Capítulo 5: Controle de Danos

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"Yuta Okkotsu está morto." era o que uma voz retumbante anunciava sem parar na cabeça do garoto "ele foi fraco demais para conseguir ficar ao lado da garota Zenin. Ele está morto, agora."

Yuta sentia cada centímetro de seu corpo dolorido, parecia estar preso em um pesadelo ruim.

E foi aí que percebeu, que aquela voz de fato era apenas um fruto de sua mente.

Quando chegou a essa conclusão, abriu os olhos, acordando de seu estranho pesadelo. Estava deitado no chão da plataforma, um mar de pessoas a sua volta olhando assustadas e impressionadas. Algumas falavam coisas "será que ele está bem mesmo?" enquanto olhavam na direção de Yuta, e alguns que olhavam pouco a sua direita, estavam perplexos, mas o garoto percebeu que não era por sua causa.

Percebeu que havia alguém parado ao seu lado, ajoelhado. Era uma pessoa bastante forte, estava usando uma camisa social mal abotoada, e sua gravata. Na posição em que estava, seus negros cabelos caiam sobre seus olhos, e dessa forma, em um primeiro momento, a única coisa que Yuta pôde discernir do rosto do homem era uma cicatriz, do lado esquerdo de seus lábios.

- Você tá legal, Okkotsu? - disse a voz grossa do homem.

Yuta ainda estava meio desnorteado. Então não respondeu a pergunta imediatamente. Ele esfregou os olhos, levantou-se (ficando agora sentado no chão, ao invés de deitado) e olhou melhor para o homem. Não havia notado o quão largos eram os ombros dele.

- Eu acho que sim... - Yuta disse com voz fraca, e olhando para seu próprio corpo, como se checando se seus braços e pernas ainda estava ali mesmo - Quem... É você? O que aconteceu?

O homem suspirou aliviado, e então, arrumando a gravata, olhou feio para as pessoas que os cercavam. Isso foi o suficiente para elas despersarem as multidões, e fingirem que nada nem havia acontecido. Yuta ficou impressionado.

- Eu? Bem... - ele coçou o queixo - Os caras me chamam de Zenin. Mas eu não gosto nem um pouquinho. Nem um pouquinho mesmo. Então me chama de Fushiguro, tá legal? Toji Fushiguro, é meu nome.

Yuta olhou para o homem, admirado. Esforçando-se para se lembrar, sabia que já havia ouvido esse nome antes.

- AH! - lembrou-se o garoto - Toji! Você... Trabalha na empresa dos Zenin também, não trabalha? Lembro-me de te ver nas reuniões, você é o diretor da sessão de controle de danos, não é?

- Hum. É, sou eu mesmo. - confirmou o homem - E por isso, você já deve imaginar que eu estou completamente informado sobre a sua situação atual. E ela não é nada boa, garoto. Nada boa.

Yuta ajeitou um pouco a postura, imaginando se o homem estaria do lado dos Zenin, e iria querer apagar ele também. Não via uma possibilidade qualquer de vencer um homem como Toji em uma luta, mas iria tentar até a morte.

- Hum? Tá se armando por que, moleque? - Toji o encarou, mas tinha um leve sorriso no rosto. Provavelmente admirou a coragem dele, mesmo nessa situação - Você acha mesmo que eu estaria do lado deles? Tipo, eu acabei de te salvar da morte que eles tinham planejado, isso já é o bastante para eles quererem meu pescoço tanto quanto o seu.

- Espera... Então isso foi uma tentativa de assassinato?!?! - os olhos de Yuta se arregalaram, e ele foi consumido pelo puro pânico e pelo terror.

- É, foi. A família Zenin não brinca em serviço. - e Toji olhou em volta, como se procurasse alguma coisa - Hum! Olha lá! - se levantou rapidamente, agarrando o braço de Yuta, o fazendo se levantar também - Consegue me acompanhar, não consegue? Eu sei que consegue. Vem. - e saiu correndo, sendo seguido por Yuta, que ainda estava sem entender nada.

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