•diecinueve•

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Era um sábado bem quente, as meninas queriam almoçar entre nós três e eu sugeri um restaurante de frente para praia.

— Então, meninas, o que vocês vão fazer no recesso da semana que vem? – Becca perguntou.

— Acho que eu vou para a cidade dos meus avós, faz um tempo que eu não vou lá – Maddy respondeu e voltou a beber seu suco.

— Acho que eu vou viajar com os meus pais, eles querem ir para Nova Iorque – Becca sorriu animada.

— Eu vou ficar em casa mesmo, alguns parentes costumam ir para minha casa quando tem recesso – eu respondi sentindo a brisa da praia.

— Nossa, que sem graça – Maddy entortou a boca e Becca concordou.

— Fazer o que, né?! Principalmente agora que minha irmã está fazendo os preparativos do casamento, imaginem o tanto de gente que vai para lá – eu suspirei e revirei os olhos.

— O Miguel vai viajar também?

— Acho que sim – eu pisquei os olhos lentamente – Ele anda meio estranho ultimamente, como se estivesse escondendo alguma coisa.

— E se for com a Cloe-

— Rebecca! – Maddy esbravejou – Não tem nada a ver com a Cloe, amiga, é só coisa da cabecinha da Becca.

— É-é mesmo – Becca pigarreou tentando disfarçar – Ele pode estar meio tenso por causa do jogo de dezembro, só isso.

— Você deveria conversar com ele sobre isso.

— Vou tentar.

— Eu proponho um brinde! – Becca levantou o copo e eu a olhei confusa.

— Pelo o que? – Maddy semicerrou os olhos e franziu a testa.

— Oras, tem motivos para isso? – Becca riu e eu dei de ombros, levantando meu copo também.

Nós três brindamos fingindo ser mulheres chiques de extrema importância.

Estava exausta. As meninas me obrigaram a entrar no mar e só cheguei em casa ao pôr do sol. Só queria saber da minha cama, mais nada, e só acordar no dia seguinte ou daqui duas semanas. Só não contava que iria ter que aguentar mais um peso em casa, isso é um teste?

— Oi, Liz – Bárbara sorriu forçada.

— O anticristo chegou mais cedo? – eu cruzei os braços e encostei na parede da sala.

— É assim que recebe visitas, Liz? – meu pai me repreendeu.

— Eu não ligo, papai – a morena passou a mão nas costas de meu pai e eu revirei os olhos – Ao contrário de certas pessoas, eu não guardo rancor.

— Se é assim sem guardar rancor, imagina se guardasse – eu ri irônica e minha mãe suspirou.

— Não pense que eu não te vi aí, Isaac – eu me inclinei para olhar o esposo de Bárbara que se escondia – Tudo bem?

— Tudo bem sim, Liz – ele tossiu e voltou a sua postura normal.

— Nós estamos vendo os preparativos para o casamento da sua irmã, Liz. Você quer ver? – minha mãe me perguntou com um sorriso.

— Obrigada, mãe, mas eu prefiro tomar um banho e ir dormir. Boa noite para vocês – eu estava me virando para subir quando Bárbara me chamou – O que foi?

— Apesar do que eu falei sobre mexicanos no jantar daquele dia, eu quero chamar seu namorado para meu casamento.

— Tem certeza? Nem sei se eu vou.

BOUND. || Miguel Cazarez Mora Onde histórias criam vida. Descubra agora