Capítulo 2: Luzes Noturnas De Tokyo

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"Afinal, mas que merda que eu penso que eu tô fazendo mesmo?"

Pensou Yuta Okkotsu, parado à porta da recepção do escritório, checando seu relógio à cada 1 minuto como se o tempo fosse magicamente passar mais rápido só por que ele estava impaciente.

Atualmente, a tela de seu celular mostrava o horário: 17:45.

E esperava, cada vez mais ansioso, quanto mais próximo chegavam os números de estarem marcando 18:00.

Ele estava (e não parava de pensar nisso um segundo sequer) esperando a moça, Maki Zenin, sair de seu turno, para que pudessem se encontrar. Onde? Para fazer o que juntos? Bem, não é como se tivessem decidido nada, e isso fazia a cabeça de Yuta latejar com ideias e mais ideias, e o quão adequadas seriam elas ou não.

Afinal, será que ele tinha direito de estar ali?
Acabara de reencontrar a única garota por quem já despertou um sentimento em sua época de escola, a mesma a quem simplesmente perdeu o contato há alguns anos. Será que ela não estaria chateada? Brava? Decepcionada, talvez?

"Você não merece isso, Yuta. Não merece. Livre logo essa garota da sua companhia desagradável."

- Deixa eu adivinhar. Tá se remoendo sozinho que nem sempre, Okkotsu?

Yuta arrepiou, tomou um susto daqueles. Se virou, rapidamente, pra dar de cara com uma moça, de cabelos bastante escuros, mas ainda perceptívelmente verdes, e um tanto curtos. Levava seu paletó à mão, mantinha somente a camisa social, e sua gravata de nó semi-desfeito.

- Mai-San, ce tá querendo me infartar? - Yuta deu algumas risadas. Aquela era Mai Zenin, era a secretária de sessão de administração, e consequentemente, uma grande amiga de Yuta, de longa data.

- Se é que a pilha de folhas na sua mesa pra amanhã já não vai ser um infarto grande o suficiente. - sorriu - o que está fazendo aqui ainda? Você deveria ter ido embora há uma hora, não?

- Ah. Eu estou... - percebeu que não valeria a pena disfarçar ou mentir, não levaria a nada - ...esperando alguém.

- Ah... Hum... AH...! - olhou pra ele, como se tivesse chegado à uma conclusão empolgante - Uau... Sem dúvidas, uau! E né que foi rápido mesmo, né? - deu umas risadinhas - eita que tá quase na hora! Tchau Okkotsu! - e saiu correndo, passando pela porta.

Yuta ficou alguns minutos simplesmente parado, no Hall principal da recepção, tentando processar o que quer que tenha sido isso que acabou de acontecer. O que diabos ela queria dizer, afinal?

Mas não que esse pensamento pudesse durar tanto tempo, por que quem apareceu em seguida era quem Yuta esperava. Maki apareceu, virando a esquina do corredor que dava para as escadarias, enxugando a testa.

- Ai meu Deus, Yuta! Me desculpa mesmo, essa relógio desgraçado tava atrasado, fiz hora extra de graça e ainda te deixei alguns minutos esperando! Desculpa mesmo!

- Tá tudo certo, eu nem esperei por tanto tempo a mais, na verdade - e gentilmente sorriu. Jamais iria admitir que estava há uma hora, parado ali a esperando, quando seu turno acabara.

Maki ficou alguns segundos mexendo em sua bolsa, mas era notável que ela na verdade estava enrolando, se questionando se deveria dizer algo ou não.

- Uh... Escuta. - ela decidiu falar - Bem, sabe... Eu não pude deixar de ouvir uma voz. Era com a Mai que você tava falando agora há pouco? - ela encarou o chão.

- Ah! Na verdade era. Ela trabalha no meu setor, é uma ótima profissional. Mas sinceramente, eu tenho um pouco de medo dela! - deu um sorrisinho torto.

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