Capítulo 17

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Nem sempre é por querer...as vezes não estamos preparados para os planos que já são nossos, mas que decidiram adiantar. Porém acontece e....tá tudo bem. Sempre odiei hospitais, passei um bom tempo neles quando meu pai estava internado – passei a detestar o cheiro que tinha e sempre fiz de tudo para nunca mais voltar, mas parece que não tinha feito tudo exatamente. Abri meus olhos escutando o barulho das máquinas de monitoramento cardíaco – um barulho irritante – aquele cheiro de alvejante também estava me deixando irritada e enjoada, mas eu não podia fazer muito já que estava deitada na cama com um soro ligado na minha veia.

- Oi querida. – olho para a poltrona ao lado da cama e vejo o Aaron com o semblante abatido. – Sabe o quanto fiquei preocupado.

- O que aconteceu?

- Você desmaiou meu amor. – respondeu pegando a minha mão. – Eu...fiquei com tanto medo.

- Mas, o que tem de errado comigo? – questionei e no mesmo instante um médico adentrou o quarto com uma prancheta em mãos.

- Solaria Wilson? – assenti o olhando. – A senhorita está bem, somente sua glicose que teve um pico muito alto e parece que a senhorita toma...ritalina?

- Tenho TDAH doutor, esses dias andei tomando o excesso. – confesso vendo a expressão do Aaron. – Isso é um problema grave?

- Pela forma como seus exames de sangue me mostraram, sim. – então finalmente me olhou. – Sua glicose está muito alta e o remédio, acelerou o processo de digestão...Remédios como este ficam no corpo aproximadamente vinte e quatro horas, se toma o excesso o efeito é triplicado e não se sabe ao certo o momento que o remédio para de fazer efeito.

- Eu começo a ficar irritada e produzo além...

- Sim, mas é um remédio enganador senhorita.

- Como assim doutor? – questionou Aaron que o olhava sério. – Está dizendo que é quase como uma droga? Está deixando a minha mulher dependente dele?

- Basicamente senhor, já tive casos que a pessoa estava há uma semana sem tomar o remédio porém ainda estava sob seu efeito. – concluiu pegando novamente a ficha. – Eu recomendaria que a senhorita parasse, há outros estimulantes para a atenção...

- Mas se for extremamente necessário a atenção?

- Ainda poderá tomar o remédio, mas para atividades do cotidiano ou somente para se concentrar em uma aula de uma hora, não é recomendado. – explicou fazendo algumas anotações. – Estamos fazendo uma desintoxicação do seu organismo, assim a senhorita poderá ter controle sobre ele de novo e se necessário poderá tomar o remédio.

- Então os vômitos e o desmaio foram causados pelo remédio? – questionou Aaron, se o doutor concordasse, eu sabia que assim que chegássemos em casa ele jogaria todas as pílulas.

- Tudo indicada que sim, seus efeitos colaterais são esses e outros relacionados, nos casos das mulheres, podem ser confundidos com gravidez, mas no seu caso senhorita...é o remédio. – concluiu colocando a ficha na mesa e vindo até mim. – Faremos novos exames assim que terminar o soro e depois está liberada...vai ficar bem.

Concordei minimamente, ele se despediu de nós dois e saiu do quarto, deixando um silêncio estranho no lugar. Olhei para o Aaron e mordi os lábios, estava com medo do que ele fosse falar ou fazer que somente fiquei quieta. Preferi dormir a maior parte do tempo – apenas adiando uma briga que sabia que mais tarde aconteceria – uma enfermeira apareceu para trocar o soro e me levou para fazer novos exames enquanto ainda o tomava, logo retornei ao quarto e aguardei os resultados do exames e vi como o Aaron estava inquieto no quarto, mas em nenhum momento quis falar algo.

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