Capítulo 7 - UMA FESTA INESPERADA

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  Levantaram cedo no dia seguinte, Reynish estava profundamente triste, pois na noite anterior havia recebido uma lamentável notícia, sua mãe havia lhe enviado uma carta dizendo que seu irmão mais novo estava desaparecido. Juntos foram até a casa dela para lhe oferecer conforto. Ao chegarem lá, Dona Margarett os recebeu com um abraço apertado e um delicioso café da manhã.
Ela logo explicou como Márcio, seu filho mais novo, de 15 anos havia desaparecido e que os políciais já estavam em busca dele, passara a noite toda acordada pensando nele, pois moravam juntos e só conseguia dormir depois que ele havia adormecido.
À tarde Anny e Margarett ficaram conversando enquanto Reynish fora caminhar com Nub pelo jardim, o dia estava meio ensolarado, o céu azulado e repletos de nuvens cinzentas.
Andaram por alguns minutos até chegarem a um local onde estava dois balanços. Reynish de repente teve uma lembrança de quando ele e seu irmão brincavam ali quando eram mais novos e disse:

- Espero que você esteja bem, irmãozinho.

  Sentou-se sobre um balanço, colocou Nub no colo, e disse enquanto acariciava os pêlos dele:

- Às vezes eu queria ser você Nub, um animalzinho, ingênuo.

  Uma brisa suave se passou por eles, um pouco à frente alguns girassóis dançavam com o vento, algumas borboletas passeavam sobre eles. E uma delas em especial chamou a atenção de Reynish, ele se levantou, colocou Nub sobre o gramado e se aproximou dela. Era a linda borboleta amarela e brilhante que havia visto anteriormente, com os olhos fixos sobre ela, percebeu que a mesma se aproximava, ergueu uma das mãos na direção dela e ficou imóvel, ela se aproximou lentamente a pousou sobre um dos seus dedos, sua visão ficou turva e em segundos "apagou".
Quando Reynish abriu os olhos percebeu que estava novamente sobre o gramado do lugar encantador que havia estado antes. Se levantou, mas não havia niguém ao redor, o que viu foi apenas plantações, árvores, e alguns pássaros que sobrevoavam o céu. Logo à frente havia um caminho estreito que levava para dentro de uma floresta. Reynish entrou nele e foi caminhando pela floresta semi iluminada pelos raios do sol que adentravam o local atráves das folhas das árvores.
Caminhou até o final do caminho, e para sua surpresa no final havia um lindo chalé iluminado, enfeitado com lindas flores brancas e azuis claras que brilhavam sobre a luz do sol. Fascinado, Reynish subiu os degrais que levavam à entrada principal, tocou o sininho da porta e aguardou.
Uma mulher de cabelos castanhos e olhos dourados cor de mal abriu a porta e disse:

- Que bom que você chegou! A festa está quase começando.

  Sem compreender que festa era aquela, Reynish entrou. Olhou ao redor, havia gente por todos os lados, alguns preparavam guloseimas enquanto outros arrumavam a decoração. Ao lado de um belo bolo estava seu pai, o admirando, enquanto conversava com outro homem. Ao ver Reynish ele se aproximou e o abraçou forte.

- Filho, que bom te ver novamente. Chegou no momento certo.

  Reynish se colocou de frente a ele e indagou:

- Pai, o que está acontecendo? É um aniversário?

  O homem riu e apoiou uma das suas mãos sobre o ombro do filho.

- Estamos esperando uma pessoa...

  Ele fez uma pausa, voltou o olhar para a porta, abriu um enorme sorriso e disse:

- Ele chegou!

  Reynish se virou, espantado, com os olhos fixos sobre o sujeito que acabara de entrar e seguia em direção à eles. O pessoal sorria e o abraçava, crianças pulavam e estouravam balões. Ele foi chegando cada vez mais perto e Reynish ficou sem reação, relfetindo se aquele momento era real ou apenas um sonho. O rapaz abriu um enorme sorriso e se abraçaram forte. Reynish disse com a voz trêmula:

- Márcio, achei que tivesse te perdido!

  Márcio disse com voz calma:

- Fico feliz por revê-lo, irmão. Aqui é um lugar perfeito, antes eu tinha medo, mas agora é diferente, me sinto completamente feliz e em paz.

Entre duas vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora