Loving and Protecting - Mirandy

08. Hope

Não Revisado

    Andrea não reagiu imediatamente, não movendo a boca por puro choque, nunca em mil anos ela imaginaria que estaria ali, na casa de Miranda Priestly e a beijando, talvez em seus sonhos mais profundos que sempre soaram extremamente utópicos antes deste momento, foi por parecer tão utópico que ela não reagiu. O contato durou alguns segundos até a editora perceber a falta de reação da jovem e se afastar, tomada pelo medo de ter dado um passo muito longo para o pouco tempo que conseguiu se aproximar. Antes que pudesse se desvencilhar de Andy fora puxada pelo pulso pela mesma e encarou os olhos chocolate, confusos e suplicantes, a fitando, então foi puxada contra ela, sentindo a maciez e doçura novamente, dessa vez não um selinho desengonçado e sim um beijo profundo, paixão se fazendo presente em cada movimento e gemido. Miranda pediu permissão com a língua para entrar e tornou o beijo mais íntimo quando lhe foi concedido, ela levou as mãos até as madeixas escuras, entrelaçando os dedos nos fios e lhe conduziu até a beirada da cama, onde sentou-se com Andrea em seu colo, em nenhum momento deixando os lábios dela. A Miranda de quase um ano atrás acharia essa cena impossível e seus atos muito adolescentes para uma mulher beirando os cinquenta, uma mulher se agarrando com uma muito mais jovem como se estivesse no colegial, as mãos segurando outro corpo possesivamente, uma na nuca e outra na cintura, como se ao largar ela se fosse para sempre e o momento se acabaria por completo. E quando Miranda piscou se acabou como temia, percebeu estar em um sonho acordada, encarando deliberadamente a jovem na sua frente, aquele momento se desfez por completo como uma grande queda a realidade. Ela desviou o olhar para o pulso provavelmente dolorido, lutando para não beijar o local, se contentando em apenas acariciar.

- Dói? - ela questiona, deixando o polegar correr pelo ponto vermelho, Andrea estremece e ela não precisa responder - Vou pegar uma pomada. - a mulher praticamente corre entre os corredores para achar alguma pomada analgésica no armário do banheiro, aliviada por ainda ter o restinho de uma usada quando ela se queimou cozinhando semanas antes. Enquanto isso Andy se mantém estática no mesmo local, encarando aquele ponto onde estava sendo tocada momentos antes, a sensação do toque ainda persistente, quente e familiar, como se fosse algo normal entre elas - Aqui está, sente-se.

  Miranda a guia até a beirada da cama, a sentando no colchão macio e não perde a surpresa da jovem com a maciez do móvel, sorrindo com a pequena reação fofa. Havia escolhido aquela cama por este mesmo motivo, sabendo que a maciez pode ajuda-la a dormir melhor, os primeiros da maternidade podem ser estressantes, marcados pela privação de sono e uma cama de qualidade pode fazer dessas poucas horas algo mais confortável. Elas trocam um sorriso singelo antes da editora se ajoelhar entre as pernas da mais alta, tomando o pulso na mão esquerda e abrindo o tubo com a mão livre, passando o gel gelado na marca da agulha e o pequeno hematoma em volta do mesmo. Andrea estremece novamente, dessa vez em um bom sentido, o alivio tomando conta da pele, quando saiu do hospital mal notou o pequeno machucado e não ligou muito enquanto limpava o flat, ser cuidada é algo estranho para ela. Apesar de ter crescido num lar carinhos o Sachs mal viam a filha enquanto crescia, se tornando mais presentes na adolescência, foi quando conheceu Nate e não foi muito diferente, era como se fossem colegas de apartamento que transavam de vez em quando, cada um com sua vida, problemas e objetivos. E a mulher, quem ela nunca imaginou que um dia se preocuparia, está a cuidar dela em pequenos detalhes, não apenas dela, mas também de Cait e toda sua vida, lhe fornecendo abrigo e um ambiente estável para esse momento da vida tão delicado que é o puerpério e a adaptação de uma mãe novata.

- Obrigada... - ela sussurra, segurando um gemido prazeroso pela sensação refrescante da pomada contra a pele - Isso é bom.

- Eu sei, usei por uma semana depois de me queimar na cozinha, também tem ação cicatrizante. - Priestly termina de esfregar o gel e relutante deixa as mãos do pulso de Andy, mas continua na mesma posição, perdendo o olhar nas duas esferas chocolate que a encaram com admiração - O que foi?