Não podíamos dizer que queríamos, o tempo sempre nos afastava. Eu o amava, mas era como se eu amasse o vento, enquanto ele soprava bem pra longe de mim.
Gilson, eu não sabia o que fazer quando olhava pra ele. Seu sorriso radiante me deixava feliz apenas ao olhar, como se fosse cocaína. Eu sabia que ele, um dia, iria se afastar para sempre e me deixar sozinha vivendo no que não desejava para mim. Sentir que seu corpo nunca ficaria próximo ao meu, saber que seu toque nunca chegaria perto do meu corpo... Machucava.
Eu queria que ele ficasse, mas parecia ir tão longe... Longe, longe e mais longe.
Almas gêmeas, éramos almas gêmeas um do outro, mas nosso destino não era ficar juntos... Talvez?
— E se eu te beijasse? — como um corte profundo nas costas, atingindo certeiramente na artéria pulmonar me deixando sem ar, como se as palavras sumissem da minha boca. — Qual o problema? Tu tá branca, S/n.
— E-eu? É que... Seria mortal se tu me bei-
— Por que?
— Jovens se apaixonam, mas é um erro uma jovem como eu se apaixonar. Eu já disse que não podemos, isso seria a pior coisa da minha vida, eu te perderia, não poderia ver vo-
Quente e carinhoso, seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus. Como uma linda história de amor com um final feliz, nossos movimentos completavam amargamente cada momento. Nosso amor não era possível, não naquela vida. Mas era a moral da história de uma vida humana, era a moral da minha vida amorosa.
Eu jamais poderia ficar feliz com quem eu realmente amo, a não ser em outra vida...
— Se isso fosse certo, eu teria feito primeiro! — me afastei contra gosto sentindo novamente meus olhos arderem como queimaduras. — Eu disse, eu disse que não podíamos! Eu disse que isso iria acontecer, por que simplesmente não me ouve?
— Porque eu te amo! Porque eu de qualquer maneira te quero! Qual o problema de eu querer beijar a mulher que eu amo? Tu acha que eu não gosto desse tipo de coisa? — sua voz calma, diante do meu pior pesadelo.
— Gilson... Por que fez isso? — as pequeninas folhas começavam a subir, meus olhos estavam como uma tempestade, as lágrimas não paravam. — POR QUE FEZ ISSO SABENDO QUE IRIA MORRER?
— Minha S/n, eu não consigo viver sem poder fazer isso. Eu dependo desse pequeno ato pra poder saber que é você com quem ficou meu coração! — seus dedos passavam pelos meus cabelos os colocando atrás de minha olheira. — Somos pólos opostos, literalmente opostos. Mas, eu queria tanto poder te tocar intensamente como sempre sonho. As pessoas me assistem, ela veem todo meu sofrimento.
— Só cala essa boca, imbecil do caralho!
O que sobrava de seu corpo, estava completamente colado ao meu. Eu não queria, eu queria que ele ficasse ali como sempre foi, como se nada daquilo fosse verdade. Como se ele não estivesse morrendo nos meus braços e eu não poder fazer nada, minha vida tola e sem graça era como um arco íris ao vê-lo.
Seria minha última vez vendo ele naquela miserável vida, fazendo seus lábios irem contra os meus. Era a melhor sensação de toda a minha vida, a melhor que tinha sentido desde quando nasci até ali, onde eu nunca mais o veria, naquela vida...
— Eu te amo!
Querem parte dois? Se não responderem são tudo corno, tô falano!
Yeah, eu vortei pra vocês, cornas...
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FREEFIRE Imagines | Livro Dois
Hayran KurguEu tô aqui novamente, pó entrando aí ó! Vem se iludir!!