𝕴𝖓𝖛𝖊𝖓𝖎 𝖎𝖙𝖊𝖗𝖚𝖒

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𝗘𝘂 𝘁𝗲 𝗮𝗰𝗵𝗲𝗶, 𝗲 𝘁𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗵𝗶, 𝗻𝗮̃𝗼 𝗽𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗽𝗲𝗿𝗱𝗲𝗿 𝘃𝗼𝗰𝗲̂, 𝘀𝗲𝗿𝗶𝗮 𝗱𝗲𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗽𝗿𝗮 𝗺𝗶𝗺.


O ambiente parecia sufocar com a tensão crescente, a magia de James flutuando no ar de maneira instável. Ele mal conseguia controlar a explosão de emoções dentro de si, sentindo o caos dentro de sua mente enquanto as memórias se acomodavam em sua consciência, uma a uma.

"- Primeiro se acalme, Alteza. Sua magia pode ser sentida do lado de fora,'' Ragnok advertiu em um tom firme, trazendo James de volta à realidade por um momento. Ele respirou fundo, fechando os olhos com força, tentando conter o turbilhão. Mas era inútil. O que ele acabara de lembrar era esmagador.

Foi então que um cheiro familiar atravessou o ar. Um cheiro que ele conhecia tão bem que seu corpo inteiro reagiu instantaneamente. O coração de James quase parou por um segundo.

"- Severus..." O nome escapou de seus lábios em um sussurro baixo, quase como um rosnado. E então, ele entrou.

Severus Snape. O ômega de sua vida.

Cada célula do corpo de James gritou de reconhecimento ao vê-lo. Severus parecia quase irreal, como se fosse uma miragem criada pela mente desesperada de James. Mas ele estava ali. Os longos cabelos negros de Severus caíam como seda, brilhando à luz suave da sala. Sua pele era pálida como neve intocada, um contraste perfeito com os olhos profundos e escuros, tão negros quanto a pedra de ônix, carregando aquela mesma intensidade feroz e misteriosa que James sempre adorou.

E aqueles lábios... os lábios finos que James tanto desejou tocar, beijar, reclamar de volta como seus. O peito de James queimava, o desejo de correr até ele, de segurá-lo, de nunca mais deixá-lo escapar.

Céus, como Severus era perfeito. James quase perdeu o fôlego, a raiva fervendo logo em seguida. Ele teria matado Dumbledore ali mesmo, por cada segundo roubado de sua vida ao lado de Severus. Todo aquele tempo perdido, todo o sofrimento que ele e seu ômega haviam passado separados... Dumbledore pagaria caro por isso.

Mas antes que pudesse se entregar totalmente àquele turbilhão de emoções, ele o viu.

Seu filho.

Hyperion.

O garoto estava ao lado de Severus, tão imponente quanto o próprio nome sugeria. E ao contrário de Richard, que sempre teve uma aura de suavidade, Hyperion carregava algo muito mais sombrio, muito mais forte. Ele exalava autoridade, desconfiança e medo, como se cada fibra de seu ser estivesse em constante estado de alerta. Os olhos dele, profundos e afiados, encaravam o mundo como se fosse um inimigo.

Mas foi o que James viu em seu corpo que o fez gelar. Cicatrizes. Cicatrizes horríveis que marcavam a pele de seu filho, visíveis mesmo à distância. Eram tantas que parecia impossível para um garoto de apenas 7 anos. Aquele menino, o herdeiro de seu sangue, tinha suportado algo terrível.

A dor em seu peito foi imediata, um nó sufocante que apertava seu coração. "- Meu filho..." James pensou, a garganta apertada. O que poderia ter acontecido com ele? Que tipo de tormento ele enfrentou para carregar cicatrizes tão profundas e visíveis?

A fúria começou a subir novamente. Quem havia permitido que seu filho chegasse a esse ponto? Quem ousou machucar Hyperion dessa forma? James sentia a dor misturada ao remorso; ele não esteve lá para protegê-lo, para defendê-lo, para ser o pai que Hyperion precisava. E agora, ao vê-lo tão marcado, ele sentiu como se uma faca atravessasse seu coração.

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