T2 - Capítulo 3 - Parte 1

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[Dragonstone]

Baelon está deitado em sua cama com Rhaenyra, ele está deitado sobre ela enquanto a esposa passa os dedos por seus cabelos. Ambos estão despidos, mas um lençol fino cobre parte dos membros inferiores de seu corpo.

— Eu estava pensando. — Baelon começa — Eu ficaria mais do que feliz com mais um herdeiro. Eu acho que deveríamos continuar providenciando um.

— Uma guerra está chegando, e você está pensando em termos mais um filho? — Rhaenyra ri.

— Exatamente. A guerra é inevitável, e por isso nosso dever é garantir que nossa linhagem se fortaleça.

Baelon vira a cabeça e beija a barriga da esposa, ele sobe o rosto para olhar diretamente para ela, e sorri genuinamente.

— Falando sobre bebês. Você considerou o que conversamos anteriormente? — A Rainha parece ficar séria.

O Rei se levanta de sua confortável posição e se senta na cama.

— Sobre mandar meus filhos para longe de mim?

— Sobre mandar eles para um lugar seguro, onde a guerra não vai alcançá-los. Eles são só crianças, Baelon, eles não tem nada a ver com isso. — Rhaenyra faz uma pausa — Por favor, me ouça, meu amor. 

— Inclusive Aemma?

— Especialmente Aemma. Só os Deuses sabem o que você faria se algo acontecesse com ela.

O legítimo herdeiro do Trono de Ferro fica pensativo por um momento. Ele amava ser pai, e amava mais ainda passar horas com os seus filhos, mas ele sabia que medidas para protegê-los também eram necessárias. No fundo, ele sabia que Rhaenyra tinha razão, mas era dolorido demais admitir isso.

— Tudo bem. Faremos do seu jeito.

***

Um guarda está com uma pá na mão, ao lado de um grande buraco no chão. Ao lado desse buraco, os irmãos Erryk e Arryk estão descansando para sempre. Baelon, Rhaenyra, Jace e Luke estão em pé ao lado da cova, e a princesa Rhaenys está logo atrás.

O Rei faz um sinal com a cabeça para que o guarda comece a enterrar propriamente os corpos, os cobrindo com terra.

— Ele é o mais desprezível dos traidores. — Jace está com raiva — Ele macula o túmulo do irmão.

— Sua mãe preferiu que eles fossem enterrados juntos. — Baelon explica ao filho.

— Não podemos culpá-lo por manter seu juramento.

Rhaenyra se abaixa, pega um pouco de terra do chão e joga sobre o corpo dos irmãos.

— E quanto aqueles que os enviaram?

Jace fecha os punhos ao questionar sobre o que seus inimigos receberiam, como herdeiro legítimo de Baelon, era sua preocupação extrema que os usurpadores fossem tirados do trono e punidos severamente. Mas ele acaba não recebendo uma resposta dos pais, e saindo de perto deles.

— Eu vou falar com ele. — Baelon diz para Rhaenyra antes de sair do local.

A princesa Rhaenys se aproxima da Rainha e observa os corpos sendo cobertos.

— Otto Hightower jamais permitiria isso, mas o sangue ferve mais rápido nos jovens. Eles querem punir e ter vingança. — Rhaenys começa — Logo nem se recordarão no motivo da guerra.

— É fácil de lembrar, eles usurparam o meu trono. Negaram o direito de nascença de Baelon, e o meu.

— Essa é uma das respostas. — A princesa faz uma pausa — Ou foi quando a criança foi decapitada? Ou quando Aemond tentou matar Luke? Ou quando Luke arrancou o olho de Aemond? Chegaremos a um ponto onde nada disso importará. Quando a vontade de matar e queimar se instaurar, motivos serão esquecidos. Mas talvez haja outra maneira.

Targaryen - The Winds Have ChangedOnde histórias criam vida. Descubra agora