5:30 da madrugada, e eu já estou a todo vapor correndo loucamente pelos corredores intermináveis do hospital.
Passei cinco horas na sala do centro cirúrgico na noite anterior realizando uma cirurgia de transplante de coração.
Durante a cirurgia, o paciente teve três paradas cardiorrespiratórias e foi muito difícil salvar sua vida, e agora, mesmo após ter se passado quase duas horas do fim do transplante, novamente ele entrou em parada cardíaca, mas, graças a Deus, consegui reverter a situação e novamente estabiliza-lo.
O barulho do desfibrilador e bipes constantes dos monitores me trazem de volta para a realidade e me despertam dos meus devaneios.
- O paciente está estável agora, não deixem de monitorar sua evolução, e me chamem caso aconteça alguma intercorrência novamente.
Repasso as instruções para as enfermeiras responsáveis pelo setor cirúrgico e pós operatório dos pacientes.
Estou exausta, há dias não sei o que é dormir por duas horas seguidas, e na verdade, preciso admitir que estou estrapolando meus limites ao trabalhar assim como uma louca.
Quando a Senhora Tsunade voltar de suas férias, certamente ela irá me matar, e me expulsar do hospital a ponta pés.
Está decidido, hoje após acabar meu plantão, irei para casa e dormirei pelas próximas 24 horas feito uma pedra.
Saio do centro cirúrgico e ando pelos corredores intermináveis do hospital, e para uma pessoa qualquer, seria fácil se perder na imensidão que são os quatro andares desse lugar, porém, para mim, que praticamente moro aqui, cada pedacinho desse lugar, eu consigo reconhecer como se fosse a minha própria casa.
Entro no elevador e subo para o quarto andar, preciso urgentemente cochilar até chegar o horário de retomar os atendimentos. Entro no meu repouso, e vou direto para o banheiro, tomo um banho quentinho, e depois me jogo na cama.
Não sei exatamente quanto tempo se passou, mas, acordo assutada com a sensação de dormência pelo meu corpo, olho para o relógio em cima do pequeno criado mudo, e vejo que falta vinte para as sete. Resolvo levantar e ir em busca de uma xícara de café bem forte para me despertar de vez.
Entro novamente no elevador e aperto o botão para o primeiro andar, quando a apostas se abrem, tomo um verdadeiro susto ao me deparar com tanta gente que já se encontram na recepção em busca de uma ficha para atendimento.
Por Kami, eu nunca vou me acostumar com o fato de ter tantas pessoas por aí precisando de cuidados.
Saio do elevador e tento ir rumo a cantina, mas rapidamente sou cercada por um grupo de pessoas que me pedem autógrafos, e dizem o quanto eu sou linda.
Deus do céu, após a guerra, começou a circular um boato que eu sou a ninja médica musa das batalhas, não me entendam mal, não estou me achando nem nada, mas, esses boatos circularam feito o vento, e eles são também responsáveis por ter tanta gente aqui hoje.
Como pode várias pessoas enfrentarem três ou mais dias de viagem, só para virem me pedir um autógrafo, ou pior ainda, me pedirem em casamento? Por Jesus Cristo, o que eu sou, uma rainha, ou sei lá o quê?
Certa vez uma senhora que veio se consultar comigo, vinda da aldeia da areia simplesmente me contou que ficou sabendo, que durante a guerra, eu mesma havia derrotado o Madara, e que o Óbito ficou tão encantado pelos meus olhos verdes, que acabou ficando hipnotizado mudando para o lado da aliança Shinobi.
Confesso que não deixei de ficar lisonjeada por acharem que tenho tanta beleza assim, mas, depois quando contei a Ino e a Hinata, passamos meia hora rindo desse absurdo.
Saio totalmente do meu devaneio ao sentir novamente aquela sensação de dormência, só que dessa vez muito mais forte a ponto de me causar tremores pelo corpo.
Tento entender o que isso é, pode ser exaustão pela escala de trabalho absurda que assumi esse mês em que a mestra Tsunade está de férias.
De Repente escuto o berro alto daquele idiota loiro que se tornou um pedaço do meu coração, gritando loucamente dentro do hospital pelo meu nome.
Viro de supetão em direção ao escandaloso, e me deparo não só com o Naruto, mas , com ninguém mais ou ninguém menos, do que Ushiha Sasuke, vulgo, amor de toda a minha vida.
Não consigo acreditar no que os meus olhos vêem, será se realmente estou desidratada ao ponto de ter alucinações, ou será se ainda estou dormindo e sonhando mais uma vez com ele?
Não sei o que pensar, só sei que minhas pernas, mesmo vacilantes, caminham lentamente ao encontro daqueles dois seres que são tudo para mim.
Por Deus, quantas vezes sonhei com esse momento? Quantas vezes chorei escondida sentindo que meu mundo iria desmoronar a qualquer momento por causa da dor enorme que a ausência dele me causava?
Quando chego frente a frente com os dois, consigo finalmente ter a certeza que sim, é realmente ele. Sasuke Ushiha escontra-se aqui, bem na minha frente, tão lindo e perfeito, parece uma miragem criada pela ilusão que os meus olhos tanto sonham em ver.
Ele é lindo, muito lindo. Os cabelos negros como mármore, descem pela sua face branca feito a neve, cobrindo seu olho portador do Rinnegan, enquanto seu outro olho brilha em cor púrpura, demonstrando toda a glória que só o Sharingan consegue ter.
Como é? Ele está com o Sharingan ativado? Não só isso, o Rinnegan também brilha totalmente ativo contrastando com o branco de sua pele, tornando-o tão perfeito que nem sei explicar com palavras o quanto ele é deslumbrante.
Deus, eu o amo, amo tanto que parece que meu coração vai pular para fora do meu peito e gritar em alto som o quanto o amo. Não sinto mais o tremor, não escuto mais o barulho das pessoas a minha volta, tudo o que sei, vejo, escuto e sinto é ele. Só ele.
Meu pager médico vibra na minha cintura, anunciando o dia louco que tenho pela frente.
Dirijo algumas poucas palavras aos dois, e saio dali quase correndo, preciso chegar ao meu banheiro, no conforto da minha sala, não sei se consigo segurar mais o nó que se forma na minha garganta.
Me desvio das pessoas rapidamente, entro no elevador, e aperto o quarto andar. Quando as portas se abrem, corro loucamente até minha sala, porém não consigo chegar ao banheiro, ligeiramente escorrego na parede rumo ao chão da minha sala, me desmanchando em lágrimas, lágrimas que são de alegria, alívio e medo.
Graças a Kami ele voltou bem, mas, será se dessa vez ele vai abrir espaço para mim na sua vida? Não sei mais de nada, só sei que choro cachoeiras deitada ao chão, até pegar no sono totalmente exausta.
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Sim! Eu Também Te Amo.
FanficUma história Sasusaku, que ocorre uns três anos após a guerra, na qual o Uchiha vai descobrindo e admitindo a si mesmo, os seus verdadeiros sentimentos pela Sakura. Uma história em que os acontecimentos se desdobram de acordo com o que eu penso a re...