Compreensível demais
Está tudo bem
Em meio ao caos que criei pra mim mesma
Dentro do turbilhão de sensações
Eu sigo de olhos fechados, mas de sorriso aberto
Ignorando as dores, pensando cada vez mais nos outros e menos em mimTudo bem
A cada nova ferida aberta, mais fecho-me para o mundo
O sofrimento dos outros sempre me foi mais aprazível de lidar do que o meu próprio
Até porque é muito mais fácil de ser aceita se seus problemas forem menores que dos outros
Cada vez que se doem os outros, menos dor eu preciso sentir em mimBem
Nada realmente está
Eu realmente não estou
Mas quem liga? Quando se é tão compreensiva e sensível
Quando se é tão boa, paga-se o preço do esquecimento
Do desaparecimento do eu, pra cuidar do sentimento do outro e sonegar a siTudo bem
Ouvir algo que não gostou e ter de fingir que não se importa
Que entende, que sabe separar as coisas
É saber que demonstrar os próprios sentimentos vai ser repreendida e dita como mesquinha
É sentir-se mal por exercer o direito de sentir
É viver no eterno tormento de indagar "mas e como eu me sinto?"
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Desimportante
Non-FictionDas crises de ansiedade pro papel, enquanto a sanidade durar.