Sangue vampiro

02| Acidente

➵ Brasil, 18/01/2023

Acordo toda suada, olho no despertador e vejo que faltavam apenas 5 minutos para que ele tocasse, então apenas desligo-o.

Vou até o banheiro escovo os dentes e começo me despir. Tomo um longo banho, a água estava gelada.

Saiu do box e escolho uma roupa, hoje não vou à aula. Mas, vou ao shopping fazer compras. Hoje eu tenho que viajar com meus pais, já fazem uma semana em que as aulas começaram e eu já estou totalmente cansada.

Me direciono até minha penteadeira, onde faço um rabo de cavalo simples, um delineado fino e passo um gloss em meus lábios.

Desço as escadas e me deparo com meus pais. Eles estavam conversando sobre algo, me sento a mesa e me sirvo.

- Bom dia! - digo pegando uma torrada e tomando um gole de suco de maracujá.

- Bom dia pequena, já se preparou para a viajem de hoje a tarde?.- Minha mãe fala, oque é muito raro, quase sempre ela esta emburrada ou com raiva de algo.

- Ainda falta comprar algumas coisinhas, por esse motivo irei daqui a pouco ao shopping.

- Ah, sim. Ta animada pra rever seus avós? - Meu pai fala- ela estava me perguntando sobre você.

- Um pouco.- Mentira! Eu estava quase explodindo de raiva. Eles eram uns grandes idiotas sem educação assim como minhas tias. Mas não poderia transparecer toda essa energia negativa logo de manhã.

Estou saindo do shopping, devem ser umas 13:40 da tarde, e olha que eu cheguei aqui umas 08:30 da manhã.

Comprei tudo oque precisava e algumas besteiras, um hobbie estranho que tenho é que eu amo comprar coisas inúteis que na verdade são bem úteis.

Vejo meu motorista chegando, ele me ajuda a guardar minhas compras e abre a porta para que assim eu finalmente possa ir para casa.

Chego em casa e vou logo arrumar as coisas. Acabo tudo e resolvo olhar no celular para ver as horas, são exatas 15:00. Vejo que tem umas nove ligações de Amelie então retorno.

- Neera eu estou morrendo de raiva de você! Cara eu te ligei umas dez vezes e você não me atendeu!

- Na verdade foram nove ligações.

- Não importa. Eu estava preocupada que você já havia ido sem me ligar. - fala preocupada.

- Não, ainda tô em casa. Mais, já estou indo.

- Ok amiga, boa viajem! Só liguei para te dizer que te amo, e não liga para oque aqueles chatos dos seus avós te falarem.

- Também te amo doida.

Desligo o telefone e escuto meu pai me chamar. Bom, Vamos lá Neera, você consegue!

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Estamos no carro, como meus avós moram na cidade vizinha não demora tanto.

Estava tocando uma música antiga, meus pais cantarolavam enquanto eu acariciava minha gatinha Polly, enquanto Nina dormia em meu colo.

Do nada meus pais começaram a discutir, isso era bem normal pra ser sincera. Eles acordavam ótimos com a vida e dormiam quase se matando.

- Eu já sei de tudo Otávio! Você me trai com ela a quanto tempo?- minha mãe diz. - Acha que sou boba?

- Pelo amor de Deus Eliza! Esse assunto de novo? - Meu pai fala.- Para de ser paranoica.

- Ah, então eu sou maluca? - ela grita - Como você teve coragem? Foi por isso que a Celine se matou, ela sabia de tudo e não aguentou esconder a verdade! Eu li o diário dela!

- Você não me deu escolhas, vivia ocupada, a culpa não foi minha. - Oque era isso? Ele estava afirmando que havia a traído minha mãe? - Se você fizesse seu papel como mulher direito, tenho certeza que seria tudo diferente!

A música havia parado de tocar ou eu estava louca? Tudo ficou em silêncio, não escutava mais o barulho da estrada. Meu olho começou a arder, minha respiração ficou incontrolável, e meu coração parecia que estava prestes a pular pela minha boca. Ele foi a causa de sua morte?

Como ele teve coragem?
Como pode?
Porque?
Com quem?
Quando?

Depois de longos segundos, que mais parecia horas eu ouvi um barulho, a mão da minha mãe no rosto do meu pai. Ela havia dado um tapa tão forte em seu rosto que, o que veio ao seguir nem eu e nem ninguém naquele carro esperava.

Ele perdeu controle do volante.

O carro bateu em um poste de energia e caiu em um buraco enorme, pelo menos acho que foi isso que aconteceu. O impacto foi muito forte, assim como a dor, eu não sentia minhas pernas, não sentia nada!

Minha cabeça doia e então eu vi minha mãe, ela estava desmaiada e... ensanguentada, não consegui ver meu pai. E então tudo ficou preto.

Será que vou morrer?
Será que Amelie sentirá minha falta?
Será...?