capítulo 8 - glen e glenda

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A casa emanava um cheiro muito bom. O almoço estava quase pronto e a mesa estava farta. Tudo muito organizado para a chegada dos gêmeos.

Tiffany parecia levemente nervosa, mas para sua sorte, Nica estava ao seu lado, firme e forte, objetiva em ajudá-la.

— Acabei de pôr a mesa, Tiff. Reguei as flores do jardim. São 11:30.

— Eles chegam daqui a pouco! – a loira diz, desligando o fogão. — Estou tão nervosa! Dá para perceber? – perguntou, dando um jeito em seu cabelo.

— Você está perfeita Tiff, não se preocupe. Vamos esperar na sala. – a castanha sugere, e a mais velha a segue de bom grado.

Parada em frente a janela, a mais nova observava o bairro através do vidro. Tiffany estava logo atrás, apoiada em sua cadeira. Seu coração estava a mil. Há quanto tempo não via os seus próprios filhos?

— Tiffany? – Nica lhe chamou a atenção, a mais velha estava calada demais, o que era deveras estranho. — Venha cá. – a castanha deu tapinhas em seu próprio colo, sem delongas, a loira sentou-se. Nica levou seus dedos até os fios loiros da mais velha, acariciando-os.

— Eles lembram de mim, não é? – Tiffany indagou.

— Claro, querida. Não só lembram, como estão morrendo de saudades. – o coração dela estava acelerado, e, quase que como um impulso, a castanha lhe deu um beijo carinhoso na bochecha, buscando consolar a amiga. Tiffany sorriu e, lentamente, Nica afastou sua boca e olhou através da janela novamente. — Chegaram.

Tiffany levantou-se, olhando lá para fora.

— Me conte tudo depois. Mande mensagem se precisar. – disse.

— Obrigada, meu bem! – agarrou a castanha em seus braços rapidamente num abraço apertado.

Tiffany acompanhou a vizinha até a porta, despendido-se rapidamente.

Ao sair, Nica observou o carro, que havia acabado de estacionar. Um homem ruivo e de cabelos longos sai de lá de dentro e seus olhos azuis pousam imediatamente sob a garota, o que causou um calafrio na mesma, que desviou o olhar e segiu em frente.

Charles abriu a porta do carro para as crianças saírem e logo um garotinho pulou de lá de dentro, totalmente sorridente. Após, uma menininha com a cara amarrada também saiu. Tiffany já podia vê-los e seu coração saltou.

A loira correu para perto das crianças e ambas rapidamente se jogaram em seus braços em um abraço cheio de saudades. Lágrimas escorreram pelo rosto da mais velha. Sentir suas crianças perto era o que ela mais desejava há tempos.

— Meus amores! – disse, os apertando.

— Que saudade, mamãe! – Glen estava mais sorridente ainda.

— A gente tava ansioso pra ver você. – Glenda disse.

— Eu também estava muito ansiosa para vê-los! Vão lá para dentro, o almoço está pronto, me esperem lá.

Os irmãos deram as mãos e entraram em casa.

— Quem era a garota? – a voz rouca e rude de Charles soou no local. Tiffany franziu o cenho, não entendendo o seu questionamento. — A aleijada.

— Se chama Nica, é a minha vizinha. Já pode ir. – ela fez o sinal para que ele partisse. Ele riu debochadamente.

— Eles são os meus filhos.

— Eu sei. Mas são tão meus quanto seus. O combinado foram dois dias. Dá o fora Chucky, não te quero aqui por perto.

Ele riu novamente, a olhando de cima a baixo com o olhar perverso de sempre.

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