Capítulo 13

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"O medo sempre será algo presente". Eu estava a ponto de entrar em pânico, principalmente com aquele policial que não parava de fazer perguntas estúpidas que já havia sido respondidas diversas vezes. Quando o Aaron me encontrou, pegou o celular e ligou para a polícia que chegou em menos de um minuto, mas já era tarde, aquele homem havia ido a muito tempo e só Deus sabia quando apareceria novamente – desde então o Aaron não me soltou mais e até quando a polícia foi para tirar as fotos dos hematomas que ele causará em mim, não soltou a minha mão por nada.

- Policial me deixe a par do que está acontecendo. – olho para o lado e encontro o Bob vindo na nossa direção. – Ela é minha filha e sou advogado.

- Invasão de propriedade, nada foi roubado, somente queria a sua filha, pelo que nos contou. – o policial olhou de mim para o Bob e depois para o Aaron. – Onde o senhor estava?

- Policial já lhe dissemos....

- Eu fui para a faculdade e quando voltei ele havia ido no mercado, foi o tempo necessário para ele entrar e vir até mim, a casa teve a energia cortada e ele só me machucou porque joguei uma faca na sua direção...será que por favor, pode parar de repetir as mesmas perguntas. – já estava exausta e agoniada com aquilo, sem contar da imensa dor que estava sentindo.

- Cuidarei daqui pra frente, leve-a para casa Aaron. – ambos apertaram as mãos e voltaram sua atenção para mim. – Descanse e amanhã resolvemos.

Somente concordei e deixei que o Aaron me pegasse no colo – quanto maior fosse o nosso contato, mas segura eu me sentiria. Por estarmos sem energia tivemos que ir para a minha casa, onde a minha mãe estava nos esperando aflita, ela só não conseguiu me bombardear de perguntas, porque o Aaron a impediu e agradeci por aquilo.

- Não vou sair do seu lado nunca mais. – comentou pela primeira vez, desde a delegacia não havia dito nenhuma palavra, somente me olhado e tocado, checando se eu o aceitava por perto. – Iremos achar aquele filho da puta, ninguém vai te machucar de novo, não enquanto eu estiver aqui.

- Sei disso...pode me abraçar? – não precisei pedir de novo que ele já se aconchegou e me abraçou delicadamente.

- Durma querida, estou aqui.

Acatei seu pedido e me aconcheguei melhor, logo já estava fechando os meus olhos e tentando não pensar muito naquela noite. Durante um bom tempo não consegui desligar a minha mente e quando estava finalmente desligando, escutei os sussurros do Aaron.

- Ninguém irá lhe machucar novamente meu amor...você é tudo o que tenho e não sei o que farei se perde-la...eu a amo.

Adormeci com aquelas palavras, porém eu fiquei com medo e se eu não conseguisse dizer elas? Esse era o meu bloqueio, amar. Depois da morte do meu pai nunca mais escutei a palavra amor, nunca escutei minha mãe proferir elas novamente, não para mim. Já ouvi ela falar para o Bob e até para o Leon, mas para mim é difícil e a entendo, sou a cópia fiel dele e dize-las de novo seria como finalmente se despedir de meu pai e eu por outro lado, tenho medo de pronuncia-las e perder quem as ouvir – foi assim com meu pai, eu disse e ele morreu bem na minha frente.

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- Como está querida? – pergunta do outro lado da linha.

De manhã foi uma luta para que o Aaron fosse trabalhar, ele não queria me deixar de jeito nenhum, só foi porque o Bob e a minha mãe estariam em casa, porém isso não o aliviou tanto já que havia o outro problema – mas o assegurei que nada aconteceria e que se algo acontecesse eu ligaria para ele, aconteceu que ele entendeu o contrário. A cada dois segundos ele me mandava uma mensagem e quando eu demorava para responder, me ligava.

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