𝗣𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗮𝗰𝗮𝗹𝗺𝗮𝗿 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗮𝘀 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗲𝘀𝘁𝗮𝗱𝗲𝘀 𝗮𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗹𝗶𝗱𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗼𝘂𝘁𝗿𝗼𝘀
Com o passar dos dias, Severus pôde perceber a evolução da relação entre ele e Harry. Observava como o garoto era silencioso, atento e extremamente inteligente. Para Severus, Harry era um exemplo de criança.
Apesar de alguns hábitos questionáveis, como fazer piada com sua própria saúde, Harry recentemente teve alguns episódios de vômitos e fraqueza que insistia não ser nada sério.
No momento, um desses episódios acabara de acontecer.
"- Garoto, sei que não quer ir ao médico, mas isso está se tornando cada vez pior. Você até mesmo cuspiu sangue!" exclamou Snape, seu rosto uma máscara de preocupação, enquanto segurava o ombro de Harry com uma firmeza delicada. Seus olhos percorriam a aparência do menino, que parecia um fantasma, pálido e com lábios secos. A visão de Harry assim o atormentava.
Harry, com seus olhos verdes brilhando tenuemente, ergueu o olhar para Severus. Um leve sorriso tocou seus lábios, mas não alcançou seus olhos.
"- Não é nada, Severus. Já falei, é apenas meu corpo fraco mesmo. Não há nada que possamos fazer," murmurou o garoto, desviando o olhar enquanto se recostava no sofá da pequena sala. Ele puxou uma manta sobre si, tentando esconder o tremor em suas mãos, o que fez Severus cerrar os punhos em frustração e impotência.
Snape suspirou, passando uma mão pelos cabelos oleosos, seu olhar fixo no menino, sentindo um aperto no peito que não podia ignorar.
"- Se não quer ir ao médico, deveria ao menos me deixar fazer um check-up em você," sugeriu o professor.
"- E-eu, n-não gosto dessa ideia," respondeu a criança, mexendo-se desconfortável. Seu rosto parecia nublado, claramente incomodado com a sugestão. Severus percebeu isso e decidiu não insistir; afinal, o laço entre eles ainda era frágil e precisava ser fortalecido com o tempo.
"- Tudo bem... Descanse um pouco. Vou preparar um remédio e algo leve para você comer," disse Severus, dirigindo-se à cozinha. Harry murmurou um pequeno "obrigado" antes de se deitar no sofá, os olhos pesados de cansaço enquanto se aconchegava na manta, tentando encontrar algum alívio.
Deitado ali, o garoto refletia sobre os acontecimentos. Os dias com Severus eram agradáveis e reconfortantes, mas ele não queria que o mais velho visse suas cicatrizes. Talvez essas marcas fizessem Severus perceber que estava ajudando um monstro.
Ele nunca se esqueceria das primeiras pessoas que conheceu e de como o trataram. Talvez sua "doença" fosse consequência disso. Ele sentia sua magia correndo por todo o corpo, entrando em conflito com diversas substâncias dentro de si, substâncias essas que foram injetadas por sua querida "Mama", como costumava chamá-la.
A dor não era apenas física, mas também uma lembrança constante da tortura emocional que sofrera. A cada espasmo de fraqueza, lembrava-se do riso cruel e dos olhares frios. Ele sabia que não podia esconder isso para sempre, mas o medo de ser rejeitado novamente era esmagador. Ele se perguntou se algum dia conseguiria se libertar completamente desse passado sombrio.
"- Severus..." chamou em voz baixa. O homem olhou para ele, vendo sua aparência ligeiramente melhor antes de responder.
"- Pois não?"
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Sombras do Destino
Fanfiction"Inimigos eu persegurei Almas esquecidas eu honrarei. Eu juro me vingar, eu juro alcançar, A liberdade que sonhamos ter. Eu tenho que aceitar, eu não posso negar, Uma criança má vou sempre ser. " Severus Snape, um homem acostumado à solidão e à...