musgo das paredes do lado de fora demonstrava que a construção já estava ali a muito tempo, por mais q as pedras fossem raspadas sempre voltariam com o tempo. Ele adentra sua residência, o cheiro de guardado era forte, a Baixada dos ratos era quase sempre um local úmido então o mofo se fazia presente na paisagem, os que ali habitavam tentavam deixar menos lúgubre o máximo que podiam mais francamente era difícil. Lander abre as janelas de seu casebre e coloca a placa para fora: Lander Silrelii, mestre carpinteiro.

"Hora de começar..."

Lander sacudia seu avental cheio de serragem, passava uma vassoura para juntar a serragem de outros trabalhos feitos (essa serragem teria uma outra finalidade). Ajeita suas serras e materias como pregos, tintas e esperar o lenhador Braga trazer maneira de qualidade para começar a trabalhar.

"Hoje tenho que terminar os bancos pra gorda de Lady Jrma... Melhor reforçar bem as pernas.

_Lander, a quanto tempo. Falou uma mulher a se debruçar na janela da carpintaria do meio-elfo.

_O que deseja Willyanna? Disse ele a continuar a varrer a serragem.

_A bem... Você sabe... Estou precisando de um martelo sabe...

Lander se vira para a mulher de seios fartos bem a mostra que está em sua janela, era impossível não os olhar mais ele sabia bem onde essa conversa iria parar.

_Escuta Willyanna hoje não é um bom dia.

_Nossa! O que fizeram com você meu querido?! Willyanna fica surpresa do quão machucado Lander está (para ela ele estava muito machucado mas ele sabe que já ficou pior).

_Não foi nada, vá embora...

Willyanna adentra a carpintaria pela janela mesmo, levantando seu vestido e caindo por cima da mesa e virando as ferramentas de Lander.

_Eu não tenho mais ofensas para falar para ti, sinceramente você conseguiu me fazer usar todos que existem. Falou o meio-elfo a olhar ela com um olhar de "tanto faz".

Willyanna se levanta e vai perto ver os machucados e o olho roxo de Lander que a afasta pós vamos dizer que ela não estava com um cheiro dos melhores.

_Não gosto de ver você assim meu querido...

_Antes de você nascer eu já era o alvo da ira dessas pessoas então já me acostumei. Lander vai levantar a mesa e recolher suas ferramentas e retoma: _se não me engano o irmão de seu pai uma vez me deu uma facada, mais como ele enxergava mal.

_Bem... Se você diz...

_Sim eu lembro bem... Ele estava mais bêbado que o costume, se não me engano a nova esposa tinha o abandonado pois ninguém aguentava ele, nem os animais, ele era desagradável e nesse dia enquanto eu voltava de Harin ele passou por mim, ele jurou que eu havia insultado e sem delongas me esfaqueou pelas costas...

O semblante de Willyanna já mudou para um semblante de constrangimento.

Lander terminar de recolher as ferramentas: _E o que as pessoas fizeram? Nada, não havia guardas da cidade e se houvesse eles não fariam nada sabe o motivo? Ele se vira e vai até Willyanna. Ele a olha com um olha penetrante, a mulher de seios fartos estava estática perante aquele olhar.

_Nã... ão... Não s... se...i...

Lander puxa a mulher pela cintura, a deixando bem próxima dele, os seios da mulher estão comprimidos perante ao corpo do meio-elfo carpinteiro.

_Não fizeram nada pois eles nos odeiam... Mais nos odeiam porque no fundo... Bem no fundo queriam ser como nós. Sussurrou Lander no ouvido da mulher que fica arrepiada, fica com as pernas moles, tinha algo na fala mansa dele que a deixava desse jeito...

_E... Eu... Lan...

_Agora por favor me deixe trabalhar... Lander como uma especia de dança vai deslizando Willyanna até a porta e a retira de sua casa. A mulher leva alguns segundo a sair do transe que se encontrava, antes que ela desse um único passo Lander sai e vai até ela. Ele retira de dentro dos seios dela onde havia escondido um saco com seus pregos menores e retorna para sua carpintaria:

"Você não muda mesmo né Willyanna... Aí ai, agora sim vamos trabalhar."

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