Eles só querem mudanças

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Horas depois, no esconderijo.

Os caixotes de madeira com as armas tomavam conta de tudo naquele espaço, os rebeldes cantavam e dançavam de tanta alegria.

Rico e Sheldon estavam encostados em uma mesa, conversando sobre a vida.

- Sabe, Rico, eu tenho certeza que seu pai, sua mãe e todos da sua família teriam um grande orgulho do homem que você se tornou.- Sheldon disse, com um sorriso no rosto, depois deu um gole na garrafa de cerveja que segurava.

- Não tenho certeza sobre isso, eu matei muitos nesses anos todos e...- Rico foi interrompido por Sheldon.

- Quê isso rapaz? Eu tenho certeza que iriam relevar isso, meu filho mais velho fez uma matéria especial do dia dos pais falando sobre mim e como tinha orgulho de tudo que fiz para ajudar pessoas! É óbvio que fariam o mesmo com você!- Sheldon disse alegremente.

- Eu não tenho filhos, sou velho demais pra isso, mas talvez seria legal ter meu guri ou a minha guria.- Rico disse cabisbaixo, Sheldon percebeu.

- Ah Rico, tu tem certeza que não tá querendo me contar alguma coisa que aconteceu entre você e a Maria Kane lá na Guatemala?- Sheldon disse de forma sarcástica.

- Não aconteceu nada! Isso foi há quase 30 anos, não rolou nada, a gente só dormiu juntos! Se bem que não me lembro de muita coisa sobre o que de fato aconteceu, tava bebaço, mas não faria sentido algum a Maria ter me escondido esse tempo todo, uma hora ou outra eu iria descobrir.- Rico disse seriamente.

- É, faz sentido, mas que tu era um legítimo pegador, tu era!-

- Não é querendo me gabar, mas de fato eu era, hoje só tô o pó da gaita.-

- Não fala isso, tu ainda tá bem conservado!-

- Obrigado, mas o que me anima é o fato de eu estar ajudando esse povo.- Rico disse com um sorriso no rosto.

- Como se sente ajudando eles?-

- Melhor, me sinto vencedor na luta diária contra meus demônios.-

- Te entendo, o que acha da luta deles?-

- Eles só querem que as coisas mudem, sabem, no momento em que você vota em alguém e esse alguém destrói suas ambições e sonhos, você se revolta com muita razão.-

- Muito bom, mas você já pensou em parar, se aposentar?-

- Sei lá, tenho observado o Brasil, talvez terei que agir lá, mas acho que não será preciso, então penso em parar quando derrubar a Agência, é essa a minha luta.-

Os dois continuaram conversando por mais alguns minutos até que foram surpreendidos por Santos, ele parecia irritado.

- Rico, é verdade que levou minha irmã no meio dos traficantes?!- Santos indagou, bem irritado.

- Como assim, claro que não, mandei com que ela ficasse a uma distância segura da boate, quem te falou essa merda?!- Rico respondeu.

- Aquele traste do Juan, o filho da puta matou meus pais e agora ele diz que quase matou ela, Rico, a Luísa é minha irmã, minha família!-

- Fica tranquilo, cacete! Não levei ela na linha de frente, ela só me ajudou no interrogatório, conseguimos boas informações.-

- Quais por exemplo?- Santos cruzou os braços.

- É a Agência que vende as drogas enviadas pelo Bartolomeu e entrega equipamentos de alta tecnologia aos traficantes.-

- Devemos nos preocupar com eles?-

- Não no momento, já lidei com a ameaça, geral tá com medo de mim.-

- E quem é esse do chapéu de cowboy atrás de você?- Santos apontou para Sheldon.

- Olá meu querido.- Sheldon disse.

- Este é Tom Sheldon, eu o conheço há quase 30 anos, enfiou o carro numa barraca de frutas há uns anos.- Rico apresentou Santos ao Sheldon.

- E você enfiou o carro na vendinha de pastel do senhor Marestoni.- Santos disse, querendo fazer uma brincadeira.

- Foi um... "pequeno erro de cálculo."-

Os dois iriam se aprofundar mais no assunto até que foram interrompidos por Sheldon.

- Desculpa cortar o papo, mas o Rico tinha comentado uma coisa bem interessante para mim, diz pra ele, Rico.- Sheldon pediu.

- Ah, verdade, obrigado por me lembrar. - Rico agradeceu.- Eu comentei com ele um plano que eu tive para acabar de vez com a guerra civil.-

- Continue, por favor.- Santos pediu.

- Se a gente atacar os dois maiores produtores de alimentos da região, podemos sufocar um pouco as forças de Bartolomeu e também começar a trilhar nosso caminho até o Palácio Governamental.-

- Então estamos perto de acabar com a guerra?-

- Sim, se tudo correr bem.-

- Hmm... Quando acha um bom dia para atacar?-

- Precisamos testar as novas armas primeiro, daí acho que poderemos iniciar o ataque em... 3 dias, o que acha?-

- Uma boa ideia, você vai vir conosco?-

- Não, dessa vez você terá que lutar sozinho, tenho que ter certeza que conseguem lutar sem mim, caso algo aconteça?-

- Acha que você vai pro Vasco?-

- Não sei, vai saber se estamos em um livro e o autor resolve me matar?-

- Meio específico demais, mas entendo, daremos o nosso melhor.-

- Eu sei que vão.- Rico disse, com um sorriso no rosto.

Sheldon acabou se metendo na conversa.

- Rico, tem certeza que o Bartolomeu vai continuar tão inerte? Eu tô começando a ficar angustiado com isso, esse cara não é normal.- Sheldon disse, meio apreensivo.

- Devemos estar preparados para tudo, realmente esse cara é muito estranho, geralmente já iriam mandar um exército atrás da gente.- Rico respondeu.

- O Bartolomeu é diferente, ele não gosta de atacar na base da bala, ele gosta de atacar o psicológico, quebrar as pessoas, é isso que ele tem feito ao longo dos anos.-

- Maluco esquisito.-

- Ele vai cair, nem que seja a última coisa que eu faça, mas ele vai cair e mandarei ele pro inferno!- Rico exclamou.

- Vocês dois já tiveram um pequeno contato durante a dominação, o que ele te disse?- Santos indagou.

- Não lembro ao certo, mas a tranquilidade que ele aparentou ter e a própria voz dele me deixaram receoso.-

- Garoto, se você enfrentar o Bartolomeu, fica esperto, com tudo que a gente sabe, ele vai fazer de tudo para te quebrar e com a calma e frieza de um assassino profissional.- Sheldon alertou Rico.

- Não se preocupe, ele não fará nada contra mim.- Rico respondeu, com um sorriso no rosto.

Os 3 continuaram conversando por mais alguns minutos, até que Luísa chegou até eles, Rico apresentou o Sheldon a ela e contaram tudo sobre o plano para acabar com a guerra.

O início do Ataque Final estaria prestes a começar...

Just Cause: O Diabo EscarlateOnde histórias criam vida. Descubra agora