ONZE ANOS E OITO MESES ATRÁS
— Onde estamos indo? — Digo com os olhos tampados por uma venda.
— Você vai ver. — Responde com um risinho animado assim que para o carro. Me espantei quando ela me ligou repentinamente as onze horas da noite dizendo que queria me levar a um lugar, mas que teria que confiar nela.
— Chegamos?
— Hurum. — Murmura passando as mãos por mim e beijando minha bochecha. — Agora vai ter que confiar em mim mais ainda. — Fala abrindo a porta do carro para sair e em seguida abrindo a minha me fazendo levantar. Ela me guia por escadas que parecem ser infinitas, pois estamos subindo a pelo menos dez minutos.
— Alis, não que eu queira reclamar, porém você está tentando me levar para o céu? Se for sinto em informar que sou lésbica, então creio que não irá funcionar tão bem. — Rio e ela também.
— Já estamos chegando no topo. — Subimos por mais alguns minutos e ouço um cadeado se abrir. — Pronto. — Retira delicadamente a faixa preta que cobre minha visão. — Não é nada demais, é que não temos passado muito tempo juntas ultimamente e eu queria algo especial com você, nem que fosse pequeno.
— Uau. — Digo olhando a vista do parapeito do prédio. — Não teria sido mais fácil se tivéssemos subido de elevador?
— Talvez nossa entrada aqui não seja permitida, por isso subimos de escada. — Fala arrumando a toalha de pequenique.
— O que?
— Esse prédio foi desativado há algum tempo os elevadores não estão funcionando e a polícia mantém uma patrulha na frente principal a noite.
— Um ótimo lugar para um encontro. — Digo sentando sobre a toalha e abrindo o vinho tinto que está em um balde com gelo.
— Há quanto tempo está pensando nisso?
— Desde semana passada para ser sincera. Soube que aqui estava vazio e pensei que seria bom ter um prédio só para gente por uma noite.
— Suas ideias me espantam. — Gargalho colocando vinho em duas taças. Ela senta ao meu lado pega uma delas e bebe até a metade, logo em seguida me beija com o gosto doce em seus lábios. Bebemos toda a garrafa em questão de minutos e ela se aproxima mais de mim.
— Estava com saudades. — Fala em meu ouvido.
— Também estava. — Puxo sua nuca fazendo com que me beije mais uma vez. O gosto do álcool inebria meu paladar e seu perfume adocicado intorpece minha mente, tanto a ponto de não ligar para o fato de estarmos em um prédio abandonado. Subo em cima de seu corpo sentando sobre seu quadril, abaixo minha boca até seu pescoço e afasto seu cabelo para que possa beija-lo. Tateio meu dedos até as alças de sua blusa passando por sua clavícula fazendo-a arrepiar. Retiro sua primeira peça peça de roupa a deixando de sutiã, beijando o colo de seus seios. Suas mãos se prendem a minha cintura e deslizam para os botões de meu short os desabotoando com facilidade, sua mão percorre o tecido de minha calcinha e a afasta para lado fazendo movimentos circulares em meu clitóris. Deixo com que um pequeno gemido escape de minha boca e ela sorri ao perceber isso. Afasto meu corpo dela e ouço um murmuro, olho para Alissa por alguns segundos em em seguida levanto a saia que usa até seu quadril, tiro sua calcinha e coloco minha cabeça entre suas pernas passeando com minha língua por toda sua buceta úmida me deliciando com seu gosto —Porra, que mulher gostosa— permaneço ali até que ela comece a ter espasmos de prazer e feche suas coxas em volta de meu rosto e se deixe derramar em minha boca. Quando chega em seu ápice me puxa para cima em um beijo intenso, mordendo meu lábio inferior e enlaçando a língua na minha —Preciso de mais dela— ela joga o corpo contra o meu me pressionando contra o chão, suas mãos tiram minha blusa e em segundos meu sutiã e apertam meus seios me fazendo suspirar. Sua boca vai até meu pescoço o beijando e seguindo até um de meus seios, passando a língua quente por ele, chupando enquanto seus dedos entram e saem de mim. Ela aumenta a velocidade a medida que escuta meus gemidos aumentarem até que me deixo nela. Alissa me beija e se deita ao meu lado, observando o céu assim como eu —tentando parar de ofegar— as estrelas pouco visíveis e a lua cheia está a nossa frente, as luzes da cidade claream a penumbra fazendo com que veja seu rosto de canto de olho.
— Jade? — Chama por mim.
— Sim? — Respondo incerta.
— Fica comigo.
— Como assim? — Me viro olhando em seus olhos tão escuros quanto essa noite seria sem a iluminação artificial de postes.
— Não sei ao certo o que estamos tendo nos últimos quatro meses, porém sei que quero isso, e quero por muito mais tempo. Então, fica comigo até que todas as luzes dessa cidade se apaguem? Fica comigo até que todos os oceanos sequem? Fica comigo até às constelações trocarem de lugar pois suas estrelas terão morrido a tantos milênios que seu brilho não mais será visto? Fica comigo.
— Fico. Até que as luzes se apaguem, até que os oceanos sequem, até que as constelações mudem de lugar. Fico com você. — Eu a beijo suavemente entrelaçando minha mão em seu cabelo. Ficar com ela não é uma afirmação, mas sim uma promessa. Ficarei com ela de uma forma ou outra, independente de como isso acabe, nem que seja em memória, ficarei com ela.
— Nosso lugar. — Diz. — Depois de hoje esse é nosso lugar.
— Nosso lugar. — Concordo ouvindo o som de minha voz ecoar. Nosso lugar.
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Se não fosse você...
Lãng mạnAlissa e Jade se conhecem na faculdade, ambas em cursos diferentes, as duas se relacionam por um tempo porém uma traição as separa. Dez anos depois um reencontro acontece, será que a mágoa será mais forte que o amor?