P R Ó L O G O

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3:46 da tarde.

Essa foi a exata hora em que eu nasci.

Num dia ensolarado, numa quinta – feira. 5 de março de 2003. Era verão. Em um hospital público de uma cidadezinha pacata no interior do Oregon...

... Se ouvia o primeiro choro estridente de um bebê recém-nascido. Os gritos de dor de uma mãe. E o choro de alívio de um pai, por ver as mulheres da sua vida vivas depois de um trabalho de parto difícil e doloroso de 26 horas.

Essa família recém formada era a minha. Eu, minha mãe e meu pai. Éramos uma família feliz e relativamente normal.

Foi assim por 15 anos.

Até um parasita cruel vir e arruinar tudo. Meu psicológico, minha família, meus sonhos.

E o mais importante, minha vida.

Só sabemos dar valor a alguém quando ela não está mais aqui!

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Só sabemos dar valor a alguém quando ela não está mais aqui!

Os mortos recebem mais flores do que os vivos porque o remorso é mais forte que a gratidão!

Quando aquela pessoa partir você vai notar o quanto ela faz falta!

Aproveite o dia de hoje porque o amanhã é incerto, o passado já passou e o hoje é presente!

Essas são frases que ouvia da minha avó, via em livros e filmes reflexivos. Costumava levar para a vida, todo e qualquer ensinamento que a vida pudesse me oferecer.

Eu nunca entendi realmente o peso dessas frases, até que aconteceu.

Os familiares chorando, pessoas que nunca vi na vida estavam lá também se lamentando por mais uma vida jovem perdida. Alguns se abraçavam tristes, outros assistiam silenciosamente chorando, e havia aqueles que choravam e gritavam sem se importar com quem poderia estar lá.

Essa última era minha mãe. Debruçada sobre a grande caixa de madeira, ela chorava e gritava em agonia enquanto era abraçada por meu pai, que tentava segurar o choro e tentar ser forte por ela.

Ser forte por nós.

Vi pessoas desconhecidas oferecendo flores, murmúrios de sinto muito também eram muito ouvidos. Pessoas que costumavam humilhar, agredir e rebaixar os outros.

Chorando por não terem se desculpado antes, arrependidos de terem feito um inferno na vida da agora falecida, e se lamentando por não terem tido tempo suficiente para reconhecer a bondade naquele coração. Dizendo e pensando, que se soubessem não agiriam assim e as coisas iriam ser diferentes.

Mas eu sabia que se eles sequer desconfiassem sobre o que realmente estava acontecendo, as piadinhas e brincadeiras de mal gosto seriam ainda piores.

Mas eu sabia que se eles sequer desconfiassem sobre o que realmente estava acontecendo, as piadinhas e brincadeiras de mal gosto seriam ainda piores

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Eu senti as famosas borboletas no estômago pela primeira vez aos oito anos de idade.

O garoto costumava ser meu melhor amigo e morava na casa ao lado, então nos víamos frequentementes.

Foi com ele que dei meu primeiro beijo, e ele foi o único menino para quem eu já falei que amava.

Nossa história foi doce e inocente. Algo bobo e infantil aos olhos dos outros, mas que para nós era algo muito sério na época e tínhamos certeza que iríamos casar e viver felizes para sempre.

Mas infelizmente nosso conto de fadas não durou muito tempo, pois pouco depois de quatro anos ele e a família viajaram. Foram para bem longe dali e não voltaram mais.

Aos dezoito, vi quando um caminhão de mudança parou em frente a casa ao lado. A casa onde costumava morar o meu amor de infância. Aquele lugar ficou vazio durante todos aqueles anos, mas eu via de vez em quando, uma senhora entrando lá para limpar.

Não imaginei grande coisa ao ver que teríamos novos vizinhos, eu não queria conhecer novas pessoas. Mas assim que o moreno de olhos caramelos saiu de dentro do carro e meus olhos se encontraram com o dele por breves segundos, tudo mudou.

Meu amor de infância voltou, assim como as malditas borboletas.

Me questionava se iria até ele e o contava tudo. Se perguntaria para onde ele foi e o que fez esse tempo todo. Queria saber se aquele amor bobo de criança continuava ali.

Por que se a resposta fosse sim, eu não estaria disposta a fazer com que outra pessoa sofresse pela perda. Se ele sequer me considerava uma amiga, era o que eu pensava, poderíamos conversar.

Eu estava pronta para ir, só não sabia quanto aos outros.

Eu estava pronta para ir, só não sabia quanto aos outros

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3:46 da manhã.

13 de setembro de 2021.

Era outono.

Essa foi a data e hora exata em que o céu ganhou mais uma brilhante estrela.


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