❀ two | me diga seu nome part.1

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Boa leitura!





 

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Calma, muita calma. Eu precisava de calma.

Pior do que o susto e saber não estar sozinha, foi o silêncio brutal que se instalou depois como se tudo fosse uma alucinação louca da minha cabeça – eu poderia considerar isso já que não me alimentei muito bem essa semana, mas relevemos. Sabe, era como saber que tem uma barata no quarto, mas não saber onde ela poderia estar escondida, então você corre o risco de dormir com aquele monstro lambendo seu cotovelo sem saber. Enfim, com meu super hiper blaster incrível cabide de aço em mãos, me mantive em posição de ataque, atenta a cada mínimo movimento que poderia acontecer – mas que nunca acontecia. Somente silêncio e silêncio e de vez em quando algum carro buzinando na rua, mas tirando isso, silêncio.

E se eu fosse surpreendida ali, não teria muitos lugares por onde fugir, portanto precisava me mexer, ficar parada não iria me levar a lugar nenhum – jura, Beatriz? Ninguém nunca pensou nisso – então, a passos lentos, saí de trás da bancada e me esgueirei por entre o escuro o mais atenta e silenciosa possível, até mesmo para não esbarrar em nada e chamar a atenção de quem quer que fosse que estivesse perdido por aí pronto para me matar sem dó nem piedade.

Na verdade, não era assim tão ruim. Melhor morrer de forma rápida e indolor do que ficar agonizando. Bom, melhor que isso, era não morrer. E era isso que eu pretendia.

Se eu iria conseguir, aí já é uma questão delicada.

Não escutei mais nada pelos longos minutos que vaguei pelo recinto que agora mais parecia uma cena de filme de terror com aquelas formas distorcidas que serviam para exibir peças feitas a partir de tecido trabalhado, mas acabei por encontrar o causador do barulho: um manequim caído, mas felizmente não quebrado. Bom, havia algumas hipóteses. Primeiro, que alguém havia tropeçado ou batido nele, e isso teria causado a queda do objeto – e a reclamação de dor que veio em seguida. Segundo, que uma assombração estava rondando por aqui e agindo por intermédio de matérias físicas inanimadas para tornar o terror mais real. Terceiro, que eu estava assistindo filmes demais durante minhas madrugadas de insônia e agora estava ficando lelé da cuca, tudo não passava de coisa da minha cabeça e esse manequim só estava mal colocado e acabou cedendo à gravidade explicada por Newton. Física, pura física. Talvez fosse realmente coisa da minha cabeça...

É, não era. Que karma maravilhoso!

Dei um salto quando ouvi outro barulho de queda, ainda mais alto que o da primeira vez, ou seja, mais perto, ou seja, mais perigoso. E como se já não fosse suficiente, eu gritei pelo susto.

Sim, eu gritei. De horror, de medo, de desespero, de pânico, de cagaço, de tudo.

Bem, agora já era, o elemento saberia que não estava sozinho e que tinha um alvo assustado pronto para ele possuir. Mas eu não deixaria, não sem lutar.

— Q-quem está aí? — Me atrevi a perguntar, como se um assassino fosse mesmo revelar sua identidade e onde se escondia. Às vezes eu realmente pedia pela morte. Ok, sem pânico – pensei eu, tomada pelo pânico –, vamos para o plano B. E qual era? Ameaça! — Olha aqui, sua entidade maléfica desgraçada! E-eu tenho um c-cabide na mão e não tenho medo de usar!

Silêncio. Somente silêncio. Mas dessa vez eu não estava dando uma de doida: tinha alguém comigo.

— Está me ouvindo?! — Insisti. Nenhum som. — E-eu tenho um cabide! E posso te atacar com ele!

Consegui escutar alguns passos bem suaves ecoando no salão. Não me movi, preferi tentar perceber de onde o som provinha na intenção de saber como poderia me proteger ou para em que direção fugir para ganhar tempo, até porque, ainda estava trancafiada. Ainda assim, era mais difícil do que já parecia, a única coisa que eu sentia era o eco de seus movimentos vindos de todas as direções. Ele parecia cada vez mais perto, mas eu não consegui me mexer: estava assustada demais.

Gucci's Boy - Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora