capítulo 1

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notas da autora: a história começa em fevereiro/março o ano letivo acaba em julho, tem as férias de verão, e o novo ano letivo deles (terceirão) começa em setembro.

boa leitura :)

pov: Harry styles

24/02

    Eu estava balançando a caneta em minhas mãos, com os ouvidos atentos nos barulhos feitos pelo relógio. As palavras do professor de História nem se quer entravam nos meus ouvidos, minha mente estava vaga, estava em um daqueles momentos em que meu cérebro atingira um nível tão grande de cansaço, e tudo dentro dele não parecia nada além de um limbo.

     Após infinitos minutos de tédio, minha mente pareceu finalmente escutar algo do mundo externo:

     — Bom dia alunos, queria anunciar a entrada do aluno novo, nascido em Doncaster veio para Londres e se juntou à nossa escola. Venha querido, se apresente — eu nem cheguei a levantar a cabeça, estava ouvindo mas não me importando com o que ela dizia, pelo menos não até aquele momento.

    — Oi — ouvi o som dele ajeitando sua mochila— meu nome é Louis Tomlinson, e vim pra Londres há pouco tempo. — uma voz disse em tom de nervosismo, o que me fez erguer o olhar na hora. E as fumaças que formavam o meu limbo cerebral se deformaram em uma memória, não tão antiga.

 

     Era mais um dia das férias, eu já tinha bebido tudo o que dava nos últimos dias, nas últimas festas. Mas nesse domingo em específico eu queria ficar sozinho, sem as garotas e garotos, sem as bebidas, sem as festas, sem a glória. Eu só queria eu mesmo, encontrar a minha mente que acabou se enrolando e se perdendo no meu subconsciente. Eram por volta das 7:30 da manhã quando acordei com o sol batendo no meu rosto e decidir sair pra uma caminhada pela cidade, com minha mente totalmente com a música _afraid- The Neighborhoods_ tocando em alto e bom som nos meus ouvidos enquanto eu sentia a leve brisa da manhã em meu rosto enquanto corria.

    Passado alguns minutos eu tropeço em algo, um livro. Com uma capa marrom e detalhes dourados extremamente delicados, folhas com um tom de café e surpreendentemente cheirava a ameixas frescas. Eu sempre gostei de ler, mas nos últimos tempos, troquei esse antigo hábito pelas festas de ensino médio, eu nem sequer lembrava da sensação de me prender à uma história.

   Ao chegar em casa, subi as escadas brancas de mármore em direção ao meu quarto. Joguei o Livro q acabei trazendo comigo em cima da escrivaninha e fui tomar um banho para tirar as gotas de suor do meu corpo. O dia estava incrívelmente bonito. Sem nuvens, o sol brilhava como nunca, o céu em um tom de azul claro vibrante, e tudo parecia ter mais cores, não pude deixar de reparar. Na verdade, dias assim sempre foram os meus favoritos.

  Deitei na minha cama e comecei a encarar o livro. Eu estava com preguiça de ler, mas aquele livro parecia me chamar, a cada segundo que se passava eu ficava mais intrigado para saber o que havia dentro daquelas páginas.

    Abri o livro e na primeira página, havia apenas uma frase, escrita em uma letra cursiva, possivelmente traçada por uma caneta tinteiro:

   _"por mais que um dia eu parta desse mundo, minha alma estará eternamente viva pelo seu amor"_

   Virei a página e comecei a ler o livro, era feito à mão, provavelmente a única unidade existente. A caligrafia impecável, e palavras tão profundas que poderiam tocar até a alma mais vazia que vaga nesse universo.

     O livro falava sobre uma história de amor, dois homens, 1938. Tudo era um segredo, mas mesmo assim um romance lindo e adorável. Haviam dois personagens principais: Edward Balthazar, 19 anos, universitário, família dona de restaurantes e um amante de jazz,com personalidade marcante. E Louis Tomlinson, 18 anos, olhos azuis doces marcantes e profundos, família influente, um garoto extremamente excêntrico e desafiador, porém muito doce, muito amável.

    A homossexualidade não era bem vista naquela época, então eles viviam um romance escondido, apenas os dois sabiam, era o segredo deles. O guardavam no fundo de suas almas, pois sabiam que a mesma seria retirada de seus corpos por lâminas de faca por algum típico senhor dos anos 30 que os veria como completas aberrações.

    A história era linda. Tinha palavras tão intensas, uma personalidade tão incrível ao meu ver, eu sentia borboletas no estômago ao ver a conexão dos jovens, uma sensação de amor verdadeiro, de uma forma tão pura que se qualquer outro ser humano vivenciá-lo pode soar como um pecado.  Algumas falas me atingiam de um jeito surreal, como se tivessem sido escritas com a intenção de eu ler. Jamais me sentira assim, por nenhuma pessoa, nenhum personagem. Eu só não sabia o que me esperava daqui uns dias.

    Voltei para o real momento.

     Eu não poderia estar enxergando direito. Aquele nome, aqueles olhos, aqueles benditos olhos. Sua voz era marcante, forte, mas ao mesmo tempo passava um ar divertido. Ajeitei todo o meu corpo e no exato momento que ergui por completo os olhos, nossos olhares se encontraram e se desviaram no mesmo segundo, mas tinha algo, que me fizeram pensar naquelas íris azuis o resto do dia.

   Acho que estou delirando.

notas: talvez poste outro hj :)

The new past [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora