05 | escolhas do universo

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12 de junho

— Amiga, eu quero muito levar esse cachorrinho pra casa. — Elizabeth disse de forma chorosa, agarrando meu braço e apontando com uma mão para um filhote.

— Tem certeza? — inclinei a cabeça para o lado, observando o filhote minúsculo correndo para todos os cantos dentro do cercadinho com outros cachorros. — Ele parece bagunceiro.

— Mas olha pra ele. — ela choramingou, arregalando os olhos em seguida para dar ênfase. — É tão fofo.

— Os seus pais deixam? — subi as sobrancelhas, olhando para ela. Seus ombros abaixaram imediatamente, assim como o sorriso.

— Eu não sei. — Beth se desgrudou de mim, cruzando os braços. — Mas eu vou pra faculdade muito em breve e posso levar ele comigo, eu vou morar em um apartamento. E meus pais amam cachorros, de qualquer jeito.

Eu e Elizabeth fomos a um canil perto de casa, onde tem dezenas de cachorros de algumas raças diferentes. Indo de pequenos filhotes que cabem na mão até cães mais velhos que estão para adoção.

Nós amávamos cachorros, Beth especialmente, ela se apaixona por cada animalzinho que aparece em sua frente.

Viemos para brincar com eles e conhecê-los, talvez pudéssemos levar um deles, mas eu realmente não esperava levar um esse dia.

— Eu vou levar, não ligo. — ela deu de ombros e foi correndo até o cachorro, que ficou em pé com as duas patas de trás, deixando Elizabeth acariciar ele do outro lado da grade.

Sorri de lado e me encostei em uma parede enquanto observava a minha amiga.

Elizabeth Austen era uma boa definição de garota perfeita. Notas sempre altas, adorada pelos professores em todos os anos, era gentil e fazia amizade facilmente com todo mundo. Ela também amava a cor rosa e o verde, era defensora dos animais, andava com várias pulseiras no pulso e tinha um crush enorme em um dos garotos mais populares da escola. Eles não estavam mais no colégio, mas ela continuava caindo de amores por ele.

Enfim, perfeita garota clichê. Ela estava, definitivamente, na lista de melhores pessoas do mundo. Não poderia existir ninguém melhor para ser a minha melhor amiga e irmã de coração e alma.

— Satisfeita? — indaguei a ela, que sorriu e confirmou animada.

— Muitoooo. — Beth estendeu a última letra da palavra para dar mais ênfase. — Ele é a coisinha mais linda do mundo.

— Você disse isso há dez minutos, quando estávamos vendo os gatos. — retruquei, levantando uma sobrancelha.

— Meu coração é grande, cabe todos os animais do mundo aqui. — ela deu de ombros e então entramos no seu carro, o cachorrinho sendo colocado no banco traseiro dentro da caixa de transporte.

— Qual nome você vai dar a ele? — perguntei, me acomodando no banco do passageiro e olhando para frente quando ela dá partida no carro e começa a dirigir de volta para sua casa.

Elizabeth começou a pensar um pouco, tendo que estacionar o carro para poder se concentrar segundos depois.

Acabei rindo baixinho. Ela não conseguia se concentrar enquanto estava fazendo duas coisas ao mesmo tempo. Se tivesse que fazer uma decisão e pensar em algo enquanto estivesse dirigindo, ela iria parar para não se desconcentrar e nem acabar em um acidente por se esquecer de dirigir.

— Eu acho que vai ser Cosmo. — Beth afirmou depois de um tempo pensando enquanto encarava o cachorro e de mim parada por todo o tempo admirando a vista linda do pôr do sol, que era muito mais fácil de ver ali por estar mais longe da cidade grande.

Uma Brilhante EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora