era fim de semana, e eu havia decidido fazer uma surpresa para meu filho. ele sempre foi uma pessoa muito inteligente, quieto, tímido, nunca havia arranjado problemas para a família e era bem sucedido. definitivamente o meu orgulho em pessoa.
então em comemoração à promoção do seu cargo na empresa dos seus sonhos, eu e a minha irmã decidimos aparecer sem avisar com alguns presentes e um bolo. ele morava sozinho desde os 18 (hoje tem 22) e sua casa ficava a 20 minutos da minha, então não seria uma viagem cansativa.
ao chegarmos lá, era possível sentir um cheiro terrível de carne podre, mas não era como carne animal, era um odor diferente. como ele nunca foi bom em cozinhar pensei que era apenas um descuido de sua parte. o portão estava estranhamente aberto quando chegamos, e nós entramos preocupadas por imaginar que alguém possa ter invadido a casa e feito algum mal a ele.
mas o que vimos era muito pior.
tinham vários corpos pendurados em uma espécie de varal, como num açougue. eu não podia acreditar no que estava vendo, meu cérebro não conseguia aceitar que aquilo eram pessoas de verdade. minha irmã automaticamente vomita e o bolo que eu carregava já se encontrava no chão, de tanto choque.
meu corpo começou a tremer e suar frio, pensando na possibilidade de meu filho ter sido uma das vítimas, e então comecei a procurá-lo. eu estava em desespero com aquela situação, até ver meu filho aparecer de repente do breu que vinha de seu quarto. ele estava ensanguentado e parecia estar muito bravo, e foi aí que eu entendi. meu filho é um serial killer.
ele começou a gritar com a gente por termos ido sem avisar e acabando descobrindo o maior segredo de sua vida. ficamos morrendo de medo de ser as próximas vítimas, por isso nos mantivemos o tempo todo perto da porta, evitando contato direto com ele.
ele não parava de berrar loucamente e brigar conosco enquanto segurava um dos ossos de sua vítima recente. senti que meu celular estava no bolso de trás da minha calça e tentei ser discreta o suficiente para ligar o alerta automático para a polícia. porém eu não fazia idéia de como aquilo era barulhento e o meu filho percebeu tudo.
ele mandou eu desligar o celular diversas vezes e por eu não ter obedecido ele tentou acertar eu e minha irmã diversas vezes. tivemos que dar um jeito de não deixá-lo nos alcançar, usando móveis da casa para nos proteger, desviando também de seus golpes.
em algum momento do combate, minha irmã foi pega num mata leão e isso me deu a oportunidade de pegar uma barra de ferro que estava jogada pelo chão e acertá-lo bem na cabeça, fazendo com que ele desmaiasse na hora.
ainda trêmula, peguei meu celular e atendi a chamada da polícia, relatando tudo o que aconteceu e fornecendo o endereço da casa. nesse meio tempo que eles estavam vindo, utilizei uma de suas cordas para amarrá-lo numa cadeira para não correr o risco de ele acordar e tentar nos matar novamente.
a polícia chegou e nos reconfortou. logo atrás veio o carro fúnebre para transportar as vítimas para o IML. tudo o que eu podia fazer naquele momento era chorar e me perguntar se eu poderia ter feito algo para impedir todos esses assassinatos.
so... i woke up.
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DAYDREAM
General FictionUm compilado de histórias baseadas em sonhos que tenho frequentemente.