Rhaenyra entrou silenciosamente no quarto do pai, ela sentou-se ao seu lado e respirou fundo, estava com um peso enorme em seus ombros. Ela o olhou por um instante antes do rei começar a se movimentar.
- Alicent?
- Não. Sou eu Rhaenyra, pai. Pai... Você me disse que era nosso dever manter o reino unido contra os inimigos comuns. O quanto mais se aproxima de Baelon subir ao Trono, mas o reino fica dividido, o fardo é pesado. Pesado demais. E eu não sei se ele aguenta, eu não sei se eu aguento.
- Minha única filha...
- Se quer que eu suporte isso. Nós defenda. Eu, Baelon e os nossos filhos.
O rei não respondeu, não estava em condições para responder. A princesa continuou na cama e começou a chorar compulsivamente, a sua tristeza e preocupação eram sentimentos que a atacavam profundamente.
Ela enxugou as lágrimas depois de um tempo e se levantou com o máximo de cuidado para não incomodar o pai, seus passos eram leves para não emitir barulho e saiu do quarto. No primeiro corredor que dobrou, ela quase esbarrou em Baelon que vinha do lado oposto.
- Você fez. - Ela falou com um olhar cortante.
- Qualquer coisa pelo meu filho.
- Você realmente fez?
- Sim, mas na próxima vez, eu vou só matar o problema.
O príncipe estava completamente sério e a sua esposa estava incrédula, com raiva mas principalmente se sentindo culpada. Algo de puro morreu dentro do herdeiro naquela noite, ali foi quando ele descobriu o peso da coroa e das responsabilidades, ele faria o que fosse preciso para proteger a mulher e os filhos.
- Na próxima vez que Alicent olhar para você, eu que irei mata-la.
- Você me induziu a fazer isso, lembra?
- Baelon - Ela parou de caminha e segurou no braço dele - Me desculpe por isso, eu estava desesperada.
- Se eu fiz o que eu fiz, é porque eu também estava desesperado.
***
Alicent e Otto caminhavam em direção a sala do Trono para finalmente decidir a questão da sucessão de Driftmark e do Trono de Madeira.
- Eu andei pensando muito ontem a noite, pai.
- Sim?
- E eu acho que o melhor a se fazer é permitir que a sucessão de Driftmark fique com Lucerys Targaryen, afinal e dele por direito de casamento com a filha do príncipe Daemon.
- Conceder a sir. Vaemond Velaryon é garantir a casa Velaryon do nosso lado.
- Mas não parece justo. Também não acho que será de bom tom irritar o pai de Lucerys, o príncipe Baelon. Caso não se lembre, ele é o montador do Valen, o maior dragão vivo, o Rei Azul. E no final, a última palavra é da Coroa, não da Mão.
Alicent seguiu caminhando em passos mais rápidos que os do pai e chegou a sala que já estava lotado por várias pessoas, esperando pelo resultado das petições. Otto foi até o Trono de Ferro e se posicionou bem a sua frente.
- Embora que seja de grande desejo da corte que o Lorde Corlys Velaryon sobreviva aos seus ferimentos, estamos aqui reunidos com a dura tarefa de resolver a sucessão de Driftmark. Como Mão, eu falo com a voz do rei neste e em todos os outros assuntos.
A rainha tentava de todas as formas tentar algum contato visual com o príncipe herdeiro mas ele mantinha seus olhos bem fixos no lorde Hightower sentado no Trono de Ferro.
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Targaryen - The Winds Have Changed
FantasyReimaginando o universo de House of the Dragon (A Casa do Dragão) se a história acontecesse de outra forma, e se apenas mais um personagem fosse acrescentado na história, que efeitos isso teria?