último ano do ensino médio

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As aulas tinha terminado, e eu estava indo para Orange Count estagiar com Paul Sênior e Paul Jr. Parecia um sonho! Passei todas férias lá aprendendo tudo o que podia. Todos foram super legais comigo e se surpreenderam o quanto eu entendia de motos e motores.
Também praticamente me criei na oficina do meu pai. Ele que me ensinou a amar as motos.

A parte que eu mais gostei, na verdade me apaixonei, foi a pintura dos tanques de combustível. Não fazíamos isso na nossa oficina e passava a maior parte do tempo que podia aprendendo com eles.

Durante muito tempo eles fazia tudo manualmente, mas claro com a fama agora eles tinham muita coisa feitas por computador. Mas a pintura de tanques era uma arte quase manual! Aprendi várias técnicas com eles, estava super empolgada com isso.

Quando ligava para meu pai nos finais de semana contava tudo que estava aprendendo e ele me incentivava. Num dos telefonemas ele falou pra mim que ele ia comprar tudo que eu precisasse pra começarmos a fazer pinturas de tanque na nossa oficina.

Quando as férias acabaram fizeram uma festa de despedida pra mim na OCC e Paul Jr me ofereceu emprego se eu quisesse voltar depois da formatura no final desse ano.

Voltei no ônibus pensando em tudo que aconteceu nesses últimos dois anos e como a vida às vezes muda. Eu estava cheia de expectativa de voltar e começar meus próprios tanques lá na oficina. A ideia de trabalhar com Paul Jr, também me interessava. Eu considero ele um gênio, a criatividade e as ideias deles eram de outro mundo.

Quando pensei nisso me lembrei de um outro ET que há dias não tinha pensado mais. Era tanta coisa nova acontecendo na OCC que não tive tempo de pensar na escola. O máximo que eu fazia era correr todas noites pra manter a forma e, às vezes, jogar basquete com o pessoal da oficina. Mas era diferente era jogo de brincadeira nada como meus treinos.

Por um minuto me permiti pensar na Toni e como ela estaria? Também o que me interessa isso? Eu odeio aquele ET latino!

Me ajeitei melhor no banco do ônibus e dormi.

A volta da escola pra mim sempre foi normal porque sempre ficava na cidade, então passava as férias com todo mundo da escola.

Estava sentada no nosso banco no recreio e esse ano tudo parecia diferente. Eu sabia uma ou outra coisa que aconteceu nas férias, a Babs me contava quando nos falávamos, mas parecia que eu tinha ficado anos fora da cidade.

Não sei explicar direito, mas parecia que a Babs e a Lucy estavam diferentes, acho que era porque elas estavam falando sempre de coisas que eu não vivi nas férias com elas. Me senti meio deslocada, como se não pertencesse mais aquele lugar.

O pessoal do time também costumava ir nas festas e me senti igual com elas, como se eu não tivesse no mesmo mundo que elas. Ai meu Deus eu virei o ET?!?! Pensei apavorada! Será que era por isso que Toni era assim?

Ela nunca passava férias na cidade, não ia as festas, tava sempre trabalhando na cachaçaria convivendo com pessoas adultas e não com nós os terráqueos do colégio.

Não sei dizer a sensação era muito ruim, eu me sentia tão sozinha e por fora, na verdade estava com medo de não me encaixar nunca mais. E se eu não me encaixasse mais?

Eu não tenho ninguém nesse mundo! Eu não tenho família, meu pai vai embora pra Flórida! E se a Babs e a Lucy não andarem mais comigo?

Comecei a sentir falta de ar e meu coração disparou, minhas mãos ficaram frias e eu suava que nem uma louca, Fiquei mais branca ainda!

A Lucy me olhou e perguntou se eu estava bem. Eu disse que não, então elas foram comigo na enfermaria. O recreio acabou, elas voltaram pra aula e eu fiquei lá.

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