Capítulo 05

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Sabe quando somos crianças e nossos pais nos proíbem de fazer algo, mas quando não estão olhando, nós vamos lá e fazemos, mas quando retornamos para o quarto, encontramos um dos pais nos olhando do corredor e a gente dá aquele sorrisinho para disfarçar? Eu estava exatamente assim olhando para o meu irmão e o seu amigo, não sabia o que fazer e se eles tivessem ouvido o que aconteceu agora pouco? Como eu mostraria para o meu irmão ser um bom rapaz, sendo que sua irmã estava quase transando na varando com o seu professor. Porém eu consegui contornar a situação ao ver as caixas de pizzas em cima da mesa e várias latas de cervejas.

- Estão fazendo o que acordados? E o Bob sabe que assaltaram o frigobar dele? – sim, meu padrasto tem um frigobar só para suas cervejas e meu irmão e seu amiguinho, tomaram todas.

- Aproveitando a sexta-feira, ao contrário de certas pessoas nós não tínhamos planos. – diz e fico com os olhos arregalados. – É maninha sei que saiu com um cara, pode ir abrindo o bico. – diz e vi ele ficar interessado ao contrário do amigo que estava com uma cara.

- Não é dá sua conta e como descobriu? – pergunto me sentando ao seu lado do sofá.

- David, como ele sempre sai mais cedo que você liguei para ele perguntando se vocês dois não iam querer pizza também, mas ele disse que ia sair com uma garota e você com um cara, então quem é? Conhecemos? – pergunta parecendo uma criança esperando saber qual é o presente que vai ganhar.

- Bom, podemos dizer que ele um homem e é alto, ótimas definições, já dá para formar o perfil do suspeito. – comento rindo e olhando para janela e imediatamente fico vermelha ao lembrar o que aconteceu agora a pouco.

- Fico vermelha por quê? Não acredito! – exclamou meu irmão saltando do sofá e começando a pular no sofá, feito criança.

- Não acredita no quê? – pergunta Tiago o olhando sem entender.

- Eles se beijaram, estou certo? – pergunta com um sorriso no rosto, mas logo ele some tomando uma cara de quem está juntando os parafusos na cabeça. – Espera um pouco, quando o cara leva a garota para sair é costume dele trazer ela em casa e na despedida dar um beijo nela, não me diga que foi aqui? E eu perdi isso?

- Como sabe de tanta coisa assim? E como eu disse não é do seu interesse, agora vão arrumar essa bagunça e vão deitar, está tarde, boa noite. – digo e subo para o meu quarto.

Adentro o aposento fechando a porta atrás de mim, contudo, a um sorriso em meu rosto ao lembrar da noite maravilhosa que tive. Me desencosto da porta e vou trocar de roupa, ainda com o sorriso, quando acabei me olhando para janela e vi o Aaron parado na sua me olhando, imediatamente fiquei vermelha e fechei a janela mordendo os lábios, mas logo balancei a cabeça e me deitei, tentei dormir mas lembrar do beijo que tivemos não ajudou muito e me fez criar vários cenários inapropriados para os menores.

Durante a noite acordei algumas vezes suando e me remexendo muito, quase tomei um banho gelado, mas somente passei a água na minha nuca e troquei os lençóis. Por saber que a manhã seguinte era sábado e não precisaria acordar cedo, decidi repor o sono e até o que o remédio andou causando no meu sistema nervoso, entretanto, meus planos foram estragados assim que alguém abre a porta e abre com tudo minha janela – que pela primeira vez não estava aberta.

- Vamos levantar Sol, porque o outro já levantou. – diz Fernanda se sentando na minha cama após arreganhar as janelas.

- Com certeza e a senhora não tem nada para dizer? –exclama Joana adentrando o quarto com os braços cruzados.

- Me deixem dormir, sabem que necessito. – digo e me enfio ainda mais na cama, mas elas puxaram a coberta e me fizeram cair da cama. – Qual é meninas, sabem que preciso desse sono.

- Negativo. – diz as duas ao mesmo tempo.

- A senhora saiu ontem à noite com um cara e não nos disse nada, tivemos que descobrir vendo ele te pegar no campus. – diz Fernanda se exaltando.

