Fúria

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Na fábrica, minutos depois...

Estava chovendo muito naquela noite e o vento soprava forte, mas isso não impediria Luísa e Rico de conseguirem respostas.

Fazia pouco tempo que a garota tinha chegado na fábrica abandonada, ela teve que atravessar uma distância considerável de mata densa, mas como conhecia a região, não teve maiores dificuldades para chegar lá.

Rico já estava lá, esperando, ele já não aparentava estar com seu jeito piadista e irônico, ele estava até bem irritado.

Luísa fez um sinal de jóia e Rico pode começar a interrogar o Juan.

O traficante já estava acordando da pancada que levou, Rico não perdeu e agarrou Juan pelo pescoço e o colocou contra uma das paredes de ferro que ainda estavam de pé.

- Escuta, agora começa as perguntas de verdade, já foi muita bondade te deixar inteiro!- Rico exclamou furiosamente.

Juan estava se recuperando da pancada, ele percebeu que havia alguém a mais com o Rico.

Ele inclinou um pouco a cabeça e pôde ver a Luísa, assim como o Rodriguez, ela estava visivelmente irritada, Juan demorou para reconhecê-la, mas em poucos segundos, pôde se lembrar dela.

- Nem fudendo, tu é a irmã daquele medíocre do Santos? Caralho! Tu até que tá gostosi...- Rico desferiu uma joelhada bem nas costelas de Juan, pelo som que fez, algumas devem ter sido quebradas.

- Tá querendo levar outra joelhada?! Então acho bom cooperar com a gente!- Rico exclamou novamente.

Juan estava se recuperando do golpe e recuperando o fôlego, como não podia responder com palavras, apenas gesticulou com a cabeça que sim.

- Primeiro, quero saber de onde vem as armas dos seus capangas! Responda corretamente e não irei te quebrar inteiro!- Rico perguntou.

- As... Argh! As armas são entregues pelo Bartolomeu, armamento padrão da Milícia!- Juan respondeu com dificuldades, assim que terminou de responder, Rico deu um soco em cheio no rosto dele.

- Para de mentir pra mim! Acha mesmo que vou cair nessa?! As armas do Bartolomeu são vendidas de uma fabricante do Paraguai! Esse seu revólver é um revólver legítimo americano, eu aposto que foi fabricado na Califórnia ou na Flórida! Conheço esse tipo de revólver!- Rico apertou ainda mais o pescoço de Juan.

- Tá bom! Eu falo! Essas armas são enviadas pelos "Colarinhos Laranja"! Tem um monte a caminho!-

Rico levantou o Juan, ainda com sua mão esquerda no pescoço e levou sua mão direita no ferimento de Juan, enfiando o dedão no buraco da bala.

Juan gritou por alguns segundos antes de ser jogado no chão com tudo, ele tentou escapar mas Luísa deu chute bem no rosto dele, quebrando o nariz dele.

Rapidamente Rico o imobilizou, segurando seu braço esquerdo e ameaçando quebrar ele.

- Quem diabos são esses "Colarinhos Laranja"?! Anda, responde!- Luísa ordenou, apontando uma pistola para sua cabeça.

- Mas... eu... eu não posso, não é por provocação, tem muita coisa em jogo aqui e...- Rico perdeu a paciência e quebrou o braço de Juan, o traficante gritou desesperadamente, aos poucos ficava rouco de tanto que gritava e pra ajudar, Rico pisou bem no braço dele.

- Vou perguntar de novo... Quem são esses "Colarinhos Laranja"?! Responda ou vai ser pior!- Luísa e Rico perguntaram novamente e ao mesmo tempo.

- Ahhhrgh! Tá bom seus malditos! Eles são da Agência! Aqueles americanos mandaram equipamento de ótima qualidade pra gente! O Bartolomeu disse que pagaria pelos serviços deles! Eu só sei disso!- Juan respondeu desesperadamente.

Rico e Luísa se olharam, ambos surpresos com a resposta.

Luísa ficou muito assustada com a expressão de fúria que Rico fez, suas veias ficaram dilatadas e pulsavam violentamente.

- Qual o interesse da Agência aqui na Nova-Venezuela? QUAL O INTERESSE?!- Rico gritou contra Juan, puxando o revólver e apontando para sua cabeça.

- Eu juro que não sei! Eu tinha ouvido boatos sobre uma ilha que tinha uma grande movimentação da Agência, mas não sei o que eles querem!- Juan respondeu, o traficante começou a chorar de medo.

Rico perdeu a paciência e deu um chute em seu rosto.

Ele iria fazer mais algo contra o Juan, mas Luísa o impediu entrando na frente de Juan.

- Não, por favor, não mate ele, ele pode saber de mais coisa, seria melhor para a gente levar ele como um prisioneiro e quando ele não for mais útil, acho que o Santos vai querer ter uma conversinha com esse traste, o que acha?- Luís cochichou para Rico, que gostou da ideia.

Rico se abaixou e olhou nos olhos de Juan.

- Só não te mato agora, porque considerando o estado atual da economia da Nova-Venezuela, gastar um projétil na sua cabeça iria sair bem mais caro pra mim.- Rico disse raivosamente, antes de novamente desmaiar o homem, dessa vez com outro chute.

- Luísa, cê consegue preparar algum canto pra esse verme ficar preso?- Rico indagou.

- Deixa comigo, tem vários lugares lá no esconderijo!- Luísa respondeu animadamente.

Rico novamente colocou Juan em suas costas, claro que ele não iria o carregar até o esconderijo, apenas até algum veículo que pudesse ser roubado.

Rico estava estranho, sua expressão facial parecia ser de alguém espantado ou horrorizado, mas não era com o que havia presenciado, era alguma outra coisa, algo passado...

Just Cause: O Diabo EscarlateOnde histórias criam vida. Descubra agora