Gucci's Boy - Kim Taehyung

❀ six | a proposta

Boa leitura!

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Me joguei com tudo na cama, sem medo de quebrar uma costela. Mas esse ato doeu mais do que eu imaginei. Sério. Pensei realmente ter quebrado uma costela. Acho que não quebrei. Felizmente... Estava cansada demais para ter que ir à um pronto-socorro. 

Era só mais um final de semana, e meus finais de semana não costumam ser movimentados: no máximo um encontro com amigos – as vezes – e umas festinhas em momentos quase inexistentes. As baladas aqui são animadas, mas não tem o mesmo sabor e requinte dos bailes do meu querido país Rio de Janeiro – aqueles sim são de respeito. Por mais que eu não saísse muito de casa, eu gostava de passar algumas madrugadas de fim de semana aproveitando o som alto que chegava pela janela do meu quarto com meus irmãos, costumava ser bem divertido. Também era legal infernizar a vida do Pedro para que ele me levasse nos bailes, mesmo que eu tivesse plena consciência de que não era – ou não deveria – ser coisa pra minha idade. Até que se tornou coisa da minha idade e eu passei a frequentar também, mas... Precisei parar de ir depois de um tempo, e depois desse "um tempo", nunca mais. Não gosto muito de me lembrar disso, mas acontece. Não dá para prever o futuro, não é?

De qualquer forma, queria que meus amigos pudessem vivenciar essa energia, tenho certeza que Changgie iria amar a algazarra – vez ou outra o pego cantando alguma da Anitta ou da Luísa Sonza, principalmente as que estão em espanhol, acaba que preciso lembrá-lo de que no Brasil falamos português – e Jaehyun ia descer o nível quando descobrisse o sabor de uma caipirinha bem-feita. Provavelmente a Soso ia ser a mãe preocupada indo nos buscar de carro.

Mas meus finais de semana ainda não eram agitados; e esse não seria diferente. Quer dizer, assistir Crepúsculo com Sohye pela milésima vez tinha o seu ar de especial – mesmo sendo pela milésima vez. Não consigo resistir a um Edward gostosão com pele de um assassino brilhante, nem a Alice emo crush suprema e protetora dos bissexuais. Soso também não, mesmo ela não assumindo isso.

"É como diamante. Você é lindo."

"Lindo? Tenho a pele de um assassino, Bella."

Um clássico da dramaturgia, definitivamente.

Sohye revirou os olhos.

— Tinha brevemente me esquecido de como isso é ridículo...

— Ridículo? Isso é arte, Soso! — Tive até que pausar o filme pra continuar a argumentação. Como ela ousa criticar a arte mais bem feita do século vinte até agora? — É um marco temporal para os emos e românticos de 2010!

— Nessa época eu estava vendo O Rei dos Porcos!

Poxa, um filmão. Dessa vez tive que me calar.

— Profundo... — Mas não me calei tanto assim não. — Mas O Rei dos Porcos não tem um vampiro brilhante, um cachorrão carente e uma estudante bobinha que dá dó, tem?

Hye revirou os olhos. De novo.

— Não sei porque assisto a esse filme com você...

— É porque você me ama. — Mandei-lhe um beijinho aéreo, ninguém resiste ao meu charme.

— Não gosto disso.

— Amo você também.

O momento teria sido mais fofo – e desesperador pra Soso, meu plano era abraçar ela com toda a vontade existente dentro de mim – se o meu telefone não tivesse notificado algumas mensagens. Eu reconheci quem era só pelo toque.