Como todos os outros, andava pelo corredor com as mãos amarradas atrás de uma mulher. Seus cabelos eram médios e cacheados, não era alta, mas caminhava rápido puxando meus braços que já doíam.
Eu não sabia porque estava ali, porque estava amarrado ou porque tinham tantas pessoas iguais a mim. Era confuso, as pessoas armadas mirando na cabeça de quem caísse no chão logo atirando em suas cabeças, pelo menos o desespero passava.
— ENTRE!
— POR FAVOR, MOÇO, NÃO FAÇA ISSO! — uma mulher encorajada gritou, se ajoelhando na frente de um homem com roupas camufladas.
— Eu tô mandando, entre ou morra!
A mulher sem hesitar muito, abaixou a cabeça tirando seus joelhos do chão e entrando na porta, vi seu corpo ser arremessado contra a parede. E logo o sangue se espalhou enquanto escorria pela fresta da porta. Alguns minutos depois, gritos de súplica foram espalhados pelo ambiente, trazendo o desespero a todos que estavam ali.
A mulher virou para mim e sorriu, seus olhos lacrimejando enquanto tentava se manter forte na minha frente. Sorri. Como se meu coração aquecesse em meio aquele fervor desesperado.
Depois de andarmos mais de horas, paramos no fim de um enorme corredor. A mulher que antes estava em minha frente, caminhava logo atrás de mim, às vezes trupicava e batia nas minhas costas, coisa que me fazia sorrir sem pensar e chorar quando imaginava não sentir mais o toque desleixado.
— Não podemos deixar ninguém de fora, ele brigaria conosco! — sussuravam os homens, que puxaram meu braço com brutalidade. Vi os olhos da mulher escorrer sangue.
— ELE FICOU LOUCO! SAIAM DA FRENTE, CAMARADAS! — um terceiro homem surgiu do inferno, correndo ensanguentado em nossa direção. — CAMARADAS, ENTREM NOS QUARTOS, DEIXEM OS PLEBEUS E SE SALVEM!
Senti meu corpo ser jogado contra a parede, fui jogado dentro de uns dos quartos. Olhei para a porta, a garota brigava com os homens anteriores que lutavam por espaço, queriam entrar na mesma porta que eu, queriam roubar meu quarto...
Gritos de dor podiam ser escutados além da realidade. Corri para a entrada da sala tentando puxar a mulher para meus braços, tentado tirá-la daquilo que a mataria, mas então um som irritante começa a soar em meus ouvidos.
Sua mão saiu da minha, que se encontraram com meus ouvidos apertando forte para que o som parece de irritar meus tímpanos e então, ela ditou:
— Se salve, meu bem!
***
Desliguei o despertador, o sonho que se repetia vezes seguidas em todas minhas noites de sono, sempre me assustava e depois de acordar, esquecia do rosto radiante da mulher que havia me salvado da morte... Da mulher que havia dado a vida pela minha, sem eu saber porquê.
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FREEFIRE Imagines | Livro Dois
FanfictionEu tô aqui novamente, pó entrando aí ó! Vem se iludir!!