protegendo a cidade

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No outro dia nos reunimos na minha sala/QG, sem a key. Afinal sempre foi só nós três, não gostávamos de gente no nosso meio sem necessidade. Eu estava preocupada, porque não sei se era seguro o que pensávamos em fazer, iríamos correr os caras daqui, mas e se eles quisessem vingança?

Tivemos sorte de pegar um cara que ao que pareceu trabalhava sozinho só revendendo. Nós não tínhamos nada a ver com guerra de drogas.

Conversamos por um bom tempo e não chegamos a conclusão nenhuma. Já eram quase onze da noite e não decidimos nada além de que devíamos buscar mais cerveja no mercado, porque bebemos tudo que eu tinha em casa!

Estávamos a caminho quando a Babs viu dois carinhas arrombando a farmácia, que já tinha fechado às nove horas. Não tivemos duvidas, resolvemos entrar em ação já que tínhamos tudo que precisávamos no carro.

Entramos lá e pegamos dois moleques que não deviam ter mais de quinze anos e quebramos eles a pau. Foi bem fácil, além de serem menores que nós eles não tinham nenhum tipo de arma. Essa era a questão, estávamos tão desprotegidos na cidade que ninguém nem se armava pra roubar!

Nunca tínhamos visto eles antes e descobri que eles não eram da nossa cidade mesmo, um me confessou.

Eles queriam dinheiro e remédios de tarja preta pra revender no mercado negro.

A farmácia ficava no centro da cidade e com o barulho algumas pessoas abriram as janelas e viram o que estávamos fazendo.

Alguns mais corajosos saíram e nos ajudaram e no final a farmácia não sofreu prejuízo nenhum. Soltamos os moleques na estrada, só de cuecas, achamos engraçado da primeira vez e repetimos.

No dia seguinte , acordei com o telefone tocando.

- Oi Babs...- falei sonolenta.

- Cheryl toda cidade tá comentado que nós somos heroínas!

- O que?

- Se espalhou pela cidade que a gente correu os assaltantes da farmácia.

- E isso é bom ou ruim?

- Não sei.- Babs respondeu.

Como era sábado, não iria abrir a oficina, mas também estava com sono e sem vontade de pensar, então falei.

- Venham pra cá a tardinha e vamos ver como ficam as coisas, ok?

- Tá , ok!

Desligamos e voltei a dormir.

Quando acordei peguei meu café e fui sentar na sacada, era muito bom ficar ali, era um bom lugar para clarear as idéias. Me lembro de sentar aqui com meu pai nos domingos de manhã e passarmos horas conversando sobre motos.

Por falar em motos o Paul Jr tem me mandado vários tanques pra pintar, gerando bastante lucro, sei que ele manda pra mim porque gosta do meu trabalho. Eu adoro as idéias dele, nós sempre conversamos sobre os projetos da pintura. Ele me manda suas idéias e eu mando alguns desenhos e ficamos trocando palpites até chegarmos no projeto final.

Mesmo a OCC sendo longe nós estávamos em contato.
Com o Paul eu podia ser criativa!

A maioria das encomendas que eu recebia aqui na cidade, o cliente sabia exatamente o que queria, já vinha com desenho pronto, ou foto, fazíamos uma ou outra modificação e deu!

Por sinal, me lembrei que tenho uma encomenda pra fazer, essa foi a única que não especificou muito o que queria. Suas únicas exigências eram que a cor fosse sangue escuro e que tenha algo que remeta a fogo também. Ainda não pensei o que fazer, acho que hoje vou pensar em alguns desenhos.

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