- Com os remédios, o trabalho e a faculdade que acabei esquecendo de contar. - digo me levantando e indo para o banheiro.

- Espero que pare com esses remédio Solaria, ainda vão lhe fazer mal. – diz Joana toda preocupada.

- Está parecendo meus pais falando assim.

- Ela tem razão, mas o assunto aqui é outro. Pode ir contando quem é o felizardo, não esqueça nenhum detalhe. – pediu Fernando se esparramando na minha cama.

Resmunguei e comecei a contar a elas enquanto que me trocava e do banheiro escutava os gritinhos animados que as duas davam quando eu contava algo. Ao retornar no quarto, novas perguntas foram feitas e precisei respirar bem fundo para não bater nessas duas curiosas de plantão.

- Foi muito bom, nos conhecemos bastantes e vimos que temos muitas coisas em comum. Ele me levou no cine car e depois fomos naquela lanchonete/varanda, ele é um homem como qualquer outro. – digo sorrindo.

- Não sei qual é sua definição para um homem como qualquer outro, não pode simplesmente nos dizer isso, queremos nome, idade, endereço, trabalho, e até o perfil da rede amiga. – diz Joana já impaciente.

- Homem é diferente de um cara, que é diferente de um moleque, essa é a definição. Quanto as suas informações, prefiro deixar no escuro, não somos nada e não quero vocês fuçando a vida dele.

- Com certeza essa é a definição que queria. – comenta Fernanda sorrindo. – Mas não rolou mais nada?

- Além do fato de que eu quase transei com ele na varanda da minha casa, mais nada. – digo, mas elas sabem que estou escondendo o trunfo da situação. – Vou me arrepender disso...ele é meu vizinho.

- NÃO! – ambas gritaram e se entre olharam, para em seguida saírem correndo do meu quarto.

- Merda. – exclamo e saio correndo atrás das duas.

No corredor trombei com o Thiago e com o Leon que me olharam estranho, mas não liguei e fui atrás das duas e as encontrei olhando as casas e debatendo quando poderia ser a casa dele, enquanto que eu olhava tudo sentada na escada da varanda e torcendo para que ele não saísse de casa agora.

- Porque estão fazendo isso?

- Queremos ver se o conteúdo é digno da nossa amiga. – responde Joana maliciosa, fazendo Fernando rir igual uma hiena.

- E aí garotas o que estão fazendo? – pergunta meu irmão aparecendo na porta com seu amigo do lado, curioso.

- Não é da sua conta. – digo o olhando.

- Indo atrás do cara com quem ela saiu ontem. – diz a bocuda da Fernanda, eu vou matá-la.

Olho para as minhas amigas e fecho os olhos enquanto balanço a cabeça, elas saberem quem é tudo bem, mas o meu irmão não, porque vi como ele olha para o Aaron e não estou nenhum um pouco de escutar seu falatório e ainda receber aquele olhar.

- Vocês sabem quem é? Fala aí. – diz apressado e animado. – Onde ele mora?

- Ela disse que é vizinho de vocês, agora a casa não sei. – diz a Joana me olhando com um sorriso no rosto.

Os três ficaram discutindo qual seria a casa enquanto que eu os olhava com a cabeça escorada no mesmo pilar que fui "atacada". Eles ficaram quase uma hora discutindo e quando iam finalmente desistir, vejo a tentação sair de sua casa com uma bermuda marrom clara e uma blusa de botões branca e para piorar a visão de gostosão, óculos de sol que destacava sua barba por fazer, mas consegue ficar pior, ele vem na nossa direção. Todos ficaram olhando para ele, já eu comecei a sentir o coração a bater rapidamente, minha mente queria gritar para que ele não fizesse o que eu estivesse pensando, mas o demônio vinha com o mesmo sorriso de ontem á noite e sabia que iria fazer aquilo, só fui reagir quando senti suas mãos segurando o meu rosto e os seus lábios se encontrando com os meus, por ser uma coisa instantânea, eu correspondi, mas me arrependi ao escutar todos gritando e naquele momento desejei desaparecer por completo.

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