❀ three | me diga seu nome part.2: mano Taehyung

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Boa leitura!

 
 
   
  
 

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Eu não devia ter acreditado nisso.

Estamos rodando em círculos há pelo menos uma hora e meia e nada desse celular aparecer. Subimos, descemos, demos a volta, conferimos cada canto escuro minuciosamente e nada. Absolutamente nada. Uma das lanternas até descarregou.

Por que motivo eu havia acatado essa proposta mesmo?

Ah, sim. Falta de opção. E desespero. Ultimamente minha vida tem sido movida pelo desespero. Agora era o desespero de achar um celular. Ah, e o desespero de estar trancafiada. Sem contar que eu não estava presa com qualquer pessoa, era Kim Taehyung! De todos do mundo, era Kim Taehyung! De todas as pessoas que eu aceitaria que me vissem no estado que eu estou – xoxa, capenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente – Taehyung era o último da lista, ou melhor, ele nem deveria estar na lista. Mas aqui estamos, pela segunda vez no mesmo dia tendo que lidar com um coração acelerado e o medo de fazer besteira – mais besteira, no caso – e ele terminar de me odiar. Poxa vida, por mais irritantes que tenhamos sido um com o outro nas últimas horas, eu ainda amo esse homem não-figuradamente e quero fritar em um show ao som de "So What", pegar autógrafos em fansigns, fanficar um relacionamento perfeito antes de dormir, encher minha casa com pelúcias do BT21, poder olhar nos olhos de cada um dos meninos e dizer que os amo e que eles me tiraram do fundo do poço quando mais precisei. É, um discurso bem emotivo.

Bom, tecnicamente eu tive essa oportunidade hoje cedo, mas fiquei tão nervosa que travei, e eu tecnicamente posso dizer isso a Taehyung agora, mas seria meio vergonhoso dado o nosso estado e não quero fazer corpo mole só porque ele é um astro famoso e gostosão e por acaso – ou uma enorme coincidência – faz parte de um grupo de famosos gostosões que fazem músicas representando as dificuldades de nossa geração e nela eu me incluo. Mesmo sendo perfeito do seu próprio jeitinho e cada minuto junto dele me mostrando isso claramente, ele ainda me assustou. E ele ainda se meteu comigo nessa. Não vou dar o braço a torcer e nem parecer boba, posso até ser boba as vezes, quase sempre, mas não vou parecer. Não na frente dele.

Deixarei para chorar feito condenada quando estiver no conforto da minha casa. De preferência depois de um banho morno e comendo uma tigela de macarrão instantâneo com salsicha.

— Ei — Taehyung se aproximou de mim, dessa vez tomando o cuidado de não ser totalmente na surdina. Umas duas vezes eu quase o acertei com a lanterna pelos sustos, ele supostamente deve estar me achando uma surtada. — Novidades?

— Não — respondi. Kim parecia cansado. — Alguma coisa?

— Nada — ele suspirou.

Ok, as coisas não estavam dando certo mesmo. Não era possível.

— Taehyung-ssi, — o chamei e ele veio até mim, um pouco mais perto do que havia planejado; Taehyung tem essa péssima-não-tão-péssima mania de se aproximar demais e me deixar nervosa— você tem certeza mesmo de que perdeu ele aqui? — Taehyung pensou por uns instantes. Não me pareceu uma atitude muito confiável.

— Certeza mesmo eu não tenho, mas é o mais provável.

Eu tive pelo menos três trecos ouvindo isso. "O mais provável". Assim fica difícil, meu filho!

Em todos esses anos nessa indústria que suga o nosso vital, eu nunca me imaginei ficar estressada por não achar um mísero celular que deveria custar o meu rim. Há uma primeira vez para tudo mesmo.

Gucci's Boy - Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora