•cinco•

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Era domingo e eu ajudava minha mãe a lavar a louça. Nós conversávamos sobre o jantar de ontem com a família do Miguel, ela estava ansiosa para conhecê-lo pessoalmente.

Minha mãe sempre foi muito na dela, não costumava conversar muito e sempre foi um pouco rígida. Já o meu pai, ele quase não me dava atenção, sempre estava trabalhando e nunca tinha tempo para mim. Nem me dei ao trabalho de contar sobre o Miguel para ele, porque além dele não ter tempo para mim, o namoro era de mentira também.

— Pode subir para seu quarto, Liz. – Minha mãe mandou mas eu não obedeci. – Liz?

— Eu quero terminar de te ajudar, mãe. – Falei guardando os talheres no lugar.

— Tudo bem. – Ela respirou fundo antes de continuar. – Então, esse seu namorado é mexicano, é?!

— Sim, na verdade a família dele é. Mas ele nasceu aqui nos Estados Unidos e sempre que dá vai para o México visitar os outros parentes.

— Seu pai não vai gostar nadinha. – Ela balançou a cabeça negativamente. – Mas não se preocupe, dependendo de mim ele não vai saber de nada.

– Ele quase nem cuida de mim e quer vim dar palpite sobre meu relacionamento. – revirei os olhos pegando uma vassoura e comecei a varrer a cozinha.

– Eu quero conhecer esse menino, viu?! 'Ta achando que vai ficar só por isso mesmo? – Eu ri com a fala da mais velha. – Você pode chamar ele para a festa que vai ter aqui no próximo domingo.

— Boa ideia. – Eu sorri alegre para minha mãe que retribuiu o sorriso.

Era 18h30 da noite e eu estava terminando de me arrumar, as meninas inventaram de ir num parque de diversões que inaugurou essa semana perto da praia. Talvez isso seria mil vezes melhor do que ficar em casa. Ouvi a campainha tocar no andar de baixo e eu corri para atender a porta.

— Oi, meninas! Só vou avisar minha mãe e já volto.

Fui até a sala de estar dar tchau para minha mãe que estava com visita. Logo depois fomos para o parque, decidimos ir andando já que não era tão longe da minha casa.

Assim que chegamos, fomos para a fila de ingressos para entrar nos brinquedos. Graças a Deus a fila não estava grande e após alguns minutos já estávamos na fila da montanha-russa.

Eu estava cega ou minha visão estava certa, mas percebi que estava certa. Miguel e seus amigos estavam vindo na nossa direção, com certeza para ir na montanha-russa.

— Meu Deus! Os meninos do futebol estão vindo para cá! – Becca exclamou chamando atenção da fila inteira sem querer.

— Amiga, pare. – Maddy segurou os dois ombros de Becca.

Eu não conseguia prestar atenção em mais nada a minha volta, além do Miguel que vinha na minha direção com um sorriso sem mostrar os dentes.

— Olha só quem está aqui, Miguel! – Michael, um garoto baixinho que joga futebol com o Miguel e os demais.

— Tenho quase certeza que vocês combinaram isso. – Brady, que também era jogador de futebol, acrescentou.

— É... Eu e ela combinamos sim. – Miguel mentiu e me puxou pela cintura.

As borboletas no estômago voltaram, meu coração parecia que ia pular para fora do peito e eu achei que iria vomitar. Eu não estava apaixonada por Miguel, mas eu sentia coisas quando ficava muito perto dele. Talvez eu fique ansiosa por fingir que estou namorando com ele.

Decidimos ir em duplas na montanha-russa. Miguel iria comigo, Maddy com o Michael, Mason com a Becca e o Brady com o Tristan. Perfeito!

Nós éramos os próximos, então nos sentamos aos assentos e colocamos o cinto. Confesso que estava um pouco nervosa e minhas mãos não paravam de suar frio, mas eu não fazia ideia se era por causa da adrenalina ou por causa do Miguel. Deus me ajude.

— Está nervosa? – Miguel perguntou perto do meu ouvido para que somente eu pudesse ouvir.

— Um pouquinho. – Respondi com a respiração falhando.

— Não precisa ter medo, eu estou aqui do seu lado. – Ele segurou minha mão e sorriu.

A montanha-russa começou a andar e consequentemente eu comecei a gritar que queria descer. Sem ao menos perceber, eu estava abraçando o braço do Miguel.

Quanto mais voltas a montanha-russa dava, mais forte eu apertava o braço do Miguel. Ele nem se importava, estava tão feliz e gritando que nem percebeu. Assim que o brinquedo parou, Miguel tentou me acalmar.

— Calma, já acabou. – Ele acariciava minha mão e minhas costas.

— Precisa de ajuda, moça? – Um dos maquinistas do brinquedo perguntou com um sorriso no rosto.

— Você é cego por acaso? Eu sou o namorado dela, ela não precisa da sua ajuda. – O moreno parecia bem bravo. Miguel me ajudou a levantar e me levar para fora do brinquedo.

Depois de algum tempo, decidimos chamar o pessoal para comer em um quiosque. Compramos alguns lanches, batata e refrigerante.

— Cobra Kai melhor série inventada! – Brady exclamou e bateu na mesa.

— Nunca! Peaky Blinders sola muito! – Tristan retrucou e Michael concordou.

— Gilmore Girls é muito melhor que essas. – Becca debochou e Maddy sorriu concordando com a amiga.

— Stranger Things consegue ser mil vezes melhor que essas. – Mason olhou de cima a baixo para Brady que riu.

— Nossa, Mason! Ótimo gosto para série, ein! – Becca sorriu para Mason e recebeu uma cotovelada de Maddy.

— Mas e você Liz, qual sua série favorita? – Michael perguntou e todos olharam para mim.

— Ah... Eu gosto de Brooklyn Nine-Nine!

Todos da mesa começaram a concordar comigo e começaram a discutir qual era o melhor personagem da série. Estava sorrindo diante desse caos total, ninguém se ouvia, apenas gritavam e tentavam falar por cima.

— Então, nessa sexta vai ter uma festa de Halloween na casa do Jacob, ele faz parte do time também e é super gente boa. – Miguel passa um braço por cima dos meus ombros. – 'Ta afim de ir? Vão estranhar se me verem numa festa sem minha "namorada". – Ele simplesmente fez aspas com os dedos.

— Ah, tudo bem. – Sorri fraco para o moreno.

Depois de um tempo conversando, decidimos ir embora. Miguel disse que iria me deixar em casa para aproveitar e buscar a bicicleta do irmão dele.

— Então, eu estava pensando em ir com fantasia de casal. O que você acha? – Miguel me perguntou sugestivo.

— Eu acho a ideia legal, mas você já sabe que fantasia?

— Estou pensando nisso ainda, mas te dou respostas. – Ele montou na bicicletinha e se preparou para ir embora.

— Espera! – Eu entrei na frente dele. – Você não acha estranho?

— O que? – Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

— Eu sei que é de mentira, mas você não acha estranho a gente não... se beijar? – Miguel não se segurou e caiu na gargalhada. – Cadê a graça?

— Por que 'ta me perguntando isso? Quer me beijar? – Ele mexeu as sobrancelhas com um sorriso no rosto.

— Não é isso, idiota! – Revirei os olhos. – Eu só acho que as pessoas vão começar a desconfiar depois de um tempo.

— Tudo bem então, mas só selinhos já que você insiste. – Miguel riu e levantou as mãos. – Até amanhã, namoradinha! – E assim ele foi, com aquela bicicleta menor que ele.

— Eu não insisti, viu?! – Sorri pensando na última frase que ele disse. – Namoradinha...


oii, gente!!
nesse capítulo eu mencionei a melhor série de comédia já criada: Brooklyn Nine-Nine

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(1213 palavras)

BOUND. || Miguel Cazarez Mora Onde histórias criam vida. Descubra agora