09. They...

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Não Revisado

Mesmo após tanto tempo vivendo na metrópole e acostumada a atravessar as ruas no meio de um formigueiro de gente, Andrea se sente estranha enquanto encara o sinal de pedestres do outro lado da rua, a imagem gravada em vermelho sinalizando travessia de pedestres proibida, o que alguns apressados e distraídos parecem ignorar, arriscando as próprias vidas entre táxis e carros de luxo. Afinal, estes são os dois tipos de veículo que mais rodam na cidade, conhecida por grande parte da população que nasceu e foi criada em Nova Iorque não saber dirigir, por um segundo a morena se questionou se deveria renovar sua carteira de motorista a vencer em breve, obtida saindo do ensino médio e desde que deixou Ohio nunca mais utilizou. Exceto pelas vezes que teve que sair com o carro esportivo de Miranda quando ainda era sua assistente, seja para buscar uma coleção com urgência ou buscar Patricia no Pet Shop. E é o que ela está a fazer, desta vez sem a pressão do horário e a possibilidade de perder o emprego por um erro. Durante o café da manhã, algo qual ela ainda está tentando se adaptar a não estranhar a editora toda confortável tomando chá na bancada da cozinha e comendo baguette antes do trabalho, Miranda comentou ter esquecido de avisar as assistentes para uma delas buscar a cadela da família, prestes a ligar para Emily desde que a pet odiou a nova garota e até ameaçou mordê-la quando a mesma a levou. Mãe e filha já estão hospedadas na casa Priestly há exatamente seis dias, tendo todas as necessidades atendidas e mais do que ela acha que realmente merece, é difícil para a jovem se sentir útil quando o café da manhã é servido antes de ela despertar totalmente, as roupas sujas somem e aparecem magicamente limpas e passadas, todas as tarefas da casa são feitas pela dupla de empregadas da família enquanto Andrea tenta correr atrás delas tentando ajudar em algo, Olga às vezes a deixa ajudar na cozinha de forma limitada, sem facas, sem ficar tão perto do fogão. Mesmo com a proprietária insistindo que ela não precisa fazer nada além de aproveitar a maternidade, algo que Andy também tem ajuda constante, elas simplesmente não conseguem ficar longe da bonequinha temperamental. Então esta foi a oportunidade de se sentir útil por pelo menos um dia na semana, pedindo, não, implorando para que pudesse busca-la já que tem as manhãs livres, usando do argumento de aliviar o trabalho de Emily que mal recuperou a perna direito depois daquele atropelamento e só a convenceu ao dizer que passear poderia ser bom para a bebê. No fundo ela não faz ideia, mas apostou no blefe e conseguiu.

- Você adora dormir, não é?! - Andrea sussurra para a filha com um pequeno sorriso nos lábios, acariciando os tufinhos negros saindo da toquinha de lã.

O dia está particularmente frio, o vento bate contra o corpo da jovem e quase a faz dar um passo para trás em alguns momentos, ela está agradecida por ter se agasalhado antes de sair de casa e ter colocado camadas extras se roupa em Cait, o tecido do canguru também ajudando em mantê-la aquecida para enfrentar o ar gélido de Nova Iorque às 9h da manhã. Quando viu Miranda usar aquilo, cinco noites antes, ela adorou, é prático e confortável para amamentar, pode mantê-la por perto enquanto faz coisas paralelas. O carregador se tornou um grande aliado aos poucos e a editora percebeu, aparecendo com dezenas de cangurus no dia anterior, de diversas cores e estampas, um deles é um rosa bebê, de tamanho perfeito para carregar um recém nascido, apesar de já ter duas semanas de vida Caitlyn não apresentou um crescimento significativo, nem ganho de peso.
De repente ela sente ser arrastada pela multidão e só então percebe o sinal aberto, tendo que se recompor para não cair com um esbarrão que leva no ombro de algumas dessas pessoas. Instintivamente a morena abraça a bebê contra o corpo, o medo de algo acontecer a ela por estar entre tantas pessoas, talvez não tivesse sido uma boa ideia ter ido caminhando, Roy iria buscá-la para ir ao Pet Shop depois de deixar a chefe na Runway, mas Andrea não conseguiu esperar e saiu poucos minutos depois da dupla. A teimosia tem um preço a se pagar. Em alguns segundos está do outro lado, em frente a um cyber café que é o ponto de referência para onde ela deve seguir, em duas quadras chegará ao destino. O resto do caminho foi tranquilo, sem mais incidentes ou pessoas grosseiras que poderiam derruba-la facilmente, Andrea se sentiu vulnerável e dez vezes mais atenta do que normalmente, desacelerando os passos a cada dobra de esquina para conferir a bebê, aliviada por ela ser tão sonolenta e comportada. A passos lentos ela consegue chegar em alguns minutos e a moça da recepção lembra dela, tagarelando animadamente sobre como todos sentiam sua falta, alegando que Emily é muito impaciente e Sarah, a nova assistente, é inexperiente demais e Patricia não gosta dela. Elas conversaram por alguns minutos e ela apresentou a filha rapidamente, até o rapaz da tosa aparecer com a pet, ela o arrasta pela coleira e consegue derruba-lo ao ver Andy após tantos meses, correndo em direção a jovem e cheirando algo que estranhou, Caitlyn. A tensão pairou no ar, todos preparados para intervir caso o pior acontecesse nessa interação que ninguém havia pensado sobre, mas a São Bernardo sentiu o cheiro da tutora no serzinho e sentou-se em frente a elas, abanando o rabo em aprovação, baba escorrendo em deleite de finalmente ir para casa depois de passar duas semanas longe, anteriormente estava hospedada na casa de Nigel até Caitlyn receber as primeiras vacinas, o sistema imune dela ainda não é bem desenvolvido e a própria Miranda queria garantir que elas pudessem conviver no mesmo lar sem riscos.

Loving and Protecting - MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora