𝗚𝗼𝘀𝘁𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝘃𝗼𝗮𝗿 𝗽𝗿𝗮 𝘁𝗮̃𝗼 𝗹𝗼𝗻𝗴𝗲 𝗮𝘁𝗲́ 𝗾𝘂𝗲 𝗰𝗵𝗲𝗴𝘂𝗲𝘀𝘀𝗲 𝗮 𝘂𝗺 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝗻𝘂𝗻𝗰𝗮 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗲𝘀𝘁𝗶𝘃𝗲𝘀𝘀𝗲 𝘀𝘂𝗷𝗲𝗶𝘁𝗼 𝗮 𝗱𝗼𝗿 .
Os últimos dias foram de ajustes, e Hyperion sabia que logo precisaria lidar com sua saúde. O problema não era buscar ajuda, mas permitir que vissem seu corpo. Ele não suportava a ideia de exibir suas cicatrizes — os cortes nos braços já eram suficientes para deixar Severus e James visivelmente abalados, e ali era onde havia menos marcas. O que eles pensariam ao ver seu torso? Uma coleção de feridas mal cicatrizadas, memórias de um passado que Hyperion não estava pronto para compartilhar. Ele confiava em Severus, e James... bem, ele gostava de James. Mas abrir-se? Mostrar o quão verdadeiramente despedaçado estava? Isso não parecia uma opção. Ainda havia muito para entender sobre o mundo bruxo e sobre quem seus pais realmente eram.
Severus era... impressionante. Sempre fora. Mas o pai ômega, com suas lembranças livres da manipulação de Dumbledore, revelava-se ainda mais interessante. Severus era pacífico, mas tinha um gosto peculiar por música, especialmente rock, além de um carinho pelas melodias brasileiras. Ele perdia o controle às vezes, mas cozinhava com paixão, pintava, tocava piano. James, por outro lado, era tudo o que Severus não era. Um Alfa dominante, alto, barulhento, vibrante. James sempre surgia com ideias mirabolantes, arrastando Hyperion para elas, com uma energia quase impossível de acompanhar. Em muitos aspectos, Hyperion parecia ser uma cópia de James: pele escura como chocolate, cabelos rebeldes, até o formato do rosto, mãos e pernas. Os dois eram quase idênticos, e ambos eram Alfas dominantes. No entanto, os olhos de Hyperion eram outra história. Verdes, intensos, como os de seu avô paterno, Tuya — o pai ômega de James.
A dinâmica entre James e Severus era... intrigante. James era absurdamente afetuoso, quase sempre com uma mão em Severus, declarando seu amor de maneira exagerada. Ele mimava Severus de todas as formas possíveis, alegando que estava "compensando o tempo perdido". Severus, por outro lado, era mais contido. Com apenas 1,78 m de altura, comparado aos 2,05 m de James, ele era delicado, pele pálida e cabelos negros, seus olhos tão escuros quanto uma noite sem estrelas. Hyperion ainda se ajustava à nova aparência de Severus, longe da versão envelhecida e desgastada que ele conhecia. Agora, Severus era bonito, quase elegante, algo que Hyperion não esperava. Ele estava aprendendo a lidar com tudo isso
Hyperion estava sentado no sofá da sala, os pensamentos vagando em sua mente inquieta. Ele ainda tentava se acostumar com o ambiente seguro e confortável da casa de seus pais, algo que nunca havia experimentado antes. A cada dia era uma nova descoberta, mas também uma nova dúvida. A ideia de confiar em James e Severus, mesmo depois de todo o tempo, ainda parecia um desafio monumental.
Foi quando a porta se abriu abruptamente, e James entrou correndo, um sorriso largo no rosto, o tipo de sorriso que preenchia o ambiente com sua energia vibrante.
" — Hyper, filho! Você não gostaria de ter um irmão?! " James perguntou com um entusiasmo que fez Hyperion se encolher um pouco no sofá, tomado de surpresa.
Um irmão? A pergunta pegou Hyperion de guarda baixa. Seus pensamentos se embaralharam. Um irmão significaria que ele não estaria mais sozinho... Talvez fosse bom ter alguém com quem compartilhar a carga que ele carregava, alguém que pudesse entender melhor o que era estar perdido e tentando se encontrar. Mas, e se Severus e James gostassem mais desse novo irmão? E se ele acabasse sendo apenas uma sombra do que poderia ser?
Ele tentou forçar um sorriso, mas por dentro o medo queimava. Ele não queria perder o pouco que estava começando a entender como seu.
"— James! " a voz de Severus ecoou pela sala, firme, mas não áspera. Ele entrou logo atrás de James, com uma expressão levemente irritada. "— Para de encher o garoto. Vocês só se conhecem há duas semanas. Ele vai achar que você quer substituí-lo!"
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Sombras do Destino
Fanfiction"Inimigos eu persegurei Almas esquecidas eu honrarei. Eu juro me vingar, eu juro alcançar, A liberdade que sonhamos ter. Eu tenho que aceitar, eu não posso negar, Uma criança má vou sempre ser. " Severus Snape, um homem acostumado à solidão e à...