ameaça

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Os dias se passaram e ninguém assumiu quem matou o cara da igreja, mas a violência na cidade reduziu quase a zero. Eu não sei se foi a Toni, mas o recado foi bem dado, nossa cidade voltou a ser o que era antes, calma.

Igual ficamos com a fama de "donas do pedaço" desse lado da cidade. Se as pessoas tinham um problema vinham falar comigo.

A fama é engraçado, quando você adquiri ninguém questiona se é verdade ou não.

Automaticamente, Toni ficou com fama de mandar na cidade do lado de lá do arroio, e muita gente passou a ter medo da latina esquentada, mas pelo que sei também recorriam a ela se tinham problemas.

Havia rumores de pessoas que viram Toni e Betty amarrando o cara na igreja, mas ninguém queria testemunhar.

Como o cara era ladrão, e ninguém sabia ao certo de onde ele saiu, ou se tinha família a delegacia central não perdeu tempo no caso de homicídio, e arquivou como não resolvido.

Acabei ficando bem amiga do Jughead e dos rapazes dele ele fez o tal churrasco pra nós e realmente ele amou a Babs!

Com tudo mais calmo tive tempo de pensar na minha moto, Paul me ligou dizendo que tinha uma ótima lá e não pensei duas vezes. Até a Babs já tinha a moto própria e eu não!

Tá certo que ela não reformou nada , nem se quer alugou um ap pra elas duas morarem sozinhas! A Babs é muito anta mesmo! Ri, mas só para o lance com a Lucy, na oficina ela era meu braço direito.

Só eu pintava os tanques e se tinha muita encomenda às vezes não podia ficar em cima das motos e carros. Ela se tornou uma mecânica tão boa quanto eu. Nós tentamos trazer a Lucy pra trabalhar com nós também, mas ela detesta motores e recusou.

O novo ano tinha começado e já estávamos no mês de junho, finalmente tinha minha própria moto e claro personalizei meu tanque. Ele era todo preto com quase invisíveis raios de chuva cinza! Eu adoro as cores escuras e modéstia à parte, meu tanque era muito show!

Estava dando umas voltas no domingo à noite, pra relaxar, como muitas vezes fazia. Agora eu sempre andava na estrada onde podia acelerar e sentir o vento no rosto.

A minha vida estava boa, os negócios indo bem, meu pai estava super feliz em Miami, eu tinha meus amigos, jogava basquete uma vez por semana, tinha minha moto, saia com algumas meninas às vezes, mas... Sei lá... Parece que eu não tô feliz? Eu tenho tudo que preciso, tudo que imaginei pra minha vida estava acontecendo, mas sei lá...

Acho que talvez eu esteja cansada, só isso.

Voltei pra cidade rumo a minha casa, quando o sinal fechou. Estava parada esperando quando parou do meu lado uma moto muito bonita e logo reconheci o tanque que eu fiz. A maioria das motos da cidade tinham meus tanques, mas esse era aquele cor de sangue.

Não me lembro pra quem eu fiz e imediatamente olhei pra ver quem era, mas a pessoa estava usando aqueles capacetes que são inteiros que tapa o rosto e com reflexo espelhado. Não tinha como ver quem era, mas pelo corpo era uma mulher.

Usava uma calça branca colada e uma jaqueta de couro na cor crua, extremamente sexy! Dei uma bela checada no corpo por um minuto e achei que estava tendo alucinações, mas aquela bunda era da Toni!

A pessoa virou pra mim deu duas batidinhas com a mão no tanque e acelerou disparando na frente. Eu podia seguir quem era, mas a pessoa iria notar e se fosse Toni, eu não ia dar esse gostinho pra ela.

As batidinhas no tanque poderia ser uma forma de reconhecimento talvez? Ou a pessoa estava me achando pra um racha? Não sei...

Cheguei em casa e fui procurar no computador quem fez o pedido daquele tanque. Não achei nada! O pagamento deve ter sido feito em dinheiro. Amanhã pergunto pra Babs se ela lembra de algo.

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