Capítulo 3: Já Faz Um Tempo

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TW: Este capítulo contará com temas um tanto sensíveis, envolvendo menções à depressão.

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Maki saiu do banheiro, com uma expressão extremamente tranquila. Constatou que de fato era real, aquilo que diziam sobre um banho ser extremamente revigorante, depois de um dia cheio de trabalho.

O banheiro ficava dentro do quarto de Yuta, por isso, quando abriu a porta, se deparou com o cômodo, levemente desarrumado, e Yuta já não estava mais lá. Por um momento ficou confusa, já que o óculos que deixara em cima da cômoda também havia desaparecido.

Prestando atenção, ouviu uma música extremamente familiar, vindo da direção da cozinha. Andou até lá, ainda com a toalha em mãos, secando seus cabelos relativamente longos.

- Oh! Olha só quem chegou! - Yuta exclamou sorridente ao ver Maki aparecer à porta da cozinha. O garoto estava em frente ao fogão, mexendo o conteúdo de algumas panelas. De alguma forma, ele parecia dominar bastante a habilidade da culinária.

Por um segundo, Yuta pareceu gaguejar, e sem dúvidas, Maki de cabelo escorrido e molhado, não em seu habitual rabo de cavalo, e sem seu óculos passava uma vibe totalmente diferente. Isso desastabilizou o garoto naquele momento.

- Que cheiro incrível é esse, Yuta? - disse Maki, pendurando a toalha ao pescoço. Ela usava uma camiseta e um short bastante largos para seu tamanho. Isso por que pertenciam à Yuta. Ela se aproximou do garoto olhando para as panelas - Essa carne tá com um cheiro divino!! Qualquer dia desses me ensina esse seu segredo, tá legal?

Maki raramente cozinhava, apesar de ter uma grande vontade de saber fazer de tudo, como Yuta. A família Zenin, apesar de bastante antiquada, ainda era uma família rica, e não precisavam realizar nenhuma tarefa que pudessem pagar alguém para fazer por eles.

- Ah, claro, ensino sim. Não é muito difícil na verdade, mas se você vira o rosto um segundinho, parece que o negócio todo queima com pura magia! - um pequeno filete de fumaça de cor escura invadiu a visão de Yuta, que virou seu rosto rapidamente para a frigideira, desesperado - AAAAH! OLHA AÍ! - e virou os bifes que fazia, bem a tempo de não carbonizar eles. Maki deu boas risadas do empenho do garoto.

- Foi mal, foi mal, eu que te distrai! - e mal prestou atenção ao "não tem problema!" de Yuta, já que olhava em volta como se procurasse algo - Ah, aliás, você viu meu óculos por aí? Não tava onde eu achei que tinha deixado...

- Ah, olha ali em cima da mesa! Eu peguei ele pra dar uma limpada quando você entrou no banho. Pensei em te avisar, mas sabe como é, né? Não dava. - corou levemente - Ele tava cheio de pelo de gato, Maki! - e deu uma risada, acompanhado pela garota.

- Tá certo, tá certo, talvez eu tenha me empolgado um pouquinho com os gatinhos. - e caminhou até a mesa que Yuta indicara. Seu óculos estava lá, cuidadosamente posicionado ao lado de um rádio, que reproduzia a música a qual havia ouvido ao longe.

Por um segundo, a garota encarou o rádio fixamente. Sua memória estava trabalhando a todo vapor, ela tinha certeza que conhecia essa música. Até que finalmente, uma luz lhe veio, e ela pareceu muito impressionada.

- Não acredito...

A reação de Maki atraiu o olhar de Yuta.

- Ah, desculpa, eu geralmente faço tudo ouvindo música. Pode desligar, ou trocar a música se quiser. - e se virou rapidamente para desligar o fogo de uma das panelas e a colocar em cima da pia.

- Não, não é isso. Essa música... Ela não é daquela banda que a gente ouvia quando tava no ensino médio? Fala sério, eu que te emprestei a fita, e a gente ouvia isso todo dia! - um sorriso nostálgico tomou o rosto da garota - Eu amava essa música! Qual é o nome mesmo?

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