16. Loving and Protecting

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Não Revisado

São cinco tortuosos e lentos segundos de silêncio após uma risada do outro lado da linha, Andrea prende a respiração e sente a ardência tomar conta do nariz, sinal claro de um choro prestes a vir, seu coração acelera batendo duas vezes mais rápido, ela ofega quando é chamada uma segunda vez e tira o telefone de perto da orelha, rapidamente apertando no botão de desligar antes que pudesse falar outra coisa. A morena se levanta respirando pesadamente e se sente incapaz de olhar para qualquer uma delas, é como se estivesse sendo levada a um vazio sufocante sem início ou fim, ao mesmo tempo parece cheio de sentimentos que a esmagam dentro da própria mente. Ela volta-se a realidade ao sentir a bebê se mexer no colo e só então percebe o quão fraco está a segurando, quase a deixando escorregar pelos braços, mas antes que isso aconteça Caitlyn é apoiada pela mão de Miranda. A jovem reconhece imediatamente pois é macia, elegante e adornada de joias finas, tê-la no campo de visão passou um tipo de conforto quase instantâneo. Ela a encara de relance e tenta ajeitar a postura, abraçando a filha contra si garantindo que fique bem segurada em seus braços, a bebê mal percebe, focada em continuar a mamar sem preocupação. A mulher a guia para que se sente na cadeira novamente, as pernas dela então dormentes enquanto uma sensação estranha atinge a boca do estômago, a vontade de chorar não se vai, apenas intensifica. A assistente júnior corre para pegar lenços e logo lhe entrega, apenas para ser dispensada por Emily que pega o telefone da mão da amiga, tentando ver no identificador de quem poderia ser o número, com sucesso anota mentalmente o contato para que possa pesquisar depois. Agora o foco é Sachs e como isso a deixou tão afetada. Ela dá um passo à frente para verificar se elas estão bem, no mesmo momento o rosto da chefe se levanta, a fazendo encarar um par de olhos azuis gélidos, mais gélidos e opacos do que já vira em anos de Runway, com isso ela volta um passo e entende o recado quando s lábios finos se curvam irritadamente. Decidindo por fim voltar para sua mesa e trabalhar na busca para procurar quem foi o desgraçado, os pais da jovem passaram por sua mente no primeiro instante, mas aquele com certeza não era o DDD de Ohio. Não poderia ser eles. Então ela fez uma lista mental de pessoas que poderiam fazer isso, é pequena e logo ela descobrirá. De uma forma ou de outra.

- Aqui, querida. - Miranda tira alguns lenços em uma puxada generosa, se agachando para que possa estar face a face com a namorada, assim vê as primeiras lágrimas caírem tão rápidas como uma cachoeira em nascente, lágrimas puras, cristalinas e cheias de emoção - Andrea...

- Eu quase a derrubei. - é a única coisa que sai dos lábios da morena, é quase um sussurro de tão fraco.

- Não, você não fez isso, fique tranquila. Cait está bem, você vê, ela quase nem ligou para a pequena comoção e continuou a se alimentar. - ela aponta para a menina quase caindo em um sono pesado enquanto continua a sugar os seios da mãe, mais fraco, claramente sonolenta - Você quer ir para casa? Ninguém vai te incomodar lá. - e pergunta com certo receio, não é habituada a consolar pessoas ou fazer do dia delas melhores depois de uma grande merda, mas vai tentar fervorosamente até ver um sorriso no rosto de Andy novamente.

Uma de suas mãos está nas costas da mais nova, protetoramente a segurando e ocasionalmente acariciando, já a outra mão leva um dos lenços até o rosto pálido, secando as lágrimas sem esfregar, pequenos toques delicados que fazem caminho até o início da inundação. Secando cada uma cuidadosamente. Atenta às feições e a tristeza estampadas no rosto de porcelana, lutando para se manter forte, por ela mesma, por Miranda, as meninas e, principalmente, a filhinha.

- Mira, você pode ficar comigo? Não importa o lugar, apenas fique comigo. - a voz dela sai baixa e quebrada, mais frágil do que a mulher jamais ouvira antes, nem mesmo no hospital ou em seus momentos na casa Priestly.

- Claro, meu amor. - ela sussurra de volta em tom compreensível, os dedos finos acariciam a mão macia que continua a segurar com a bebê firmemente contra o corpo - Vou levá-la para casa agora mesmo.

Loving and Protecting - MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora