Capítulo 6 - Parte 4

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Todos os membros do pequeno conselho estavam sentados na sala de reuniões, eles falavam sobre conflitos que estavam acontecendo e que precisavam ser resolvidos.

- Tratemos dos últimos acontecimentos em Stepstones, meus lordes. - Um dos membros do conselho falou.

- Eu me pergunto por onde anda o nosso príncipe Daemon, ou rei, como ele se denominou quando ganhou uma batalha naquele lugar.

- Isso foi há uma década atrás. - Alicent começou - Desde então ele deixou a região indefesa.

- Nós a deixamos indefesa. - Rhaenyra corrigiu - Deveríamos ter construído fortes, torres de vigília. Deveríamos ter enviado uma frota de navios, e soldados ao local.

- Não temos recursos - A rainha parecia irritada - Nossos cofres são grandes, mas não são infinitos. Devemos considerar os custos.

- Os custos de uma guerra são maiores. Mas fomos negligentes e agora o monstro está mostrando suas asas.

- Terminaremos por aqui.

Alicent disse ao levantar, o príncipe Baelon coçou a garganta e levantou a mão brevemente.

- Esperem - Ele falou em alto tom - Eu e a minha esposa desejamos falar.

- Tudo bem - Viserys falou retornando a sentar - Sentem.

A rainha olhou para os dois já de pé, e foi a última a retornar a se sentar, quase uma afronta a autoridade que eles exerciam.

- Eu sinto que existe um atrito entre as nossas famílias, minha rainha. - Rhaenyra começou - E peço desculpas por qualquer ofensa vindo da minha parte.

- Mas nos somos apenas um casa, e... - Baelon fez uma breve pausa - Muito antes disso, éramos amigos. Bem, meu filho, Jacaerys herdará o Trono de Ferro depois de mim. Proponho que se case com a sua filha, Helaena.

- Uma proposta muito boa. - Viserys falou sorrindo.

Alicent olhou para Rhaenyra e sorriu ironicamente, o clima pesou naquela reunião, a rainha aparentemente não cogitava aceitar a proposta.

- E também, - Rhaenyra segurou a mão do marido - caso Syrax traga outra ninhada de ovos, seu filho Aemond poderá escolher um deles. Como símbolo da nossa boa fé.

- Rhaenyra...

A rainha olhava diretamente para os seios da princesa que começava a vazar leite materno, Baelon ao perceber, rapidamente cobriu as marcas molhadas da roupa com as suas mãos e indicou para que a esposa sentasse.

- O rei e eu agradecemos a proposta de vocês, e consideraremos com certeza. Deveria descansar agora, marido.

O rei recebe ajuda para se levantar e sai caminhando pesado e lento em direção ao seu quarto, sendo acompanhado pela guarda real.

***

Jace entra correndo pela porta do quarto dos pais, ele encontra a mãe com o pequeno Joffrey nos braços no momento da amamentação. O primogênito parece aflito, seus olhos estão lagrimejando e suas mãos tremem levemente.

- Mãe - Ele se senta próximo a ela - Você está sozinha no quarto?

- Sim, meu querido. Seu pai está no Bosque Sagrado, mas qual o motivo de você está assim? Está suando, o que houve?

- Mãe... Eu sou um bastardo?

- Onde você ouviu isso?

- Aegon e Aemond estavam falando no quarto, eu ouvi quando passei, eles riam de mim mãe, de mim e do Luke. Eu sou um bastardo, mãe? Luke é um também?

- Você é um Targaryen. O seu pai é Baelon Targaryen, herdeiro do Trono do Ferro, príncipe de Dragonstone, e o melhor e mais amoroso pai dos Sete Reinos. Vocês são nossos filhos, o que as outras pessoas dizem não importa, certo? Nós somos o poder, nós somos os dragões.

Jace sorriu e abraçou a mãe de lado, mas o semblante de Rhaenyra não era de contente, ou alivio, ela estava com raiva, a fúria de uma mãe quase tão poderosa quando uma força da natureza.

***

O bosque sagrado estava calmo, nele havia apenas Baelon treinando alguns movimentos de arco de flecha em um boneco de palha que ele havia colocado em uma distante considerável de onde ele estava.

- Eu achei que não fosse permitido armas no Bosque Sagrado, meu príncipe.

- Mulheres casadas perseguindo homens casados que não é permitido, na verdade.

Alicent riu e se aproximou dele, ela o olhava como se desejasse tirar um pedaço dele, como um desejo carnal absurdo.

- Eu pretendo contar para Aegon quem é o pai verdadeiro dele, mas é claro que avisarei de todas as consequências desse segredo se espalhar.

- Pelo amor dos Sete, Alicent. Eu não aguento mais esse assunto, você não sabe falar sobre outra coisa? Coisas mais e importantes, e acima de tudo, verdadeiras?

- Baelon? - Rhaenyra saiu de um dos corredores e foi em direção a ele, ela ignorou totalmente a presença da rainha.

- Meu amor, já terminou de amamentar?

- Terminamos aqui. - Ela falou firme - Vamos embora.

Alicent deu um passo a frente sem reação.

- E a sua oferta? Jace e Helaena?

- Eu estava enfraquecida. E fizeram pouco de mim, sussurram meu nome nos corredores, sussurram o nome dos nossos filhos, Baelon.

- Para Dragonstone, então?

- Sim, deveríamos ter ido anos atrás.

Eles conversavam como se a rainha não estivesse ali presente, e ela já estava totalmente irritada com a ideia do príncipe ir embora.

- Vocês não podem ir. - Alicent falou alto - Não podem.

- Eu e o meu marido podemos ir onde desejamos.

- Baelon, fica - A rainha cerrou os pulsos - Por ordem da Rainha.

Rhaenyra sorriu ironicamente, e olhou para a antiga amiga.

- A princesa comanda que Baelon venha comigo.

- Param vocês duas! - O príncipe gritou - Nenhuma de vocês tem o poder sobre mim, eu sou o Príncipe Dragão, o herdeiro do Trono de Ferro, ninguém me dar ordens ou me comanda, então parem agora!

Alicent e Rhaenyra se encaravam como duas crianças com raiva após o príncipe falar isso, a princesa baixou a cabeça e apoiou as mãos juntas, ela começou a andar em direção a saída do Bosque Sagrado mas parou após alguns passos e retornou a olhar para o marido.

- Você está certo, nem eu e nem a rainha temos poder sobre você. Então só resta você escolher, fica aqui com a corte e Alicent, ou vir com a sua família. O que você prefere, meu príncipe?

Ele suspirou e abaixou a cabeça, depois retornou a olhar para a esposa e responde.

- Nunca teve uma outra alternativa, eu vou onde você for.

Targaryen - The Winds Have ChangedOnde histórias criam vida. Descubra agora