Entre duas vidas

CAPÍTULO 3 - UMA CARTA INESPERADA

  Reynish agradeceu a todos que estavam no local pela festa surpresa. Se sentia completamente satisfeito, mas o que mais queria era ir para casa. Juntos festejaram, recebeu várias homenagens, e presentes.
Carlos, seu amigo, lhe deu um forte abraço e o acompanhou em seu carro até em casa.
Durante o caminho, ele perguntou, após beber um gole de whisky:

- Amigo, por quê? Por que decidiu sair assim de repente? Nem me avisou.

  Reynish respirou fundo, acendeu seu cigarro eletrônico e respondeu com calma:

- Em breve você saberá.

  Ele bebeu mais um gole, e Reynish bebeu outro em seguida.

- Amigo, você está bem?

Reynish respondeu rindo:

- Perfeitamente bem, amigo.

  Deixou seu amigo em casa, e seguiu para sua moradia. Ao chegar, deixou o carro em frente ao local, e entrou cambaleando. Logo na entrada, encontrou Anny, estava sentada vendo Tv, ela logo se levantou e foi até ele. Ao vê-lo, ela exclamou com insatisfação:

- Reynish! Eu não acredito! Como tem a coragem de chegar assim em casa?

  Ela olhou pela janela e viu o carro estacionado em frente à moradia.

- E ainda veio de carro nesse estado! Você enlouqueceu?

  Reynish não disse uma palavra, se encostou na parede e sentou sobre o chão, sonolento. Anny segurou sua mão, colocou seu braço em volta do ombro dela e o ajudou a subir até o quarto. Após chegarem lá, ela acendeu a luz, e o ajudou a se trocar.
Ele se deitou, ela o cobriu e deitou-se ao seu lado. Ligou a Tv e passou a madrugada assistindo a um filme enquanto refletia sobre sua vida.

  No dia seguinte quando Anny abriu os olhos, Reynish já estava acordado, sentado ao lado de Nub em frente a Tv, comendo biscoitos de chocolate enquanto bebia uma caixa de leite. E à sua frente havia um mesa com pãezinhos de queijo, biscoitos e panqueca.

- Bom dia meu amor. -disse ele.

- Bom dia meu bem. -respondeu ela.

Anny sentou-se ao lado dele, tomou seu café, se despediu com um beijo e seguiu em direção à saída. Ao abrir a porta, fez uma breve pausa e disse antes de sair para o trabalho:

- Amor. Precisamos conversar, assim que eu chegar.

- Combinado, meu bem.

  Nub foi correndo para a porta e começou a choramingar, Reynish o pegou no colo, acariciou seus pêlos e disse:

- Não chora bebê, daqui a pouquinho sua mamãe volta.

  Juntos continuaram "ligados" à Tv, quando de repente a campainha bateu. Reynish deixou Nub no sofá e foi atender, o bichinho o seguiu, ele abriu a porta e não havia ninguém do outro lado. Mas assim que olhou para baixo encontrou um envelope branco fechado, pegou-o, abriu, e dentro dele havia uma carta em branco. Reynish olhou frente e verso e não encontrou nem um risco ou sinais de digitais.
Ele fechou a porta e pensou:

- "Que estranho! Talvez tenha sido um engano, e o carteiro a perdeu enquanto tocava a campanhia!"

  Ele a amassou em formato de bolinha de papel, e a jogou na lixeira ao lado da pia. Nub correu para a lixeira querendo a bolinha, Reynish se divertia vendo-o, pois pelo seu tamanho não conseguia alcançar a lixeira. Reynish pegou sua bolinha de cor azul, jogou-a há alguns metros de distância e ele foi correndo buscar. De repente a chuva veio caindo calma, e Reynish começara a pintar um quadro de girassóis sendo levados ao vento enquanto escutava um som de um violino vindo do lado vizinho.
Após terminar sua obra, suspirou de satisfação.