Felizes

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Eu era daquelas pessoas que não creditava em final feliz. Porém, hoje, depois de algumas semanas de ter saído do hospital, eu estava conseguindo vislumbrar esse final feliz que muitas pessoas falam.

Passei por tantas coisas durante minha vida. Vi minha mãe ser morta, minha irmã tirar a própria vida, e meu pai falecer... Foram tantos sofrimentos marcantes, que me deixaram a beira de um abismo sem fim. Só que hoje tudo estava muito tranquilo. Eu me encontrava sentado em uma cadeira no jardim, ainda estou me recuperando do coma, algumas sequela se mostraram presentes depois que acordei. Como o fato de que não consigo correr, não posso pegar peso, e ainda sinto dores em meu peito e estômago, onde levei os tiros que quase arrancou minha vida. Porém logo mais isso serão apenas uma lembrança, pois tenho alcançando bons resultados com as consultas semanais de fisioterapia.

Solto um suspiro relaxado quando o som da risada de Yejun soa por todos os lados. Ele corria fugindo de Holly, sua cachorrinha. Eles estavam brincando como se não houvesse amanhã.

Jimin estava fazendo o almoço, ele queria fazer minha comida favorita, que também é a comida favorita do nosso pequeno, então fiquei com a tarefa de observar Yejun brincar.

Porém, minha paz havia durado pouco tempo.

— Senhor, desculpe por interromper seu descanso.

Era Seon, meu mais novo chefe de segurança.

— Não precisa se desculpar. O que houve?

Espero que não seja problemas, não quero me meter em nenhuma confusão. Quero me recuperar e ficar com minha família, é a única coisa que desejo.

— Vimos uma movimentação estranhas pelas câmeras do portão, alguém deixou um cesto de frente a casa e fomos checar o que era...

— Algo perigoso?

— Não, porém é algo que fará o senhor Park enlouquecer.

— Como assim?

— Tem bochechas gordas e rosadas, chora muito e parece faminto. — Seon falou deixando a resposta explícita.

— Um bebê?

— Sim, e tem uma carta junto.

Se Jimin soubesse que haviam deixado um bebê no nosso portão, ele iria enlouquecer ao ponto de pegar a criança para si. Ele gosta muito dos pequenos e tem um ótimo instinto paterno.

— O que devo fazer? Essa situação me lembra do dia que o pequeno Yeye nos encontrou. — Seon fala preocupado.

— Onde está a criança?

— Está na guarita com Hyujin.

— Eu vou entrar e levar o Yejun comigo, pode trazer o bebê, vou decidir com Jimin o que iremos fazer.

Eu não podia esconder aquilo dele, era uma decisão que devíamos tomar juntos independente de qualquer coisa. E talvez eu gostasse da ideia do meu filho ganhar um irmãozinho.

Entro dentro de casa e Yejun me acompanha, ele estava soado e fedia um pouco, coisa de criança que brincou muito.

— Vejo que já voltaram do jardim. — Jimin fala assim que nota nossa presença. — Yeye, já pro banho.

— Mas papai, eu estou com fome.

— Comida só depois de tomar um bom banho, consigo sentir seu cheirinho de sujo daqui. Anda logo.

Yejun solta um longo suspiro, porém obedece e sobe as escadas sendo seguido pela cachorra.

— Mas papai... — imito o tom de manha do meu filho e Jimin começa a rir.

— Não sei quem é mais infantil, você ou nosso bebê grande.

Vou até ele e o enrosco em meus braços, num abraço gostoso e cheiro o pescoço cheiroso do homem que me enlouquece. Deixo alguns beijos naquela região, que eu sei que é muito sensível e Jimin me aperta um pouco mais em seu abraço.

— Você parece bem, isso me deixa muito feliz, sabia? — Jimin fala baixinho enquanto me olha.

— Estou melhorando com o passar dos dias, daqui a pouco estarei 100%.

— Estou ansioso por isso...

Entendo o tom de sua fala e acabo com a distância selando nossos lábios. Todas as vezes que nos beijamos, é como se fosse a primeira. A sensação é tão gostosa e aconchegante.

Separo nossos lábios depois de alguns selinhos e seguro seu queixo com carinho. Jimin me olha todo molinho e acabo não resistindo e o beijo mais uma vez.

— Sabe, eu estava pensando, e se nossa família aumentar...— sugiro assim que encerro o beijo.

— Quer que eu pegue outro menino de rua? Sou especialista nisso.

— Eu sei bem... Mas não, dessa vez não é necessário, deixaram um bebê no portão.

— O quê? E você fala disso com toda essa calma, e se ele estiver machucado e com fome?

Jimin se afasta de mim pra ir em direção a saída, mas o seguro pelo pulso.

— Calma, amor, o bebê está bem, Seon foi buscá-lo.

— Você quer mesmo isso, aumentar nossa família.— ele me pergunta com os olhinhos brilhando.

Sei o quanto é importante pra ele ter uma família, Jimin sempre foi abandonado e usado, ele sofreu tanto e ainda sofre com isso.

— Com você eu quero tudo, inclusive aumentar nossa família, e você?

— É claro que eu quero, vou amar ter outro bebê com você, meu deus... Yejun queria tanto um irmãozinho.

— Irmãzinha...

Olhamos pra porta e lá estava Seon com um bebê em seus braços.

— Acabei de descobrir que é uma menina. — ele fala com um pequeno sorriso nos lábios.

Jimin vai até ele e pega a bebê com cuidado. Eu conseguia ver o quão emocionado ele estava. Me aproximo dos dois e um sorriso brota automaticamente em meu rosto quando vejo a pequenina.

— Na carta diz que ela tem três meses e data que ela nasceu. Também diz que a mãe não pode cuidar da criança, e pede para que ela seja tratada com muito amor e carinho.

E ela vai ser muito bem tratada, porque agora ela tem uma família. Com tios babões, um irmão incrível, uma cachorrinha bagunceira e dois papais com uma vida muito interessante.

— Qual vai ser o nome dela? — Jimin pergunta direcionando seu olhar pra mim.

— Eu gosto de Yuna...

— É um nome bonito. — Yejun fala entrando na conversa. Agora ele estava limpo e cheiroso. — Eu gosto. Ela é tão pequena.

— Sua nova irmãzinha. — falo o abraçando de lado.

Observo algumas lágrimas escorrendo pelo rosto de Jimin e seco com carinho.

— Minha família aumentou. — ele fala todo choroso. — Aí Jeon, eu te amo tanto, obrigado por me fazer tão feliz.

— Eu que te agradeço amor...

Eu que te agradeço...


Fim!

Dívida Criminal // KookminOnde histórias criam vida. Descubra agora